Glaucoma é a designação genérica atribuída a um grupo de doenças oculares distintas que provocam danos ao nervo ótico e geralmente perda da visão, podendo desenvolver-se com maior ou menor rapidez durante grande parte da sua evolução, de forma assintomática.
O glaucoma é considerado uma doença grave que surge na sequência do aumento da pressão intraocular e que pode assumir diferentes caraterísticas. De entre estas, o tipo mais comum é o glaucoma de ângulo aberto e os menos frequentes são o glaucoma de ângulo fechado e o glaucoma de tensão normal, sendo que o primeiro desenvolve-se lentamente, de forma assintomática durante a maior parte da sua evolução.
Etimologicamente, a palavra deriva do grego antigo glaukós e posteriormente do latim, para designar “catarata, opacidade das lentes”, de cor esverdeada que a pupila assume nesta doença. Com o evoluir ao longo do tempo, a visão periférica ou tangencial do paciente acometido pelo glaucoma de ângulo aberto começa a ficar comprometida, ocorrendo um estreitamento progressivo do campo visual que evolui para visão tubular ou central e, caso não haja tratamento, para a cegueira.
Por outro lado, o glaucoma de ângulo fechado pode evoluir para um quadro de doença crónica ou aguda, sendo que quando se apresenta sob forma aguda, pode originar dor ocular intensa, visão turva, cefaleia, náusea, vómitos e auréolas coloridas. A perda de visão devido a glaucoma, uma vez que tenha ocorrido, é permanente.
A perda de visão é consequência da destruição das células ganglionares do nervo ótico da retina, uma estrutura que liga o olho ao lobo occipital do cérebro, a área de processamento visual, responsável pela condução das imagens da retina até ao cérebro.
A pressão interna do globo ocular normal, medida em milímetros de mercúrio, deve manter-se dentro de determinados limites, geralmente entre os 15 mmHg e um valor máximo de 22 mmHg, sendo essa uma condição essencial para garantir o correto funcionamento do olho.
De entre os vários fatores que contribuem para a manutenção da pressão intraocular dentro dos valores normais, é de destacar a produção do humor aquoso, um líquido transparente, composto por água e diversos sais dissolvidos, localizado na câmara anterior e posterior do globo ocular, que tem por função nutrir a córnea e o cristalino, além de regular a pressão interna do olho.
O humor aquoso é produzido de forma contínua pelo corpo ciliar na câmara anterior localizada entre a córnea e a íris e na posterior entre a íris e o cristalino, sendo drenado pela delicada estrutura filamentar para manter a pressão ocular em valores normais. Se por qualquer circunstância a drenagem do humor aquoso não se fizer nas mesmas quantidades em que é produzido, a pressão ocular aumenta, provocando glaucoma nos olhos e consequente dano irreversível do nervo ótico.
O glaucoma pode ser causado por fatores de vária ordem, nomeadamente por obstrução da malha trabecular, uma rede porosa de microcanais interligados, localizada entre a superfície interna da córnea periférica e a superfície anterior da íris, ou por aumento da produção do líquido aquoso. A obstrução da malha trabecular pode ser de origem congénita ou adquirida, por depósito de pigmentos ou porque o ângulo entre a íris e a córnea está fechado. Refira-se que o aumento de produção de humor aquoso também é normalmente associado a inflamação do corpo ciliar.
Por fim, a origem do glaucoma ocular pode igualmente estar associada a determinadas doenças, com particular destaque para a diabetes, sendo esta uma das suas principais causas, devido essencialmente ao elevado número de doentes que sofrem desta patologia na atualidade.
Segundo dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS), o glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, prevendo-se que atinja mais de 111 milhões de pessoas em todo o mundo até 2040 e estimando-se que atinja atualmente mais de 150 mil pacientes no nosso País e acometendo principalmente as pessoas mais idosas.
Enquanto o glaucoma ocular pode ou não apresentar sintomas distintos, uma complicação quase inevitável é a perda de visão, que começa por atingir inicialmente a visão periférica de forma muito subtil, podendo não ser percetível pelo paciente. As perdas moderadas a severas só podem ser notadas pelos pacientes através de exames cuidadosos de sua visão periférica, o que pode ser feito fechando um olho e examinando todos os quatro cantos do campo visual notando a claridade e a acuidade e repetindo o procedimento com o outro olho fechado.
Com frequência, o paciente não se apercebe das alterações que estão a decorrer nos seus olhos, até notar os primeiros sinais de visão em túnel, isto é, perda de visão periférica, em que nos casos moderados a graves, o paciente fica com a sensação de estar a ver por um tubo estreito, situação que é frequentemente descrita como estando a ver através de um túnel. Se estes casos não forem tratados de imediato, o campo visual vai-se estreitando sucessivamente, obscurecendo a visão central cada vez mais e progredindo para cegueira do olho afetado.
Dado que a perda de visão causada pelo glaucoma é irreversível, mas pode ser prevenida ou atrasada por meio de tratamento adequado, a consulta a um oftalmologista pelas pessoas com risco de desenvolver aquela doença, especialmente os idosos e diabéticos não pode ser adiada. O diagnóstico precoce e tratamento atempado evitam a perda de visão.
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