MENOPAUSA

Menopausa precoce pode agravar o declínio cognitivo

A demência afeta desproporcionalmente mulheres em todo o mundo, o que sugere fatores de risco específicos para cada sexo. Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Tohoku e do Instituto Metropolitano de Ciências Médicas de Tóquio descobriu que as mulheres que entraram na menopausa antes dos 40 anos apresentaram piores resultados cognitivos do que aquelas que entraram na menopausa após os 50 anos.

Menopausa precoce pode agravar o declínio cognitivo

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A descoberta, publicada recentemente na revista Alzheimer's & Dementia, pode ser útil para os médicos na avaliação do risco de as suas pacientes desenvolverem demência. Além de se acreditar que a demência possa ter fatores de risco específicos para as mulheres, a menopausa precoce também está associada a um maior risco de depressão na vida adulta. No entanto, são escassas as evidências sobre o impacto da menopausa precoce nas trajetórias relacionadas à idade dos sintomas depressivos e da função cognitiva.

Para a investigação, os especialistas utilizaram dados do Estudo Longitudinal Inglês sobre o Envelhecimento, classificando a idade da menopausa em três categorias: <40, entre os 40-49 e ≥50 anos. O estudo incluiu 4.726 mulheres e 4.286 homens que foram avaliados através de medidas de funcionamento cognitivo, como orientação, recordação imediata e tardia e fluência verbal.

A equipa testou a associação entre sexo e idade na menopausa e o funcionamento cognitivo dois anos depois, após ajustar os fatores de risco modificáveis para demência na linha de base.

Na procura de associações, é importante descartar o máximo possível outros fatores de risco modificáveis para a demência. Como a menopausa precoce aumenta o risco de depressão, que por sua vez aumenta o risco de demência, teve de se controlar esse fator para determinar se a menopausa precoce, por si só, era um fator de risco direto.

Após controlar as medidas de desfecho na linha de base e outras covariáveis (como outros fatores de risco modificáveis para a demência), a menopausa com menos de 40 anos, em comparação com ≥ 50 anos, estava significativamente associada a uma pior orientação de acompanhamento em 2 anos, assim como à recordação imediata e tardia.
A função cognitiva das mulheres que entraram na menopausa com ≥ 50 anos foi, na verdade, melhor do que no grupo de comparação de homens. A terapia de reposição hormonal (TRH) não foi associada à função cognitiva.

De acordo com Miharu Nakanishi, autor principal do estudo, os resultados sugerem que mulheres que têm uma menopausa precoce podem constituir um grupo de alto risco específico para o declínio cognitivo.
São necessários, contudo, estudos adicionais para elucidar os mecanismos subjacentes à relação entre os níveis de hormonas femininas e a função cognitiva. Compreender essa relação em profundidade pode ajudar a desenvolver tratamentos que retardem o início da demência nos pacientes em risco.

Fonte: Tupam Editores

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