Há duas décadas que o estudo da investigadora recai sobre os efeitos desta terapia em diferentes tipos de cancro, principalmente no melanoma, cancro da mama e colo do útero.
O procedimento não invasivo tem demonstrado grande potencial na prevenção de tumores malignos do HPV – o vírus está associado ao desenvolvimento de quase todos os diagnósticos de cancro do colo do útero.

A terapia consiste na aplicação de um medicamento denominado ácido delta aminolevulínico no colo do útero. Após quatro horas, o fármaco transforma-se numa substância química fluorescente que se acumula nas células doentes, o que permite a sua eliminação através de um laser especial.

A especialista realça que, ao contrário de outros tratamentos, a terapia fotodinâmica elimina apenas as células danificadas e não afeta as estruturas saudáveis. Assim, tem grande potencial para reduzir a taxa de mortalidade por cancro do colo do útero

Fizeram parte do estudo 420 pacientes das regiões de Oaxaca e Veracruz e 29 da Cidade do México, que se submeteram ao tratamento. As mulheres estavam infetadas com HPV, apresentavam lesões pré-malignas no colo do útero ou ambas as condições.

Os resultados preliminares revelaram que a técnica pode ser uma opção eficaz para as pacientes.
Além de acabar com o HPV, a terapia fotodinâmica foi eficiente na remoção de lesões pré-malignas em estágios iniciais da doença. O HPV foi eliminado em 100% das pacientes que tinham o vírus, mas não apresentavam lesões pré-malignas, em 64,3% das mulheres com o vírus e com lesões, e em 57,2% daquelas com lesões, mas sem a presença do vírus.

A erradicação do HPV através da terapia fotodinâmica representa uma esperança concreta para milhões de pessoas em todo o mundo. Esta conquista realça a importância de investir em ciência e tecnologia para transformar a saúde pública e salvar vidas.