A síndrome de fadiga crónica é uma desordem complexa, ainda sem uma explicação médica clara, que pode ser enquadrada no rol das doenças psicossomáticas, sendo caraterizada por fadiga extrema e cuja explicação pode ser encontrada numa condição médica subjacente e ser agravada com a atividade física ou mental, mas não melhora facilmente e tem uma duração de mais de seis meses.
Apesar de haver várias teorias sobre a sua causa, como infeções virais e tensão psicológica, a síndrome da fadiga crónica permanece desconhecida, embora alguns investigadores acreditem que possa ser acionada por uma combinação de fatores que afetam as pessoas com predisposição genética para a perturbação, problemas do sistema imunológico ou desequilíbrios hormonais, sendo ainda desconhecida a importância destas anomalias.
Os sintomas mais comuns da doença, incluem a fadiga continuada em si mesma, perda de memória ou capacidade de concentração, dores musculares inesperadas, dor de cabeça incomum, perturbação do sono, nódulos linfáticos no pescoço ou axilas inchados, garganta inflamada e exaustão extrema que permanece mesmo após exercícios ligeiros.
A fadiga pode ser sintoma de várias doenças, como infeções virais, bacterianas ou perturbações psicológicas. Se um sintoma de fadiga se tornar persistente ou excessivo, deverá ser consultado um médico.
A confirmação de um diagnóstico da síndrome de fadiga crónica obriga a vários testes médicos para exclusão de outros problemas de saúde com sintomas semelhantes e os tratamentos centram-se principalmente no alívio dos sintomas, quer através de medicação com antidepressivos e de terapias combinadas com aconselhamento psicológico bem como um programa de exercícios físicos específicos.
Com sintomatologia semelhante, é muitas vezes difícil para a generalidade da população percecionar quando se trata de fadiga crónica, depressão, stresse, burnout ou simples cansaço físico que se prolonga no tempo. Trata-se de problemas de saúde específicos, que são tratados e classificados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de maneira distinta.
Para a OMS, burnout não é uma condição médica, mas antes um fenómeno resultante de stresse constante e prolongado que se desenvolve gradualmente, principalmente no ambiente de trabalho, devido a desajustes entre o indivíduo e as tarefas que lhe são atribuídas. A síndrome pode ser decorrente de uma carga horária excessiva, falta de reconhecimento das chefias, excesso de responsabilidades e falta de autonomia para a tomada de decisões, justiça inadequada ou conflitos de valor.
O conceito de burnout não é novo. Ele foi caraterizado pelo psicanalista Herbert Freudenberger em 1974 como “um estado de esgotamento físico e mental, cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”. Os primeiros sinais manifestam-se por cansaço excessivo, falta de energia permanente mesmo após os períodos de descanso, ansiedade e dificuldade em dormir, sintomas que muitas vezes são subestimados mesmo pelos profissionais mais qualificados, por dificuldade e deficiente avaliação dos níveis a que se revelam.
Por outro lado, a depressão é classificada pela OMS como uma doença psiquiátrica crónica que pode afetar todas os grupos etários, incluindo crianças e idosos. Dependendo do seu grau de intensidade, pode tornar-se uma condição de saúde muito grave e, nos piores cenários, pode conduzir ao suicídio, que estatisticamente é a segunda maior causa de morte entre os jovens de 15 a 29 anos de idade em todo o mundo.
Além da predisposição genética, os fatores mais comuns para o aparecimento da depressão, podem ser eventos físicos ou psicológicos traumáticos e também o stresse crónico, que podem provocar uma redução nos níveis de serotonina, o neurotransmissor que interfere no humor, no sono, na alimentação, vida sexual e produtividade, levando a que surjam reações em cadeia no organismo, como perda de prazer, irritabilidade, cansaço, distúrbios do sono, perda de capacidade de concentração e apatia, sintomas que têm algumas semelhanças com a fadiga crónica.
O stresse, é uma condição que pode atingir pessoas de todas as idades e difere da depressão na forma como o corpo reage perante situações de grande carga emocional. Uma vez estimulado, o organismo produz hormonas que se disseminam rapidamente pela corrente sanguínea e levam à produção de adrenalina e cortisol, que quando em excesso, inflama o organismo e que por sua vez se vai refletir em órgãos como o cérebro, intestinos e células adiposas.
O stresse em si não é uma doença, mas pode ser o gatilho. Pode ser causado por conflitos familiares, problemas de saúde, divórcio, dificuldades financeiras, condições de trabalho, excesso de responsabilidades ou até relacionamentos tóxicos, que caso se prolonguem no tempo, poderão conduzir a sintomas como alergias, doenças dermatológicas, autoimunes e intestinais, insónia, infeções urinárias e incremento dos sintomas em pacientes cardíacos.
Comparativamente com as condições médicas caraterizadas anteriormente, a fadiga crónica pode ser muito mais abrangente, pois não advém somente do excesso de trabalho, como também das condições psicológicas em que as pessoas se movem, além de poder ter origem em patologias crónicas físicas e emocionais a montante.
Dadas as caraterísticas da patologia, o tratamento da síndrome de fadiga crónica deve ser orientado no sentido de reduzir os sintomas e melhorar as capacidades do paciente na realização das suas tarefas diárias, podendo passar por sessões de psicoterapia comportamental, pela prática de exercício físico regular, fármacos antidepressivos e para dormir.
Além disso, com a difusão cada vez maior das terapias alternativas, podem ser indicados tratamentos mais naturais, como a acupuntura, meditação, ioga, alongamentos e técnicas de relaxamento, consoante o nível de adaptação do paciente.
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