Para compreender a diferença entre estar sozinho ou gostar da solidão, leva-nos a uma reflexão importante sobre dois conceitos que povoam a nossa mente, moldam as nossas relações com a sociedade e convidam à exploração do nosso íntimo.
A solidão é o desligar de tudo o que nos rodeia, a ausência de pertença com a sociedade e com o outros, de tal forma que as pessoas consideradas solitárias não conseguem sentir qualquer identificação com o meio e com as pessoas à sua volta, causando isolamento que se vai acentuando. Trata-se de um sentimento incontrolável.
A psicologia aponta para o facto de que os transtornos mentais são muito comuns nas pessoas que sentem a tristeza e solidão e que essas condições podem ser o rastilho para as crises de síndrome de pânico, ansiedade, stresse e depressão profunda, patologias que se tornaram uma preocupação a nível mundial e que foram consideravelmente agravadas com a última pandemia, em consequência do isolamento social.
Já em estar só, a pessoa está fisicamente sozinha mas não experimenta sentimentos de solidão, podendo fazê-lo de forma voluntária porque segundo a sua vontade prefere ficar sozinha do que estar com outras pessoas, isto é, trata-se de um isolamento social por escolha. Por vezes as pessoas sentem necessidade de passar algum tempo sozinhas, como forma de relaxar e descansar, numa solidão saudável e agradável que as leve a recarregar baterias, promover a criatividade e o autoconhecimento.
Pesquisas levaram os cientistas a descobrir a existência de uma ténue diferença entre a pessoa sentir-se só e estar realmente sozinha, tendo o estudo revelado que a solidão surge quando o indivíduo passa mais de dois terços do seu tempo só. Descobriu-se que a par dos fatores de risco tradicionais, o isolamento social é um fator de risco significativo para a saúde, isolamento que é caraterizado pela redução ou inexistência de interações sociais e que pode ser detetado acusticamente.
Para conseguir isso, os investigadores criaram um algoritmo de aprendizagem designado por SocialBit, que pode ser executado em um smartwatch, um dispositivo semelhante aos rastreadores de fitness, que deteta os tempos de interação social, com base em recursos vocais de amostras de áudio ambiente sem processamento de linguagem natural. Assim como os rastreadores de condicionamento físico medem a atividade física através da contagem de passos diários dados, o SocialBit medirá a atividade social contando os minutos de conversas por dia.
Nos adultos com mais de 67 anos, a correlação entre a solidão e o tempo passado sozinho é particularmente forte, com uma sobreposição de cerca de 25%, sendo que num mundo repleto de infinitas ligações e comunicação permanente, a relação entre estar só e solidão, nem sempre é clara. Esta constatação levou investigadores da Universidade do Arizona a analisarem essa relação, tendo descoberto que se trata de duas coisas diferentes e que não estão intimamente correlacionadas. As pessoas não se sentem solitárias até passarem 75% do seu tempo sozinhas, no entanto, quando ultrapassam esse período torna-se-lhes difícil evitar sentimentos de solidão.
O estudo, liderado por Alex Danvers, ex-associado de pós-doutoramento na UArizona, foi publicado no jornal Research in Personality em setembro último e corroborado por David Sbarra, professor de psicologia da UArizona e autor sénior do artigo. Referindo-se à realidade nos EUA em 2023, sobre o padrão de aumento da solidão, Sbarra disse que cada vez mais a atenção dos estudos se tem concentrado na solidão como fator determinante da saúde, dado existir uma forte correlação entre a solidão e o isolamento social, sendo no entanto necessária mais pesquisa sobre o tema.
Nas pessoas mais jovens, estar só ou sentir-se sozinho são apenas coisas diferentes, pois podem sentir-se sós no meio de uma multidão ou podem não se sentir solitários mesmo quando estão sozinhos, situação que não se verifica entre os mais velhos.
Vivemos uma época em que estamos a passar por uma série de alterações que nos levam a ficar cada vez mais sozinhos, quer devido ao envelhecimento acentuado da população, das mudanças nas formas de relacionamento social, aumento de famílias monoparentais e das pessoas que preferem viver sozinhas ou em demandas sociais que implicam isolamento.
A solidão é um sentimento muito desagradável que nos pode invadir a qualquer momento, apesar de estarmos rodeados de pessoas que se preocupam connosco, podendo ser sinal ou transformar-se em um problema sério de distúrbio que habitualmente não costuma receber atenção suficiente.
Embora seja muito difícil assumir o sentimento de solidão e, mais ainda, remediá-lo, é possível a cada um de nós, tentar mudar a percepção que temos sobre ele, sendo necessário à partida identificar a sua origem. Uma vez identificada a causa é preciso agir, pensando no que é preciso fazer para a corrigir ou eliminar, melhorando as relações sociais, encontrar novos amigos ou iniciar novas atividades em grupo, sendo o voluntariado uma das melhores formas de o fazer.
Disforia é uma sensação oposta à euforia, correspondendo a uma certa tristeza ou depressão pós-sexo, que acomete algumas mulheres e homens após o clímax de um orgasmo.
As preferências dos homens, quando falamos das caraterísticas que mais desejam nas mulheres que pretendem para suas companheiras e confidentes, são amplamente diversificadas e subjetivas.
A vacinação continua a ser o melhor meio de proteção contra o vírus, com uma proteção mais eficaz contra doenças mais graves, embora o seu efeito protetor diminua com o passar do tempo.