Uma pesquisa da Universidade de São Paulo, no Brasil, revela que a vitamina B3 atua contra a ação do benzopireno, um composto altamente cancerígeno presente no fumo e nas carnes excessivamente grelhadas ou fumadas e que pertence à classe dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA).

A líder da investigação, Ana Paula Loureiro, explicou que foram realizados testes com culturas de células saudáveis pulmonares do epitélio brônquico que foram expostas às concentrações de 0,5 e um micromolar de benzopireno ao longo de uma semana.

A exposição ao composto promoveu uma readaptação metabólica das células ao fim de uma hora, e, no final, os níveis dos metabólitos estavam aumentados nas células expostas, em comparação com o grupo de controlo.

As células também sofreram alterações no ADN, tendo apresentado características de células tumorais.

Posteriormente, os cientistas administraram nas mesmas células ribosídeo de nicotinamida - uma molécula precursora do dinucleótido de nicotinamida - adenina [NAD+], que é essencial para o metabolismo celular e para a produção de ATP [adenosina trifosfato, molécula que armazena energia para a célula]. Este é um dos componentes da vitamina B3.

"Os testes mostraram que suplementos das culturas celulares com ribosídeo de nicotinamida, um dos componentes da vitamina B3, protegeram as células e impediu a transformação maligna. Agora pretendemos compreender através de que mecanismos isso acontece e se esse composto pode ser usado na quimioprevenção", explicou Ana Paula Loureiro.