Mulheres com epilepsia podem ter filhos com menor peso ao nascer
Até agora desconhecia-se o impacto potencial dos medicamentos anticonvulsivantes na taxa de aborto e no metabolismo ósseo dos filhos das grávidas com epilepsia. Mas um estudo realizado recentemente por investigadores da Universidade de Zhejiang, na China, permitiu apurar que as mulheres com epilepsia podem ter filhos com metabolismo ósseo reduzido e menor peso ao nascer.
Estima-se que a epilepsia atinja cerca de 50 mil portugueses de todas as idades. Contudo, o número de pessoas não epiléticas que pode sofrer uma crise convulsiva durante a vida é de uma em cada vinte.
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Na investigação, publicada online no Annals of Clinical and Translational Neurology, a equipa de especialistas analisou retrospetivamente dados de 83 parturientes com epilepsia que recebiam cuidados pré-natais hospitalares (2012 a 2021) e um grupo de controle de 249 parturientes sem epilepsia.
Os investigadores descobriram que as mulheres com epilepsia tinham significativamente mais probabilidade de ter de realizar uma cesariana com uma taxa de aborto menor (55,4 versus 37,3%). Após ajuste para potenciais variáveis de confusão, o comprimento femoral dos filhos das mulheres com epilepsia foi significativamente reduzido em relação aos das mulheres do grupo de controle (6,812 versus 6,923 cm).
Em comparação com os filhos cujas mães tomaram um único medicamento anticonvulsivante ou nenhum, as crianças nascidas de mães que tomaram vários anticonvulsivantes apresentavam comprimentos femorais e biparietais significativamente reduzidos. Além disso, o uso de múltiplos anticonvulsivantes foi associado a um peso significativamente menor das crianças ao nascer, em comparação com os filhos das mulheres que não tomaram esses medicamentos.
De acordo com Huali Luo, durante a gravidez, o ideal – tanto para as mulheres com epilepsia, como para os seus filhos –, seria tomar um único anticonvulsivante pois assim não só se controlariam as convulsões e se reduziriam os danos causados pelas mesmas durante a gravidez, como se minimizaria a restrição de anticonvulsivantes no crescimento e desenvolvimento das crianças.
