As perdas de peso, ou emagrecimento involuntário numa pessoa, podem ocorrer sem motivo aparente e muitas vezes de forma rápida, não estando relacionadas com alterações na dieta ou na prática de exercícios excessivos, podendo surgir devido a alterações metabólicas relacionadas com algum problema de saúde mais ou menos grave.

Inúmeras causas podem contribuir para que uma pessoa emagreça de forma inesperada e rapidamente sem que essa seja a sua vontade, havendo estudos a indicar que ente 15% a 30% dos casos podem indicar estados depressivos, muito embora possam ser apontadas outras razões como, metabolismo acelerado, distúrbios gastrintestinais, doenças pulmonares, infecciosas ou cardíacas, doenças da tiroide, diabetes, efeito colateral de medicamentos, cancro, metabolismo acelerado, diarreia crónica, tabagismo, sida, desnutrição, além de outras por vezes difíceis de identificar.

Todas estas causas potenciais, podem variar bastante dependendo em grande parte do comportamento individual e idade da pessoa, podendo ser agravadas pelo consumo excessivo de álcool ou drogas que também influenciam a perda de peso repentina e não intencional, sendo por isso necessário consultar um médico de clínica geral, sempre que surjam dúvidas sobre as causas que estão subjacentes a uma perda brusca de peso.

Ao longo da vida, durante o processo natural de envelhecimento, a perda de peso de forma lenta é considerada normal, estando habitualmente associada a uma redução do apetite, alterações do paladar, efeitos indesejados de medicação, ou a outros fatores como a demência senil, facto que pode fazer com que o idoso se esqueça de fazer as suas refeições ao longo dos dias.

Geralmente a partir dos 50 anos, com o envelhecimento, ocorre um outro processo natural que é a redução da densidade de massa muscular, redução da produção de determinadas hormonas, bem como dos estímulos físicos, razões consideradas comuns. Ainda assim, mesmo sendo normal, quando nos referimos a perda rápida de peso em idosos, é preciso manter atenção, fazendo exames de rotina com regularidade.

Nas mulheres, durante uma gestação saudável em que é espectável um aumento de peso entre 10 a 15Kg, não é provável que ocorra perda de peso; todavia isso pode acontecer, normalmente no início da gravidez, quando a mulher passa por um período de enjoos e vómitos continuados, o que pode dificultar a sua alimentação, ocasionando uma perda de peso não intencional devido à menor ingestão de alimentos calóricos. Por isso, sempre que surja emagrecimento anormal durante a gestação, deve ser consultado um médico obstetra e idealmente um nutricionista, para receber as orientações médicas e alimentares adequadas, evitando possíveis complicações na formação do feto.

O mesmo pode ocorrer durante todo o período de amamentação de um bebé, sendo comum que a mulher emagreça, pois a produção de leite exige bastante do organismo, consumindo cerca de 600-800 calorias por dia, o que pode levar a uma perda média de 2Kg de peso por mês, processo que contribui para o retorno ao peso original, caso exista equilíbrio na alimentação.

Já nos bebés, a perda rápida de peso é considerada comum em recém-nascidos, podendo chegar aos 10% do pesos corporal durante os primeiros 15 dias de vida, devido à perda de líquidos naturais, pela urina e fezes. Após esse período, é espectável que o bebé ganhe cerca de 250g de peso por semana até aos 6 meses de vida e mais daí por diante, de acordo com a idade. Caso isso não aconteça, é fundamental que a criança seja avaliada e monitorizada de perto por um pediatra, a fim de evitar problemas no seu desenvolvimento.

De uma maneira geral, a perda brusca de peso em qualquer pessoa, sem razão aparente, deve implicar uma avaliação médica, para investigar as causas e iniciar o tratamento caso se mostre necessário. Para que o médico possa avaliar com precisão, a causa ou causas da perda brusca de peso, podem ser necessários exames de diagnóstico, como o exame de sangue, urina, fezes, ressonância magnética ou raios-X do tórax, entre outros possíveis, variando em função dos resultados obtidos nos exames finais.

O primeiro risco da perda de peso rápida e inesperada, sem causa aparente, são as possíveis doenças que podem estar associadas ao quadro clínico, facto que exige atenção e pronto acompanhamento médico. Um outro fator de risco a considerar é a possibilidade de desnutrição, conduzindo às anemias, deficiências vitamínicas e rápida perda de massa muscular, situações que normalmente são acompanhadas por fadiga, fraqueza, cansaço e baixos níveis de imunidade.