Identificados novos genes que predispõem para inflamação da íris
Um estudo internacional liderado pela Universidade de Oulu e pelo Hospital Universitário de Oulu, na Finlândia, permitiu identificar seis regiões genéticas associadas à inflamação da íris do olho, também conhecida como uveíte anterior. A investigação revelou ainda uma correlação genética entre uveíte anterior e as doenças inflamatórias intestinais (DII).
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Todos os anos, aproximadamente 600 finlandeses são diagnosticados com uveíte anterior. Apesar de poder ocorrer em qualquer idade, esta inflamação intraocular é mais comum em indivíduos dos 20 aos 50 anos.
A uveíte anterior é conhecida por estar associada a várias doenças autoimunes, e certos tipos de tecido também podem predispor os indivíduos para a condição, no entanto, os mecanismos precisos subjacentes à doença continuam em grande parte desconhecidos, e a causa base geralmente permanece obscura.
O objetivo do estudo, publicado no British Journal of Ophthalmology, era investigar o historial genético da uveíte anterior. A equipa internacional utilizou dados dos biobancos da Finlândia, Estónia e do Reino Unido, o que permitiu estabelecer comparações entre mais de 12.000 pacientes com uveíte anterior e quase 1 milhão de controles.
Ao analisar dados genéticos, os especialistas identificaram seis regiões genéticas associadas à uveíte anterior, três das quais não haviam sido previamente associadas à condição. Uma descoberta surpreendente foi a correlação genética entre uveíte anterior e as DII – que incluem colite ulcerativa, doença de Crohn e colite microscópica.
Outra descoberta significativa foi que todas as regiões genéticas identificadas associadas à uveíte anterior tinham genes biologicamente relevantes envolvidos na imunidade.
De acordo com Fredrika Koskimäki, líder da investigação, foi a primeira vez que se conseguiu demonstrar que certas regiões genéticas estão ligadas à uveíte anterior. O estudo veio aumentar a compreensão dos mecanismos biológicos que contribuem para a uveíte anterior e a sua conexão com doenças autoimunes. As descobertas podem ainda abrir novas perspetivas para o desenvolvimento de tratamentos para a uveíte anterior.