ENVELHECIMENTO

Velhice não é doença: OMS desiste da classificação

A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que desistiu de classificar a velhice como uma doença listada na edição de 2022 da Classificação Internacional de Doenças (CID 11). A decisão veio acabar com a polémica sobre se a idade avançada por si só é uma doença.

Velhice não é doença: OMS desiste da classificação

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A CID, que serve de parâmetro ao mundo inteiro, conta com aproximadamente 55 mil códigos. A proposta em causa era de que um desses códigos, a “senilidade”, fosse trocada pelo termo “velhice” na nova edição de 2022. Houve, contudo, muitas críticas ao proposto por parte de uma série de sociedades médicas, de governos e de organizações científicas que lutam pelos direitos dos idosos, uma vez que a velhice passaria a ser tratada como uma doença.

Temia-se que a inclusão do termo “velhice” na CID pudesse mascarar problemas de saúde que são desencadeados pela idade, além de aumentar o preconceito contra idosos em alguns ambientes, principalmente no mercado de trabalho. Esta inclusão poderia ainda impedir o registo correto de causas de morte de pessoas com idade avançada.

Quando se cria ou se adota um novo código na CID, o termo designado passa a ser visto como um problema de saúde e, assim sendo, que necessitará de tratamentos, visando eventualmente uma cura – algo completamente sem sentido no caso da velhice.

Após a pressão da sociedade civil, a OMS trocou a expressão “velhice” por “declínio da capacidade intrínseca associado ao envelhecimento”. Esta mudança, apesar de subtil, evita que a velhice propriamente dita seja classificada por médicos como uma doença.

A Classificação Internacional de Doenças foi introduzida em 1900 e consiste num conjunto de mais de 55 mil códigos que são utilizados por profissionais de saúde, médicos e formuladores de políticas públicas na área da saúde.

A CID é usada para classificar as causas de internamento de pacientes, afastamentos do local de trabalho e as causas de morte nos atestados de óbito. Em janeiro de 2022, passou a valer a 11ª edição da lista, que havia sido atualizada pela última vez em 1992.

Fonte: Tupam Editores

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