De acordo com a Associação Americana de Psicologia, "muitos estudos têm demonstrado que o castigo físico pode levar ao aumento da agressividade, comportamento antissocial, lesões físicas e problemas de saúde mental para crianças".

No entanto, embora as atitudes tenham mudado ao longo dos anos, dois terços da população dos Estados Unidos ainda aprovam que os pais batam nos seus filhos.

Recentemente, uma equipa de investigadores da Universidade do Missouri, nos Estados Unidos, analisou os efeitos da punição física em crianças, através de um Projeto de Pesquisa e Avaliação do Early Head Start, que avaliou 1 840 mães e crianças.

Todos os participantes estavam abaixo ou na linha de pobreza, e eram europeus-americanos (960) ou afro-americanos (880). As crianças estavam quase igualmente divididas entre géneros.

Os dados recolhidos foram de crianças com idades que variavam entre os 15 e os 25 meses e depois quando as crianças se encontravam no quinto ano de escolaridade; as informações surgiram de pesquisas realizadas, visitas domiciliárias e entrevistas com professores.

No estudo, publicado na Developmental Psychology, os investigadores encontraram diferenças nos resultados para as crianças euro-americanas e afro-americanas. As crianças afro-americanas que sofreram punição severa aos 15 meses apresentavam um comportamento mais "agressivo" e "delinquente" no quinto ano de escolaridade e comportamentos positivos eram menos frequentes nestas crianças.

Nas crianças euro-americanas, não havia nenhuma ligação entre punição e emoções negativas. No entanto, as crianças com pais que demonstraram emoções negativas, como a irritabilidade, eram mais propensas a ter emoções negativas.

De acordo com os investigadores, os resultados mostram que a forma como os pais tratam os seus filhos numa idade jovem, especialmente as crianças afro-americanas, afetam significativamente o seu comportamento, sendo de extrema importância que os pais se abstenham dos castigos físicos, pois estes podem ter impactos duradouros.