TERAPIAS COMPLEMENTARES: OSTEOPATIA

TERAPIAS COMPLEMENTARES: OSTEOPATIA

DOENÇAS E TRATAMENTOS

  Tupam Editores

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Etimologicamente, o termo osteopatia deriva do grego antigo, osteon (osso) e páthos (estado ou condição), podendo ser definido como um tipo de terapia que incorpora conhecimentos de medicina alternativa, baseando-se na aplicação de técnicas manuais semelhantes à massagem, através da manipulação das articulações, músculos e nervos, para ajudar na recuperação, manutenção e restabelecimento do equilíbrio entre mente e corpo, por forma a aliviar a dor e melhorar a mobilidade da parte ou partes afetadas.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a osteopatia é uma disciplina que se baseia na terapia manual com vista ao diagnóstico e tratamento, sendo também designada por medicina complementar, pelo facto de oferecer uma visão holística do corpo humano diferente da medicina convencional e, para além de o seu objetivo curativo, tem igualmente um papel importante como medicina preventiva.

É por isso um procedimento geralmente indicado para as pessoas que estão com luxações, espasmos musculares, dores no nervo ciático, nas costas ou nos ombros, bem como para outras complicações causadas pelo sedentarismo, má postura, lesões desportivas ou excesso de stress e que por qualquer razão pretendem evitar o uso de medicamentos comuns. Deve ter-se em conta, no entanto, que a osteopatia não é de todo aconselhada para as pessoas portadoras de osteoporose ou com distúrbios na coagulação do sangue.

A terapia osteopática foi desenvolvida em 1874 pelo médico americano Andrew Taylor Still, baseando-se na crença de que todos os sistemas do corpo humano estão relacionados entre si e, assim sendo, qualquer disfunção em um deles afeta todos os outos e que além disso o corpo por si só possui a capacidade de se regenerar, desde que todas as suas estruturas estejam equilibradas.

Ainda existem poucas evidências de que a osteopatia constitua alguma ajuda no tratamento de qualquer condição médica, em virtude de não haver estudos suficientes que comprovem a sua eficácia como terapia. No entanto, o número de pessoas que recorrem a este tipo de tratamento, quase empírico, tem vindo a aumentar em crescendo ao longo dos anos, tendo levado a que já tenham sido criadas em Portugal, Escolas e Instituições de Ensino Superior especializados que formam profissionais a nível de licenciaturas e mestrados.

Em Portugal, a licenciatura em Osteopatia confere ao indivíduo as qualificações necessárias para o exercício profissional autónomo e independente, conforme estabelecido em Portaria conjunta dos Ministérios da Saúde e da Edução e Ciência de 8 de outubro de 2014 que, baseada nas recomendações e propostas da OMS, fixa a caraterização e o conteúdo funcional da profissão de osteopata.

Nos termos da legislação em vigor, a osteopatia “tem por objetivo diagnosticar diferencialmente, tratar e prevenir distúrbios neuro-músculo-esqueléticos e outras alterações relacionadas, utilizando uma variedade de técnicas manuais e outras afins necessárias ao bom desempenho osteopático para melhorar funções fisiológicas e ou a regulação da homeostase.”

O profissional licenciado em osteopatia é designado por osteopata, estando apto a exercer a sua atividade em diversos contextos profissionais, a nível individual ou participando em equipas multidisciplinares, segundo os padrões éticos e deontológicos estabelecidos pelo Código de Ética e Deontologia dos Osteopatas, mantendo sempre uma atitude responsável, com vista a garantir a segurança, efetividade e qualidade dos serviços prestados aos cidadãos e de acordo com requisitos para o exercício da profissão na União Europeia (UE), bem como com os padrões de referência da OMS.

Osteopatia no combate à dor

De entre as várias causas que podem provocar restrições de mobilidade do corpo, podemos considerar o stress físico ou emocional, como por exemplo, má postura, lesões pela prática desportiva ou acidentes.

Descoberta há quase 150 anos, a técnica da osteopatia é hoje usada com eficácia no tratamento de lombalgias, hérnia de disco, torcicolos, labirintites, dores de cabeça e nas articulações têmporo-mandibulares, além de outras funções corporais.

