A vertigem ou desequilíbrio é uma ilusão de movimento, normalmente rotatória, em que se tem a sensação de que nós ou o meio que nos rodeia está a girar. É a forma mais comum de tontura e pode estar associada a náuseas, vómitos, suores e dificuldade em caminhar, sintomas que geralmente se agravam quando se movimenta a cabeça.
As vertigens não são uma doença mas antes um sintoma, que pode ocorrer em concomitância com diversas patologias. A palavra vertigem provém do latim, vertere que significa girar ou movimento giratório. Também conhecida como síndrome vertiginoso pode ser definida como uma distorção do movimento do corpo no espaço.
A perda de equilíbrio corresponde à instabilidade sentida durante a marcha e pode resultar de alterações no ouvido interno, perturbações da visão, lesões nos nervos dos membros inferiores, alterações articulares ou neurológicas, ou ainda da toma de medicamentos antiepiléticos, sedativos e tranquilizantes.
O desequilíbrio traduz-se numa sensação de queda e na maioria dos casos tem origem em perturbações do sistema vestibular periférico, isto é, no ouvido interno, mas pode também estar ligado a disfunções no sistema vestibular central no cérebro. Na ocorrência destes sintomas, a ingestão de água contribui para manter o organismo bem hidratado, aumentando o volume dos líquidos em circulação na corrente sanguínea, fazendo com que a pressão arterial permaneça mais estável e, em consequência, minimize a sensação de tontura causada pela hipotensão arterial.
Além da manter a hidratação corporal reforçando a ingestão de água, algumas outras medidas adicionais podem ajudar a prevenir os desequilíbrios do movimento, nomeadamente, tentar reduzir a ansiedade e stresse, reduzir a ingestão de álcool e tabaco, treinar exercícios de posicionamento correto da zona do pescoço e da cabeça, dormir um sono reparador e eventualmente ponderar as práticas de psicoterapia e acupunctura.
Na maioria das casos os distúrbios do movimento ou vertigens são decorrentes de uma labirintite, uma inflamação do labirinto, na estrutura interna do ouvido, mas também pode derivar de efeitos colaterais de medicamentos e até poderá resultar de alterações no equilíbrio ou na função cardíaca. Na zona do ouvido interno que abriga o equilíbrio, existem minúsculas estruturas de carbonato de cálcio, designadas por cristais, que desempenham um papel muito importante no sentido de equilíbrio e orientação espacial, que têm por função sinalizar o cérebro sobre a posição da cabeça no espaço e gravidade.
Por vezes, os episódios de tontura ocorrem em resposta a movimentos específicos, como olhar para cima, ao deitar e levantar ou rodar na cama. Esta condição pode surgir após uma queda ou acidente e muitas vezes sem causa aparente, sabendo-se contudo que estas sensações de desconforto e tonturas afetam cada vez mais pessoas, à medida que envelhecem, uma vez que os microcristais se desgastam, desprendendo-se mais facilmente, mormente a partir dos 60 anos, podendo originar quedas e lesões com alguma gravidade.
Deitar numa posição confortável e em ambiente calmo e silencioso é também muito importante para ajudar a aliviar a tontura, de preferência devendo deitar-se de lado, pois a labirintite, síndrome de Ménière ou vertigem paroxística benigna, podem causar vómitos, que se forem aspirados, podem resultar em pneumonia por aspiração.
A maioria dos episódios de Vertigem Postural Paroxística Benigna (VPPB), é normalmente desencadeada por uma mudança na postura da cabeça, ao girá-la sobre o travesseiro depois de acordar pela manhã, ou inclinando a cabeça para trás para atingir um ponto mais alto, fazendo com que os cristais de cálcio sejam deslocados e se movam para outra zona do ouvido interno.
Pelos sintomas, o paciente pode aperceber-se de que os cristais estão desalinhados, isto é, que se desprenderam, quando numa primeira crise dão origem a tonturas e enjoo e que perante a intensidade, também podem incluir vertigem, ou seja, uma tontura rotatória, náusea e vómitos, que muitas vezes obrigam o paciente a procurar uma unidade de emergência médica.
Já nos pacientes com a Doença de Ménière, distúrbio no ouvido interno que também causa vertigem, náuseas, perda auditiva neurossensorial flutuante e zumbido, podem surgir ataques súbitos de vertigem que geralmente podem durar entre 20 minutos a 12 horas, mas raramente mais do que isso. Nesta patologia, embora normalmente também estejam presentes as náuseas e vómitos, outros sintomas não relacionados com o movimento, como diaforese, diarreia e instabilidade de marcha incluem-se na panóplia, bem como o zumbido, tinido ou chiadeira, constantes ou intermitentes, acompanhados de deficiência auditiva.
É crucial ter em mente que lidar com estas circunstâncias requer uma abordagem personalizada, considerando a gravidade dos sintomas, a saúde geral do paciente e outras condições médicas. Portanto, é fundamental que se procure orientação médica especializada para obter um diagnóstico preciso e um plano de cuidados adequado às necessidades individuais de cada pessoa.
A vertigem causada por distúrbios do ouvido interno, como a Doença de Ménière, labirintite, vertigem associada a enxaqueca ou neuronite vestibular, pode com frequência ser aliviada com fármacos anti-histamínicos, como meclizina ou benzodiazepinas como, diazepam ou lorazepam.
No entanto, caso o paciente esteja a passar por algum dos sintomas aqui referidos, deverá procurar ajuda especializada, não deixando que a situação se arraste já que é o seu bem-estar e qualidade de vida que estão em jogo, tendo contudo sempre presente que a automedicação deve ser excluída das opções.