CANDIDÍASE

CANDIDÍASE

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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A doença denominada candidíase é uma infeção causada por um fungo patogénico do género Candida, um tipo de levedura do qual existem diversas espécies, mas a Candida albicans é a dominante e pode causar inflamação em praticamente qualquer zona do organismo. Quando afeta a boca é denominada candidíase oral, cujos sintomas mais frequentes são a dor e vermelhidão da boca e mucosa, podendo também surgir manchas brancas ou placas na mucosa da língua e das bochechas.

Já quando a doença atinge os órgãos genitais femininos, é denominada candidíase vaginal, cujos sinais e sintomas são principalmente o prurido e irritação e, por vezes, um corrimento vaginal transparente ou esbranquiçado, sem cheiro, mais acentuado a meio do ciclo menstrual e caraterístico da mulher em fase reprodutiva. Ainda que de forma menos comum, também no homem o pénis e prepúcio podem ser afetados, causando inchaço e vermelhidão.

As infeções por candidíase tanto podem ser superficiais, afetando a pele e mucosas, como em alguns casos raros tornarem-se invasivas, sendo estas mais comuns em doentes com o sistema imunitário debilitado por outras doenças ou tratamentos médico-cirúrgicos, razão por que a Candida albicans é considerada uma doença oportunista porque só provoca infeção quando o hospedeiro tem a saúde debilitada. Estima-se que o fungo esteja presente na orofaringe em cerca de 30% a 55% dos adultos jovens saudáveis e pode ser detetado em 40% a 65% da flora normal das fezes.

Embora seja uma infeção muito comum, a candidíase vaginal é pouco abordada nas conversas entre mulheres. Contudo, estima-se que a patologia atinja 3 em cada 4 pelo menos uma vez na vida e muitas sofrerão de candidíase recorrentemente. Torna-se por isso importante conhecer algumas circunstâncias ou fatores que podem contribuir para aumentar a suscetibilidade de contrair uma infeção fúngica vaginal e saber como se proteger.

Em ambientes com um nível de pH ácido, o crescimento de cândida é mantido num valor saudável pelas bactérias “boas” da flora vaginal, os lactobacilos. Todavia, quando se dá um desequilíbrio e o pH da vagina se torna menos ácido que o normal, as bactérias “más” ou os fungos, começam a desenvolver-se em excesso, o que pode levar ao desenvolvimento de uma infeção fúngica vaginal.

Entre os vários fatores que podem aumentar o risco desse desequilíbrio podemos considerar a gravidez, a toma recente de antibióticos, estar menstruada, toma da pílula contracetiva, ter diabetes ou ter sido diagnosticada com VIH. Contudo, não deve haver lugar a preocupações, pois a candidíase não é uma infeção sexualmente transmissível já que existem diferentes causas e origens. Pode, no entanto, ser transmitida ao parceiro sexual, pelo que a pessoa infetada deve utilizar contracetivos barreira para evitar o contágio.

Dependendo dos sintomas e eventual orientação médica, a maioria dos casos de candidíase é de tratamento bastante fácil, através de medicamentos de aplicação interna ou externa que vão ajudar a aliviar os sintomas incomodativos, existindo para o efeito uma vasta gama de produtos pelos quais a paciente pode optar e com o qual se sinta mais confortável, cuja duração de tratamento irá depender do tipo de produto utilizado, podendo ir de uma administração única até à aplicação diária com a duração de uma semana.

Tal como acontece em outras patologias, há pessoas com maior propensão para sofrer de candidíase de forma recorrente, o que normalmente pode ser causado pelas suas opções de estilos de vida. Se a paciente se enquadrar neste grupo, há alguns hábitos que devem ser alterados para prevenir com mais eficácia o reaparecimento da candidíase.

Á partida, deve lembrar-se de que a zona íntima na mulher tem um pH diferente do resto co corpo, pelo que o uso de alguns sabões e geles de banho, particularmente os perfumados, podem afetar o pH e a microflora da zona. Como alternativa, há hoje no mercado soluções especialmente desenvolvidas para lavar e proteger a zona íntima, à base de ácido láctico, que simultaneamente mantêm o equilíbrio do pH vaginal.

Outras medidas preventivas a ter em conta, passam por evitar o uso de desodorizantes e duches vaginais na zona íntima; adotar um estilo de vida saudável e tentar gerir o stresse, por forma a manter um sistema imunitário forte; evitar alimentos com excesso de açúcar; mudar os pensos higiénicos e tampões com frequência e evitar jacuzzis e banhos demasiadamente quentes. Além disso deve também evitar a utilização de roupa interior sintética e apertada que favorece o crescimento da Candida, devido à acumulação de humidade nos tecidos não respiráveis.

A candidíase pode suceder a qualquer pessoa, sendo fácil identificar os seus sintomas, que como já vimos tem tratamento relativamente simples. No entanto, se a candidíase se tornar recorrente, a toma de probióticos ou a aplicação de produtos que promovam o equilíbrio da flora vaginal, também podem ajudar a manter os níveis de bactérias “boas” e atenuar os sintomas, sendo aconselhável, caso a situação persista, recorrer a uma consulta médica.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
28 de Novembro de 2024

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