BACTERICIDA, BACTERIOSTÁTICO OU BACTERIOLÍTICO?

BACTERICIDA, BACTERIOSTÁTICO OU BACTERIOLÍTICO?

MEDICINA E MEDICAMENTOS

  Tupam Editores

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Os produtos que atuam no combate a bactérias são classificados como antibacterianos e geralmente são divididos entre bactericidas, bacteriostáticos e bacteriolíticos, e apesar da similitude entre os nomes, as suas definições estão diretamente relacionadas com o mecanismo de ação de cada um desses biocidas.

Embora não devam ser consideradas definições absolutas, um produto é classificado como bactericida, quando causa a morte de até 99,99% de bactérias, através de mecanismos como a inibição irreversível da replicação do ADN. Já os bacteriostáticos são os que inibem o crescimento das bactérias no meio, sendo necessária a atuação externa para a sua eliminação, tarefa que é desempenhada pelo sistema imunitário, quando deteta organismos infeciosos no corpo humano.

Por sua vez, os bacteriolíticos, além de matarem as bactérias ativas através do impedimento da formação para sua parede celular, também eliminam as células já mortas, através de um processo natural denominado de lise celular, ou seja, pelo rompimento da célula bacteriana.

A título de exemplo, uma penicilina é classificada como antimicrobiano bacteriolítico, produzido de forma natural por bactérias ou fungos, mas também pode ser totalmente sintético. Em concentrações mais elevadas, um bacteriostático pode eliminar a maior parte das bactérias, quando suficientemente concentradas, sendo nesse caso considerado como bactericida, o que por vezes dificulta a classificação e a aplicação destes produtos. Por isso, é de extrema importância a escolha da dosagem certa durante a prescrição, a fim de otimizar ao máximo o processo de eliminação de bactérias.

Os seres vivos que habitam o planeta estão atualmente divididos em três classes ou domínios: bactérias, arqueias ou arqueobactérias e eucariontes, microrganismos unicelulares. As bactérias apresentam uma grande diversidade de formas e tamanhos, o que é designado por morfologia e as suas células têm cerca de um décimo do tamanho das células eucariótidas, e tipicamente têm o tamanho de 0,5 a 5,0 micrómetros de comprimento, embora algumas podem atingir até 0,7 milímetros e tornar-se visíveis a olho nu.

Praticamente toda a vida animal na Terra depende das bactérias para a sua sobrevivência, já que somente elas e algumas arqueias possuem os genes e enzimas indispensáveis para sintetizar a vitamina B12, ou cobalamina como também é conhecida, que é fornecida através da cadeia alimentar. Trata-se de uma vitamina solúvel na água, estando envolvida no metabolismo de todas as células do organismo humano e constituindo um cofator na síntese do ADN e no metabolismo do ácido graxo e dos aminoácidos.

As substâncias antibacterianas não são encontradas somente nos fármacos. Na realidade existem na natureza, designadamente nas plantas e animais, nutrientes e compostos bioativos com efeitos terapêuticos idênticos, como por exemplo o alho, a propólis e a melaleuca, estes com notável atividade bactericida, além de muitas outras fontes naturais capazes de cobrir uma boa parte do espectro de doenças que afetam o ser humano desde sempre.

Graças aos antibacterianos, muitas das doenças infeciosas que até há menos de um século eram consideradas incuráveis e letais, podem hoje ser tratadas apenas com alguns comprimidos, graças ao avanço da medicina. O que torna os antimicrobianos tão potentes, reside no facto de atuarem em alvos específicos dos microrganismos, ou que são mais importantes neles que no ser humano.

As infeções microbianas podem ser tratadas com o uso simultâneo de dois ou mais antibióticos, devendo no entanto conhecer-se bem os efeitos da interação entre eles e restringir o seu uso apenas para casos especiais como por exemplo em infeções polimicrobianas ou em caso de resistência adquirida.

Além disso, a utilização de antibacterianos durante a gravidez e em pediatria, deve ser feita com cautela. No primeiro caso porque devido ao seu baixo peso molecular, difundem-se facilmente através da placenta, deixando o feto exposto aos seus possíveis efeitos tóxicos; no caso de crianças, o seu uso deve igualmente merecer especiais cuidados já que na maioria das vezes são utilizados para o tratamento de infeções benignas, como resfriados ou diarreia, o que pode dar origem ao aparecimento e disseminação de cepas bacterianas resistentes.

Entre os antibióticos bactericidas de primeira linha mais usados na prática clínica, prescritos sob receita médica obrigatória, contam-se a Amoxicilina, Ampicilina, Carbenicilina, Cloxacilina, Dicloxacilina, Mezlocilina, Nafcilina e Penicilina.

Como exemplos de bacteriostáticos de primeira linha, igualmente sob prescrição médica obrigatória, mais usados temos a Associação sulfametoxazol + trimetoprim, Azitromicina, Clindamicina, Cloranfenicol e Tetraciclina.

Quanto aos antimicrobianos bacteriolíticos, eles podem ser produzidos de forma natural por bactérias ou fungos ou serem totalmente sintéticos, contando-se entre eles as várias formas de Penicilina e outros antibacterianos cujo mecanismo de ação esteja relacionado com a dissolução de bactérias.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
25 de Outubro de 2024

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