Problemas cardíacos menos comuns em bairros mais arborizados
Morar num bairro com árvores e muito espaço verde tem um efeito positivo na saúde do coração, de acordo com um novo estudo da Universidade de Miami, nos Estados Unidos.
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A investigação concluiu que doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais são menos comuns em bairros com níveis mais elevados de vegetação.
Para o estudo, os cientistas analisaram os registos de saúde de cerca de 243 000 beneficiários do Medicare, com 65 anos ou mais de idade, que viviam em Miami, na Flórida. Foram avaliados apenas residentes que permaneceram no mesmo bairro entre 2011 e 2016.
Imagens de satélite permitiram aos cientistas quantificar os níveis de vegetação em diferentes bairros da cidade. Como a clorofila das plantas absorve a luz visível e reflete a luz infravermelha próxima, foi possível usar dados espectrais para medir a arborização de diferentes quarteirões da cidade.
Os cientistas criaram categorias com níveis baixos, médios ou altos de espaços verdes e analisaram as taxas de novas doenças cardiovasculares em diferentes categorias.
Os residentes nos bairros mais verdes tinham 16 por cento menos probabilidade de desenvolver doenças cardíacas do que aqueles que viviam nos bairros menos verdes.
Além disso, pessoas que viviam entre mais árvores e perto de espaços verdes desfrutavam de uma variedade de benefícios para a saúde, incluindo taxas mais baixas de ansiedade e depressão.
Para os autores do estudo, vários fatores podem ser responsáveis por essas observações, como o facto de as pessoas que vivem em áreas mais verdes terem maior probabilidade de praticar exercícios físicos ao ar livre, além de se sentirem menos stressadas por estarem regularmente cercadas por mais natureza.
Além disso, a vegetação pode fornecer algum nível de proteção contra a poluição do ar e do ruído, embora mais estudos sejam necessários para avaliar esses efeitos benéficos.