Segundo um inquérito realizado pela Deco Proteste, em parceria com suas congéneres belgas, italianas e espanholas, publicado em setembro de 2021, cerca de quatro em cada dez portugueses, consumiram suplementos alimentares nos últimos 12 meses, números certamente influenciados pela alteração de comportamentos devido à pandemia.
A principal razão apontada pelos portugueses de todos os grupos etários, para consumirem suplementos alimentares, é o fortalecimento do sistema imunitário, para terem mais energia e restabelecer os níveis vitamínicos e de minerais no organismo.
Independentemente de fatores temporais ligados à pandemia, o uso de suplementos alimentares está cada vez mais generalizado entre as crianças e adolescentes, fruto de intensas e eficazes campanhas de marketing, que colocam cada vez mais pressão na urgência em manter um corpo perfeito, fazendo com que o seu consumo tenha vindo a aumentar exponencialmente, em particular entre as camadas mais jovens, ainda que poucos estudos de segurança ainda existam nessa faixa etária, exigindo por isso orientação e cautela para o seu consumo.
O termo “suplemento alimentar” é usado para definir substâncias utilizadas por via oral, com o objetivo de complementar uma dieta alimentar deficiente, não sendo, no entanto, indicado na maioria dos casos para crianças e adolescentes saudáveis que seguem um plano de alimentação equilibrado.
A maioria dos suplementos utilizados são as proteínas provenientes do soro do leite, designadas por proteínas Whey, os aminoácidos, vitaminas e cafeína, entre outros mais específicos, usados pelos consumidores com o objetivo primordial de obter um “corpo perfeito” e melhorar o condicionamento físico e o desempenho atlético em alguns casos.
Na maioria das situações, os adolescentes não procuram um profissional de saúde especializado, recorrendo frequentemente à orientação de treinadores, amigos, internet e outros influenciadores, incluindo o marketing televisivo. Os suplementos, hoje completamente acessíveis aos jovens adolescentes, através da internet e outras vias de comunicação, exigem particular atenção por parte dos pais, educadores e responsáveis, além dos profissionais de saúde que acompanham as famílias.
Através dos suplementos, os jovens adolescentes procuram obter ganhos de massa muscular; melhoria do desempenho competitivo, aumento de performance; redução de fadiga e reforço do sistema imunitário. Todavia, a suplementação nutricional para crianças e adolescentes deve ser recomendada apenas para casos específicos, uma vez que é suposto que uma dieta equilibrada pode fornecer todos os nutrientes necessários para a maioria das pessoas e designadamente de atletas.
A suplementação alimentar somente deverá ser recomendada quando por qualquer razão as necessidades diárias de nutrientes não poderem ser supridas através da alimentação regular. Primeiro deve ser avaliado se a base nutricional é a adequada e se é praticado exercício físico orientado por um profissional qualificado, com tempos corretos de repouso e treinos intercalados, pois o excesso de atividade física com uma carga elevada de treino num sistema esquelético ainda em desenvolvimento pode ser prejudicial.
Para os jovens praticantes de desporto intensivo, é muito importante que a prática da atividade física esteja sempre em equilíbrio com a dieta, pois assim proporciona melhores benefícios à composição corporal, qualidade de vida e um melhor desempenho desportivo.
Por isso a orientação alimentar, ingestão de água adequada e a atividade física são os pilares mais importantes para o crescimento e desenvolvimento adequados do adolescente. Quando adequadamente recomendada a suplementação no adolescente pode trazer benefícios na prevenção de doenças, melhoria da imunidade e melhoria do desempenho desportivo.
Deve ser prescrita na quantidade adequada e administrada no momento certo, de acordo com o grau de atividade física e treinamento de cada adolescente, sendo também importante lembrar que o uso sem restrições de suplementos em crianças e adolescentes sem uma orientação adequada pode trazer riscos a saúde.
Lembramos que o tipo de produtos usados como suplementos seduzem os jovens adolescentes com a promessa de que aceleram os ganhos de massa muscular. Nascidos na era digital, querem tudo para ontem! Muitos deles, predominantemente rapazes, desejam trocar os seus corpos infantis por uma versão mais musculada ou definida no menor prazo possível.
São por isso um público fácil para os suplementos desportivos, em especial os que são anunciados para aumento da massa muscular como a proteína whey, extraída do soro do leite, creatina e os chamados BCCA (aminoácidos de cadeia ramificada, leucina, isoleucina e valina), estes últimos considerados durante muito tempo como o principal suplemento da lista dos que pretendiam ganhar músculos ou praticavam desportos de longa duração.
Porém, estudos levados a cabo nos últimos anos mostraram que os BCCA não acrescentam ganhos de massa muscular aos que ingerem quantidades adequadas de proteína ao longo do dia, o que levou alguns especialistas a questionarem a sua recomendação, o que não impede que continue a ser muito utilizado pelos praticantes de atividade física.
Com o advento público da internet na década de 1990 e a sua rápida expansão a nível global, um marco indelével na história da humanidade ficou para sempre registado.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.