Reconhecida como uma desordem psicossomática, a hipocondria é considerada atualmente como uma perturbação mental com sintomas físicos. Discute-se agora a possibilidade de artigos, temas e determinados programas veiculados pelas redes sociais e internet, poderem contribuir para a manifestação de quadros da doença e acelerar os sintomas em pessoas mais suscetíveis, principalmente quando descrevem casos que parecem pouco claros e imprevisíveis, como a esclerose múltipla ou o cancro.
Trata-se de uma perturbação mental recorrente, diferente do transtorno de pânico, em que a pessoa refere sintomas físicos e se sente especialmente ansiosa porque acredita convictamente que os sinais correspondem a uma doença grave, sem que tenha, ou não, uma qualquer condição médica diagnosticada.
Está habitualmente associada a um medo irracional da morte, a uma obsessão com sintomas ou defeitos físicos irrelevantes, preocupação e auto-observação constante do corpo e até com diagnósticos médicos, o que muitas vezes é motivo de chacota, mas esta fobia às doenças deve ser encarada como séria pois prejudica seriamente a vida dos pacientes.
Embora alguns cientistas considerem a hipocondria como um quadro clínico autónomo, outros preferem enquadrá-la como um subproduto de outras perturbações como a depressão e a esquizofrenia, o que tem suscitado os mais variados tipos de intervenção, nem sempre correspondendo às espectativas, levando por isso a que o prognóstico da doença seja geralmente reservado.
Apesar de a existência de uma doença real poder originar uma fobia às doenças e esta poder ocorrer em qualquer idade, na base da hipocondria não se encontra, geralmente, uma perturbação física bem definida. Habitualmente, o início dos sintomas dá-se a partir dos 30 anos de idade e pode afetar até 5% da população em geral, porém com uma prevalência estimada entre 4% e 9% nas consultas de clínica geral no nosso País.
Um número considerável de pessoas saudáveis do ponto de vista clínico e laboratorial recorre diariamente aos centros de saúde, clínicas e hospitais, reivindicando serem portadoras de doenças graves. Muitas vezes inconformados com a avaliação médica e os exames que indicam a inexistência de qualquer problema de saúde, muitas dessas pessoas saem dali diretamente para se sujeitarem à avaliação de outro profissional, na expectativa de encontrar o diagnóstico que coincida com a doença que supostamente pensam ter. Porém, a sua procura será em vão e daí pode resultar o primeiro indício de uma doença real, embora essa seja não seja ainda a que o paciente imaginara, isto é, a hipocondria ou “mania das doenças”, como é popularmente conhecida a patologia que se carateriza pela hipervalorização de sintomas perfeitamente normais.
As causas deste distúrbio, que provoca grande ansiedade, não são totalmente conhecidas, mas parece existirem fatores que podem estar envolvidos no seu desenvolvimento, como a existência de uma história de abuso físico ou sexual, doença grave na infância, reduzida capacidade de exprimir emoções, existência da patologia em questão em familiar próximo ou elementos genéticos.
Estando o paciente realmente convencido de que os seus sintomas correspondem a uma doença real, o diagnóstico pode ser muito difícil, pelo que na maioria dos casos só pode ser confirmado quando a situação se mantém durante alguns anos e depois de descartada a possibilidade de outras doenças como depressão ou outra perturbação do foro psiquiátrico.
A exclusão de outras doenças, mediante um cuidadoso exame médico é fundamental e, caso se confirme não existir qualquer outra razão para a sintomatologia, é necessário referenciar o paciente para um especialista em psiquiatria ou psicologia.
A maioria das pessoas que se queixam de dor física ou sentem medo de doenças inexistentes, não estão a fingir ou a delirar, mas sim a experimentar os resultados naturais de outros problemas emocionais, como por exemplo uma carga excessiva de stresse. O hipocondríaco sente realmente os sintomas, ainda que eles sejam totalmente irrelevantes, psicológicos ou com origem em esforços normais.
De entre as diferentes abordagens possíveis com vista ao tratamento da hipocondria, é usual o esforço para ajudar o paciente a encontrar a melhor maneira de superar as manifestações dos seus sintomas inexplicáveis e a preocupação frequente de estar doente, para que possa assumir o controle de sua vida. Pesquisas recentes, sugerem que a preocupação excessiva pode ser controlada através da psicoterapia direcionada ou com alguma medicação adequada.
Os tratamentos através da terapia cognitivo-comportamental (TCC) e inibidores seletivos de recaptação da serotonina, são opções eficazes de tratamento a ter em conta, conforme demonstrado em testes clínicos e estudos científicos recentes, ajudando o paciente a enfrentar e lidar com os sintomas físicos e preocupações, mostrando-se eficiente na redução da intensidade e na sua frequência. Já a medicação, ajusta os níveis de neurotransmissores e contribui para a diminuição da preocupação e pensamentos obsessivos, mostrando-se também eficaz para o tratamento da ansiedade e depressão.
Por último, surge um outro método de tratamento que se tem revelado tão eficaz quanto a terapia cognitiva, sem a regressão do quadro clínico, designada por terapia de exposição, que consiste na abordagem frontal da situação temida, a fim de eliminar a ansiedade ou medo, uma terapia geralmente usada em fobias, transtorno de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, anorexia, bulimia, entre outros, que têm em comum patologias como ansiedade ou medo de algo acontecer.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.
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