TRATAMENTO PREVENTIVO DO ENFISEMA PULMONAR

TRATAMENTO PREVENTIVO DO ENFISEMA PULMONAR

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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O enfisema pulmonar é uma doença cuja queixa mais comum é a dificuldade respiratória, que se vai instalando de modo gradual, podendo não causar sintomas durante vários anos e cujos sintomas começam geralmente a desenvolver-se entre os 40 e 60 anos de idade.

É fundamental que o paciente com início de enfisema pulmonar proceda a mudanças de hábitos e identifique os fatores de risco para o agravamento da sua situação, recorrendo se necessário ao profissional de saúde, que o ajudará e aos seus familiares na identificação desses riscos e o orientará no esquema de vacinação anual anti-influenza e antipneumocócica a cada cinco anos, caso tenha idade superior a 65 anos

No início, os primeiros sintomas começam a manifestar-se após a realização de esforço físico, mas nas fases mais avançadas mesmo quando em repouso, podendo a respiração tornar-se mais ruidosa que o habitual, não sendo de descartar a ocorrência de pieira. Também as unhas e os lábios tendem a adquirir uma coloração acinzentada ou azulada, resultante da dificuldade de oxigenação das extremidades do corpo, o que pode causar um aumento da frequência cardíaca devido ao esforço que o coração é obrigado a realizar para tentar compensar o menor aporte de oxigénio e causar dificuldade de concentração.

O enfisema pulmonar é uma das várias formas de doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), tendo como principal causa o tabaco, mas podendo igualmente ser causado pela inalação de drogas, poluição do meio ambiente ou em casos mais raros derivar de formas hereditárias da patologia. Na ausência de tratamento, o enfisema pode associar-se a um colapso pulmonar, complicações cardíacas ou mais comummente a infeções respiratórias.

Anatomicamente, o enfisema pulmonar pode ser definido como a distensão anormal dos espaços aéreos distais aos bronquíolos, as ramificações terminais dos brônquios, levando à redução da superfície respiratória, diminuição da irrigação e comprometimento da elasticidade pulmonar. Em consequência disso, a capacidade pulmonar de realizar as trocas gasosas normais de forma eficiente fica reduzida, podendo resultar em uma menor concentração de oxigénio no sangue, tornando-se em uma doença obstrutiva crónica de carácter progressivo. Na maioria dos casos, a função pulmonar fica irreversivelmente comprometida, levando a um nível elevado de incapacidade.

Uma vez que as alterações da estrutura pulmonar são irreversíveis, não há cura conhecida para a doença, sendo o tratamento definido de modo personalizado e podendo incluir medicamentos que ajudam a reduzir ou mesmo parar o consumo de tabaco, além de outros específicos para minimizar os sintomas da doença e permitir uma respiração mais fácil.

O tratamento do enfisema pulmonar tem por objetivo o alívio dos sintomas, melhoria da qualidade de vida, prevenção da progressão da doença, melhorar a tolerância ao exercício, prevenir e tratar eventuais exacerbações e reduzir a mortalidade. Para o efeito, são geralmente utilizados medicamentos broncodilatadores, corticosteroides, antibióticos e sessões de tratamento por oxigenoterapia e inaloterapia.

A nível de prevenção, a prática regular de exercício físico, bem como uma dieta equilibrada podem ser úteis, a primeira porque permite aumentar a capacidade pulmonar e a segunda porque melhora o sistema imunitário e a saúde em geral, constituindo por isso mudanças importantes.

Além disso, devem evitar-se as baixas temperaturas pois provocam espasmo dos brônquios o que agrava a dificuldade respiratória, sendo importante que se tenha particular atenção às infeções respiratórias, cabendo neste caso ao médico assistente a indicação das vacinas mais adequadas para cada caso em particular.

Apesar de os pulmões serem um órgão muito complexo e essencial à sobrevivência, não estão imunes à passagem do tempo. À medida que as pessoas envelhecem, as alterações afetam o tecido pulmonar, os músculos e a estrutura óssea, o que naturalmente tem impacto na respiração. A quantidade de ar que os pulmões podem armazenar, isto é, a sua capacidade pulmonar total é de cerca de seis litros.

Com o declínio da função pulmonar, provocado pelo envelhecimento, a respiração pode tornar-se gradualmente mais difícil com o tempo. Embora os problemas pulmonares possam ocorrer em qualquer idade, é óbvio que existe um maior declínio da imunidade, o que significa que a capacidade de combater e curar infeções fica naturalmente diminuída com o avanço da idade.

O enfisema pulmonar é uma das infeções respiratórias mais comuns entre os idosos, dado que, com o envelhecimento, as estruturas pulmonares ficam menos elásticas e perdem a capacidade de limpar as impurezas provenientes do ambiente. Respiração com sons sibilantes relativamente agudos causados pelo estreitamento das vias respiratórias, tosse persistente, dor no peito ao respirar e perda de apetite, são alguns dos sintomas associados ao enfisema nos idosos.

Devido ao acentuado envelhecimento da população portuguesa, foi recentemente instituído pelo Ministério da Saúde um modelo de assistência hospitalar praticada no domicilio do doente por profissionais de saúde dos hospitais, que apresenta diversas vantagens, nomeadamente o tratamento hospitalar com maior conforto e bem-estar para o doente, bem como a promoção da autonomia dos doentes e maior envolvimento dos familiares, além de permitir um menor tempo de internamento e a diminuição das infeções em ambientes hospitalares.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
19 de Julho de 2024

Mais Sobre:
PULMÃO DOENÇA IDOSO

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