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Microbioma oral pode influenciar o desenvolvimento de demência

Os ecossistemas microbianos no interior da nossa boca podem afetar a função cognitiva à medida que se envelhece, apurou um estudo publicado no jornal PNAS Nexus. Bactérias causadoras de doenças periodontais têm sido associadas à piora da função cognitiva durante o envelhecimento e ao desenvolvimento da doença de Alzheimer.

Microbioma oral pode influenciar o desenvolvimento de demência

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Cerca de 15% dos adultos mais velhos têm comprometimento cognitivo leve, que é o maior fator de risco para o desenvolvimento de demência ou doença de Alzheimer. É conhecida a associação entre periodontite e a piora da função cognitiva.

Os especialistas identificaram duas possíveis ligações entre a boca e a mente: bactérias orais patogénicas podem entrar na corrente sanguínea e deslocar-se para o cérebro, ou bactérias orais patogénicas podem deslocar bactérias redutoras de nitrato, que ajudam a criar óxido nítrico que o cérebro precisa para plasticidade sináptica e potencialização de longo prazo.

Durante o estudo, a equipa caracterizou o microbioma oral de 115 participantes. Incluídos na análise de dados estavam 60 participantes no grupo saudável (17 homens e 43 mulheres) e 55 participantes no grupo com comprometimento cognitivo leve (8 homens e 47 mulheres).

Alguns participantes tinham o alelo da apolipoproteína E4 (APOE4), que aumenta o risco de declínio cognitivo e doença de Alzheimer. Uma abundância elevada relativa de bactérias do género Neisseria foi associada a melhor função executiva e atenção visual dentro do grupo com comprometimento cognitivo leve.

Entre os participantes saudáveis, a Neisseria estava relacionada com a memória de trabalho. A alta prevalência de bactérias do género Porphyromonas previu o estatuto de comprometimento cognitivo leve, enquanto a Prevotella intermedia previu o estatuto de portador de APOE4.

Os investigadores realçam que a dieta pode afetar o microbioma oral, e uma dieta rica em nitrato (como a dieta Mediterrânica e a dieta DASH, cujo objetivo é controlar a hipertensão) favorece bactérias associadas a bons resultados cognitivos. Intervenções como os prebióticos, incluindo nitrato dietético, têm o potencial de retardar o declínio cognitivo.

Fonte: Tupam Editores

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