Em Portugal, as dores nas costas são a primeira causa para perder anos de vida útil, ultrapassando patologias como a doença vascular cerebral, doença cardíaca ou a diabetes, por exemplo. Segundo os últimos dados publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), referentes a 2019, estima-se que em Portugal haja cerca de 2,4 milhões de pessoas com queixas de “dores cervicais ou outros problemas crónicos no pescoço” e mais de 3,3 milhões com “dores lombares ou outros problemas crónicos nas costas.

Segundo a Associação Internacional para o Estudo da Dor (IASP), a dor é uma experiência multidimensional, desagradável, envolvendo não só uma componente sensorial, mas também emocional e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é descrita em função dessa lesão. É um dos principais motivos para a procura de cuidados de saúde por parte da população em geral e, para além do sofrimento que causa e da redução da qualidade de vida, pode provocar alterações fisiopatológicas que irão contribuir para o aparecimento de comorbilidades e alterações orgânicas e psicológicas, podendo conduzir para a cronicidade das manifestações dolorosas.

Em termos de tempo de duração, a dor pode ser classificada de aguda, quando é de início recente e de provável duração limitada, havendo normalmente uma relação temporal ou causal bem definida, e crónica, quando perdura de forma contínua ou recorrente para além de três meses ou se mantém para além do curso normal de uma doença aguda ou da cura da lesão que lhe deu origem.

Enquanto que a dor aguda é um sintoma fisiológico que deve ser interpretado como um sinal de alerta para proteção do organismo, a dor crónica deverá ser considerada uma doença ou disfunção orgânica. Tal como está definido, o ajuste osteopático é um processo de integração e integridade mecânico-fisiológica tendo por objetivo manter ou restabelecer o equilíbrio na relação entre o Sistema Nervoso Central (SNC) e o Sistema Nervoso Periférico (SNP), mantendo o equilíbrio entre a nutrição e a eliminação, sendo expectável que uma vez removida a obstrução seja restaurada a normalidade de forma natural.

O osteopata é um especialista mecânico-fisiológico antes de tudo conhecedor profundo de anatomia e em particular da estrutura físico-articular humana, bem como das respetivas cartilagens e estruturas associadas, com capacidade para resolver alguns dos muitos problemas de dores nas regiões do pescoço, ombros e lombares, através de manobras manuais, técnica hoje muito difundida em hospitais e clínicas em que o osteopata trabalha nos pontos exatos em que as dores são sentidas.

Quer se trate de uma dor lombar, suspeita de hérnia discal, dor ciática, torcicolo ou tendinite, são várias as motivações que levam as pessoas a procurar um osteopata, muitas vezes influenciada pelas recomendações de alguém que já obteve bons resultados através desse método terapêutico.

A crença das pessoas em determinado modelo de terapia, baseia-se sobretudo na sua perceção de eficácia para resolver o seu problema, seja por experiência adquirida, por aconselhamento de familiares e amigos ou induzida por ações de marketing direcionadas, como se verifica para uma boa parte de outras decisões tomadas pelo ser humano.

Daí que, como em qualquer outro, o tratamento da dor começa por um ato de convicção do paciente, muito antes do osteopata tocar ou colocar as mãos no local da dor.

A habilidade manual do osteopata no tratamento da dor é muito especializada e treinada intensivamente, sendo que o toque ou palpação lhe permite sentir a anatomia viva do paciente, fazendo das mãos deste profissional de saúde o seu principal instrumento de trabalho.

Trata-se de um tratamento suave, sem dor e sem utilização de medicamentos ou equipamentos elétricos, que em parceria com o paciente e com uma importante vertente de aconselhamento, lhe permite obter rápidos resultados ao fim de um reduzido número de sessões.

A osteopatia é especialmente indicada em pacientes de todas as idades com patologias do foro ortopédico, reumatológico e traumatológico, problemas cranianos, viscerais e do foro pediátrico, particularmente quando os recém-nascidos revelam anomalias congénitas.

Autor:
Tupam Editores

Última revisão:
28 de Novembro de 2024

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