Purificadores de ar podem produzir poluentes prejudiciais
Devido à pandemia de COVID-19, as vendas de filtros e purificadores de ar eletrónicos aumentaram significativamente a nível mundial. Contudo, os cientistas dizem agora que os benefícios para a qualidade do ar interno proporcionados por este tipo de aparelhos purificadores de ar podem ser anulados devido à produção de outros poluentes que são prejudiciais à saúde.
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O investigador Taekyu Joo e os seus colegas do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos Estados Unidos, avaliaram o efeito de um gerador de radical hidroxila num ambiente de escritório - radicais hidroxila reagem com odores e poluentes, decompondo-os, e os geradores de radicais hidroxila têm sido comercializados com o argumento de que inativam patógenos, como o novo coronavírus.
No entanto, o estudo constatou que, no processo de limpeza do ar, os radicais hidroxila gerados pelo aparelho reagem com compostos orgânicos voláteis presentes no ambiente interno. Isso gera reações químicas que formam rapidamente ácidos orgânicos e aerossóis orgânicos secundários, que podem causar problemas de saúde.
Aerossóis orgânicos secundários são o principal componente do PM2,5 (material particulado com diâmetro menor que 2,5 milímetros), e a exposição ao PM2,5 tem sido associada a doenças cardiopulmonares e milhões de mortes por ano.
Dois tipos de tecnologias de purificação de ar são comumente usados para remover poluentes internos, como partículas ou compostos orgânicos voláteis e para inativar patógenos: purificadores de ar eletrónicos e filtração mecânica (que geram iões, espécies reativas ou outros produtos químicos, como oxidação fotocatalítica e plasma), e equipamentos geradores de oxidantes (por exemplo, ozónio e radicais hidroxila).
A equipa selecionou um gerador de hidroxila para avaliar durante o estudo. Enquanto estudos anteriores relataram a formação de poluentes por vários filtros de ar eletrónicos (ionizadores, sistemas de plasma, sistemas fotocatalíticos com lâmpadas ultravioleta etc.), a equipa afirma que o seu estudo é o primeiro a monitorizar a composição química dos poluentes secundários nas fases de gás e fases de partículas durante o funcionamento de um aparelho eletrónico que dissipa oxidantes num cenário do mundo real.
Os resultados, contudo, não podem ser transferidos diretamente para outros tipos de purificadores de ar, que precisariam de ser testados com os mesmos critérios.
“Mais estudos precisam de ser realizados sobre os efeitos desses dispositivos numa variedade de ambientes. Os nossos resultados mostram que é preciso ter cuidado ao escolher uma tecnologia de purificação de ar adequada para um determinado ambiente e tarefa”, disse a professora Nga Lee Ng, coordenadora do estudo.