PIERCINGS: OS RISCOS E OS CUIDADOS A TER

PIERCINGS: OS RISCOS E OS CUIDADOS A TER

BELEZA E BEM-ESTAR

  Tupam Editores

0

Uma das coisas que mais preocupam os pais é o uso de piercings, uma moda que, nos últimos anos, vem dominando os jovens, sendo comum vê-los com vários piercings espalhados pelo corpo.

Piercing significa a criação de uma abertura na pele com o propósito de inserir joias ou outros adornos, e isso inclui, mas não se limita, a piercing da orelha, lábio, língua, nariz, sobrancelhas, umbigo ou genitais.

A prática não é recente e possuiu inúmeros significados ao longo do tempo, que se encontravam dependentes do contexto cultural e social onde eram elaborados. Hoje em dia são várias as razões para a sua realização, no entanto, a mais comum está relacionada com o embelezamento do corpo e a expressão da individualidade.

O interesse pelos piercings corporais tem vindo a aumentar entre os adolescentes e adultos jovens.


Cerca de 1 em cada 4 pessoas entre os 13 e 29 anos possui um. Na maioria dos casos, a implantação do piercing decorre sem maiores complicações, mas o procedimento está longe de ser isento de problemas – até 40% das pessoas apresentam algum grau de infeção da pele.


A pele é o nosso maior órgão de defesa. Ela impede que os bilhões de bactérias que aí vivem invadam o nosso organismo.


Quando furamos essa barreira através de um piercing, estamos a expor o nosso interior a germes que causam doenças.

Alguns locais como a língua e a orelha são mais suscetíveis a complicações, no entanto, qualquer região do corpo pode apresentar infeções graves. Isso inclui genitais, umbigo, sobrancelhas, mamilos, etc. Sempre que a barreira da pele for quebrada haverá risco de contaminação bacteriana.

As duas infeções mais comuns da orelha são a celulite, provocada pela bactéria Staphylococcus aureus, e a pericondrite, que é a inflamação da cartilagem da orelha – uma região de baixa vascularização sanguínea –, e costuma ser provocada pela bactéria Pseudomonas aeruginosa.

A infeção da orelha pode surgir no momento da implantação do piercing, se o processo for feito com pouca assepsia, ou mais tarde.

Foram ainda relatadas deformidades no lóbulo da orelha, queloides e granulomas. Aqui, para além do aspeto estético, também pode ocorrer perda de função. O potencial de transmissão da infeção pelo HIV e hepatite é outra grande preocupação.

No caso do piercing da língua, o problema é o oposto ao da cartilagem. É um órgão extremamente vascularizado e localizado numa região com elevada carga de bactérias. Como há muito fluxo de sangue, qualquer infeção na língua pode facilmente atingir a circulação sistémica e levar as bactérias a órgãos distantes.

Na cavidade oral a colocação de piercings tem implicações e consequências para a saúde, que vão de dor, recessão gengival – a mais frequente –, até outras onde existe um envolvimento sistémico e implicam risco de vida para o indivíduo, como por exemplo, endocardite, abcesso cerebral e angina de Ludwig.

Podem ainda provocar sangramento frequente da língua, aumento de salivação, lesões dos dentes por trauma do piercing, problemas respiratórios e até prejudicar a fala.

Além dos mencionados, os piercings têm sido associados a outros problemas médicos, incluindo infeção local e dor persistente, sepsis, edema, aumento da dimensão de gânglios linfáticos, reações alérgicas, formação de hematoma, tecido de granulação e formação de quisto epidérmico.

As complicações graves são raras, mas podem colocar a vida da pessoa em risco ou provocar lesões deformantes.

Assim, evite fazer um piercing de forma impulsiva. Um dos cuidados mais importantes é escolher bem o local onde irá realizar o procedimento e o profissional que o fará. A implantação de qualquer objeto que implique quebra da barreira da pele deve ser considerada um procedimento cirúrgico e, como tal, deve estar submetida a criteriosos padrões de assepsia.

Antes de fazer o piercing deve ter a caderneta de vacinação atualizada, especialmente as vacinas do tétano e da hepatite, pois os procedimentos que envolvem o corte da pele têm maior risco de provocar doenças infecciosas.

Nos primeiros dias é normal o local onde fez o piercing ficar dorido, inchado e avermelhado. Durante o primeiro mês após a colocação os cuidados são muito importantes, pois é durante esse período que há maior risco de infeção, inflamação e rejeição do piercing pelo corpo.

Para evitar que isso aconteça e que a cicatrização acontece da melhor forma, deve: Lavar sempre as mãos antes de tocar no piercing; Limpar a pele em volta do piercing com uma gaze humedecida com soro fisiológico ou lavar com sabonete neutro; Finalizar secando a região em volta usando uma gaze limpa e seca; Aplicar vaselina ao redor do orifício do piercing, com a ajuda de um cotonete, para manter a ferida húmida, que ajuda a acelerar a cicatrização; Repetir os cuidados 2 a 3 vezes por dia.

Tenha em mente que embora os cuidados de limpeza do piercing possam ser usados em qualquer parte do corpo, cada local precisa de cuidados especiais, assim, questione o profissional que lho colocou sobre os cuidados específicos para a zona onde colocou o seu.

A cicatrização total do piercing demora cerca de um mês, e após esse tempo é possível substituir o que foi colocado na loja, por outro menor e de material antialérgico, que deverá ser comprado em lojas especializadas e de confiança, como lojas de tatuagens, piercings ou ourivesarias. Não corra riscos desnecessários!

0 Comentários