Exposição ao radão ligada a aumento de sintomas de asma infantil
Um gás radioativo pode estar a contribuir para a asma entre crianças em idade escolar, sugere um estudo publicado recentemente no jornal Pediatric Pulmonology. Os resultados mostraram que as crianças expostas a níveis elevados do gás radão, também conhecido por radónio, têm mais sintomas desta doença respiratória crónica.
Segunda maior causa de cancro do pulmão, este gás infiltra-se nas nossas casas através de materiais, solo e água, libertando radioatividade para o meio pouco ventilado e para os nossos pulmões.
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Anteriormente, o radão residencial não era considerado um fator de risco ambiental para a doença, mas, pela primeira vez, comprovou-se uma relação entre a exposição residencial a este gás e a inflamação das vias aéreas e os sintomas de asma entre crianças em idade escolar com a condição.
O radão é um gás radioativo de origem natural, sem cor, nem cheiro, que emana da decomposição de vestígios de urânio encontrados no solo. As habitações podem ficar com radão à medida que este escapa do solo e sobe através de rachas e fendas. Depois do fumo do cigarro, é a segunda principal causa de morte por cancro do pulmão nos EUA.
Para o estudo, a equipa monitorizou a saúde de 299 crianças asmáticas em idade escolar que frequentavam escolas do centro da cidade. Os investigadores compararam a exposição das crianças ao radão nas suas casas – estimada com base no código postal – com os seus sintomas de asma.
Os resultados permitiram descobrir que crianças asmáticas expostas ao radão tendem a ter mais dias com crises de sintomas da doença. Sofrem ainda de um aumento da inflamação das vias aéreas à medida que o tempo fica mais frio.
Sabe-se que os níveis deste gás podem flutuar sazonalmente, com níveis internos normalmente mais elevados durante os meses de inverno, uma altura em que janelas e portas são fechadas com maior frequência, limitando a ventilação natural. Além disso, o uso de aquecedores e a compactação do solo frio durante o inverno também podem criar diferenças de pressão que podem atrair mais gás radão para o interior das casas.
De acordo com a Dra. Joyce Yu, o risco representado pelo radão é semelhante ao dos fogões a gás. Nos últimos anos, o estado de Nova York proibiu o uso de fogões a gás nos novos edifícios para reduzir a exposição a poluentes internos nas casas devido a preocupações com possíveis impactos ambientais e riscos à saúde, como asma infantil.
Descobertas de estudos como este dão mais informações aos cientistas, defensores ambientais e legisladores que estão a investigar questões ambientais e de mudança climática, podendo potencialmente ter impacto nas iniciativas governamentais e em legislação futura.
