Chegada a época de férias, com a grande maioria das pessoas a deslocar-se para as praias e zonas de lazer a céu aberto, é oportuno lembrarmos a necessidade de protegermos o corpo dos raios solares mais intensos, de que podem resultar danos graves, caso sejam descurados.
A pele do ser humano é o órgão mais extenso do corpo exercendo muitas funções importantes, incluindo a proteção contra traumatismos, regulação da temperatura corporal, perceção de estímulos agradáveis e dolorosos, manutenção do equilíbrio hídrico e eletrolítico além de participar na síntese da vitamina D, elemento essencial ao metabolismo e equilíbrio dos vários órgãos do organismo.
Muitos dos problemas que ocorrem na pele, limitam-se à própria pele, mas em alguns casos, ela pode mostrar sinais de doença que está a afetar todo o organismo, razão porque os clínicos consideram, com frequência, a possibilidade de diversas doenças, quando procedem à avaliação de problemas cutâneos, procedendo a análises laboratoriais e hemogramas para descartar essa hipótese.
A pele contém substâncias químicas e nutrientes vitais, que agem como barreira para impedir a entrada de substâncias perigosas no corpo, além de fornecerem proteção contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta emitida pelo sol. Além de tudo isso, a cor, textura e as rugas da pele contribuem para identificar cada indivíduo e assim, tudo o que interfira com o seu funcionamento ou provoque alterações na sua aparência pode ter consequências importantes para a saúde física e mental.
A exposição ao sol em doses adequadas é muito benéfica e indispensável à saúde, mas para evitar danos maiores, especialmente durante os períodos de lazer ao ar livre, há necessidade de manter alguns cuidados, pois a exposição excessiva pode provocar queimaduras, envelhecimento precoce e cancro de pele, sendo essencial a manutenção de alguns cuidados ao longo da vida, por forma a preservarmos o organismo desses danos.
Os raios UVA e UVB emitidos pelo sol representam cerca de 95% da radiação que atinge o corpo, penetrando profundamente na pele e, por terem efeito cumulativo, podem provocar o aparecimento de pequenos sinais, sardas, manchas e rugas, além de poderem provocar tumores benignos, não cancerosos, ou malignos como o carcinoma basocelular, espinocelular ou o melanoma, pelo que é necessário ter alguns cuidados com a exposição ao sol, principalmente durante o verão. Por isso, a exposição solar entre as 10h00 e as 16h00 deve ser evitada pois é o período em que os raios são mais intensos.
Adicionalmente, as áreas expostas ao sol devem ser cobertas com roupas apropriadas como calças e camisa de manga comprida; devem usar-se óculos escuros e chapéus de abas largas que ajudem a proteger o rosto e o corpo; manter o corpo sempre hidratado, através da ingestão de bastante água; usar sempre um protetor solar com fator de proteção 30 (FPS) ou superior.
Os escaldões ou eritemas solares, são uma resposta inflamatória da pele, causada pela exposição à radiação UVA e UVB e são acompanhadas por vermelhidão e uma dolorosa sensação de calor e prurido, que nos casos mais graves pode resultar em bolhas, ou mesmo deixar lesões e cicatrizes na pele. Os escaldões ou eritemas solares, correspondem a uma queimadura causada pelo sol e pelos raios ultravioleta (UV), cuja classificação pode ir de primeiro a terceiro grau, em função da sua gravidade.
Ao escolher um fotoprotetor, a pessoa deve assegurar-se, em primeiro lugar, de que o FPS anunciado é o adequado para a idade, tipo de pele e se contém alguma substância ou excipiente alérgeno, que possa afetar as pessoas particularmente sensíveis ao desenvolvimento de alergias, bem como se o produto é ou não resistente à água.
Segundo um recente relatório sobre “Protetores solares” elaborado pelo Laboratório do Infarmed, a entidade que supervisiona os Produtos Cosméticos, com o objetivo de garantir a proteção da saúde dos consumidores, quando aplicados em condições normais ou previsíveis de utilização, as análises laboratoriais químicas e microbiológicas realizadas a 20 produtos com função de protetores solares, colhidas em fevereiro de 2020 em diversos pontos da cadeia de produção, nomeadamente distribuidores e locais de venda ao público, revelaram que dos 140 ensaios realizados, todos os produtos analisados apresentaram um FPS correspondente à categoria declarada no rótulo, não tendo sido detetada qualquer não conformidade.
Apesar dos resultados obtidos serem os esperados, a Entidade Reguladora não deixa de fazer referência às “Precauções a ter com a proteção solar”, a fim de prevenir queimaduras e, a longo prazo, o cancro da pele, bastando para isso ter alguns cuidados antes e durante a exposição solar, de entre as quais é destacado:
• Usar sempre, um protetor solar com um FPS adaptado ao tipo de pele, considerando que o rosto necessita geralmente de um fator de proteção maior que o escolhido para o corpo;
• Usar o protetor solar diariamente, nas áreas mais expostas ao sol;
• Aplicar o protetor solar 20 a 30 minutos antes de cada exposição solar;
• Evitar a exposição solar entre as 12 e as 16 horas, período mais prejudicial, segundo a Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo.
• Replicar sempre o protetor solar a cada 2 horas e após nadar e transpirar, já que a água e a transpiração diminuem a eficiência dos filtros solares;
• Usar óculos de sol, chapéus e bonés, que ajudam a proteger o rosto, lábios e olhos;
• Não expor crianças muito pequenas diretamente ao sol;
• Os dias nublados também exigem o uso de filtro solar, pois nestes dias 40 a 60% da radiações solares atravessam as nuvens e chegam à superfície da Terra;
• Cuidado com a luz solar refletida a partir da areia, já que mesmo na sombra atinge a pele.
Face ao esperado agravamento das condições climáticas, torna-se necessário estar precavido e saber cuidar da pele, primeira linha de defesa do nosso corpo contra as intempéries.
Mais de metade da população mundial a viver em grandes cidades, torna-se urgente reinventar espaços onde as pessoas possam estar em contacto com a mãe-natureza.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.