A gota é uma doença caraterizada pela acumulação de ácido úrico no sangue sob a forma de cristais, que se manifesta particularmente nas articulações ou à sua volta, através de uma intensa reação inflamatória conhecida por artrite gotosa aguda ou ataque de gota.
As crises de gota podem surgir de forma inesperada e desaparecer do mesmo modo, atingindo normalmente apenas uma articulação de cada vez, com um intervalo entre as crises que pode ser superior a dois anos, podendo manifestar-se na mesma articulação anteriormente afetada ou em qualquer outra. O sintoma inicial é um inchaço na articulação do dedo grande do pé, acompanhado de dor muito forte.
Os ataques recorrentes de artrite inflamatória, uma doença autoimune que além de atacar as articulações pode causar deformação dos membros, podem surgir sem aviso prévio a meio da noite, provocando dor intensa geralmente no dedo grande de um pé ou em outras articulações como joelhos, cotovelos, tornozelos e dedos polegares ou outros.
A gota não é mais que uma forma comum de artrite inflamatória, porém muito dolorosa. Há momentos em que os sintomas se agravam dando origem a crises agudas, e outros assintomáticos designados por remissão. Os episódios repetidos de gota podem causar artrite gotosa, uma forma de agravamento da artrite. Com tratamento adequado, a dor e a inflamação podem desaparecer geralmente após alguns dias, porém podem reaparecer a todo o momento sem qualquer aviso.
Segundo um estudo publicados pela revista científica Arthritis & Rheumatology, em finais do último ano, estima-se que a doença atinja mais de 41 milhões de pessoas em todo o mundo e continua a crescer a uma taxa superior a 5% ao ano, com uma ocorrência mais frequente entre os homens do que em mulheres e manifestando-se geralmente entre os 30 a 50 anos de idade.
Normalmente as mulheres tornam-se mais propensas aos ataques de gota após a menopausa, sendo rara em adultos jovens e crianças. Os homens com excesso de peso corporal ou com a tensão alta, são particularmente propensos à doença de gota, em especialmente se estiverem medicados com diuréticos tiazídicos (ex. hidroclorotiazida e similares).
Principais causas
A gota não é mais que uma reação do organismo aos irritantes depósitos de cristais de ácido úrico nas articulações, que provocam uma dor intensa, mas cujos protocolos de tratamento são muito eficazes. Os casos mais ligeiros da doença podem ser controlados apenas através de dieta, porém, ataques recorrentes de gota podem exigir medicação de longo prazo a fim de evitar danos nos ossos e cartilagens ou até a deterioração dos rins, pela sobrecarga dos cristais na corrente sanguínea.
O ácido úrico é uma substância naturalmente produzida pelo organismo após a digestão das proteínas alimentares, processo que dá origem à produção de uma substância designada purina, que ao degradar-se se transforma em ácido úrico, sendo que uma parte deste é eliminado pelos rins e outra permanece na corrente sanguínea.
Este ácido é normalmente eliminado pelos rins e não causa normalmente qualquer problema de saúde, a menos que exista algum problema renal, se ingiram proteínas em excesso ou o corpo produza ácido úrico em excesso, levando a que se acumule nas articulações, tendões e rins, dando origem a Artrite Gotosa, popularmente conhecida como Gota, o tipo de artrite que origina dor intensa.
O excesso de ácido úrico no organismo pode ser eliminado, através de uma dieta equilibrada, reduzindo a ingestão de proteínas, alimentos calóricos e bebendo muita água. Todas estas ações devem ser acompanhadas da prática regular de exercício físico como forma de combate ao sedentarismo. Porém, em alguns casos com sintomas muito intensos poderá ser necessário o acompanhamento médico, com recurso a medicação específica.
Exames e tratamento
Nas situações mais complexas, o exame de ácido úrico é normalmente pedido pelo médico assistente para ajudar no diagnóstico, especialmente quando o paciente se apresenta com dor insuportável ou quando se suspeita de doenças mais graves, como lesão renal ou mesmo leucemia. O mais comum nestes casos é que os valores observados estejam acima dos valores de referência, muito embora também seja possível situarem-se abaixo desses valores quando se trate de algumas doenças congénitas raras.
Além de dor e inchaço nas articulações, especialmente do dedo grande do pé ou hálux, tornozelo, joelho ou dedos, outros sintomas como, dificuldade em movimentar a articulação afetada, vermelhidão, calor na zona ou deformação da articulação, devido ao acumular excessivo de cristais, podem também indiciar níveis elevados de ácido úrico. Um outro sintoma comum é o aparecimento de pedras nos rins, que causam dor intensa no fundo das costas e dificuldade na micção.
O tratamento para o excesso de ácido úrico deve ser orientado e seguido por um clínico geral ou reumatologista e inclui o uso de medicamentos como Alopurinol, Colquicina ou Febuxostate, bem como anti-inflamatórios não esteroides para alívio das dores nas articulações, cumulativamente com a prática de exercício e ingestão de água em abundância.
Controlar a gota e melhorar a qualidade de vida
É também muito importante que durante o tratamento seja seguida uma dieta adequada para redução dos níveis de ácido úrico, evitando os alimentos ricos em purina como as carnes vermelhas, peixes, frutos do mar e mariscos, dando preferência aos alimentos naturais e evitando os que são processados industrialmente.
A gota afeta muitos aspetos das rotinas diárias dos pacientes incluindo as atividades de trabalho e de lazer havendo, todavia, estratégias simples de gestão pessoal que comprovadamente podem contribuir para minimizar os seus efeitos e melhorar consideravelmente a sua qualidade de vida.
Após as crises de gota, são necessárias medidas para prevenir novas crises e controlar os níveis de ácido úrico no sangue, principalmente através do regime alimentar, evitando o consumo de carnes de animais jovens e das vísceras, frutos do mar e bebidas alcoólicas, seguindo com rigor a medicação prescrita pelo médico, além do controle do peso corporal e prática de exercício físico.
Complementarmente, há excelentes tratamentos caseiros que podem ajudar a controlar os níveis de ácido úrico no sangue, como tomar com regularidade uma mistura de sumo de beterraba e cenoura, porque estes alimentos possuem substâncias que contribuem para reduzir a sua concentração no sangue.
Outras opções naturais mais comuns são a toma diária de chás diuréticos como cavalinha, chá de urtiga, aplicação de pomada de arnica na zona afetada, cataplasmas da planta confrei, pois estas ervas medicinais possuem propriedades que auxiliam na recuperação da articulação afetada, trazendo alívio dos sintomas.
É necessário ter em atenção que mesmo tratando-se de produtos naturais, eles poderão provocar efeitos colaterais indesejáveis em pacientes com outras patologias ou condições de saúde, sendo por isso recomendável o aconselhamento médico antes de se optar por essa solução.
Nunca é demais relembrar os benefícios da atividade física para a manutenção de boa saúde. Para as pessoas que receiam que a atividade física possa piorar a artrite gotosa ou não têm certeza de como se exercitarem, pode ser útil a participação em programas específicos de fisioterapia que podem ajudar a reduzir a dor e a incapacidade relacionada com a doença, melhoramdo o humor e a capacidade de se mover.
Para os pacientes com artrite, em particular com artrite gotosa, é recomendado que protejam as suas articulações. Lesões nas articulações podem causar ou piorar os ataques de gota. Escolham atividades que sejam fáceis de executar e não provoquem esforço excessivo nas articulações, como caminhar, nadar ou andar de bicicleta, atividades de baixo impacto, que apresentam baixo risco de lesões e não colocam demasiada pressão nas articulações. Na dúvida, aconselhe-se com um especialista.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.
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