OFTALMOLOGIA

Novo método de tratamento promete alívio duradouro do glaucoma

Uma única injeção sob a pálpebra pode substituir meses de colírios diários para tratar o glaucoma, uma das principais causas de cegueira, revelou um estudo realizado por investigadores da Universidade de Toronto. Os especialistas utilizaram agregados coloidais de medicamentos para modificar os efeitos de um medicamento de pequena molécula para o glaucoma.

Novo método de tratamento promete alívio duradouro do glaucoma

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A nova abordagem, publicada no jornal Advanced Materials, prolonga o efeito do medicamento de seis horas, quando é administrado sob a forma de colírio, para até sete semanas com uma única injeção não-invasiva sob a pálpebra.

Glaucoma é a designação médica para um grupo de doenças do olho que danificam o nervo ótico, responsável pela transmissão da informação do olho até ao cérebro. Atualmente, não há curas clínicas – apenas tratamentos que podem retardar a progressão da doença.

Os colírios são o tratamento mais comum para o glaucoma, mas apresentam problemas em relação à eficácia e à adesão do paciente, especialmente porque a doença é mais comum em adultos mais velhos.

De acordo com Mickaël Dang, primeiro autor do estudo, autoadministrar perfeitamente os colírios pode ser difícil e os seus efeitos são transitórios, exigindo uma administração num horário preciso e baseado em intervalos. Existem ainda terapias a laser e tratamentos cirúrgicos que exigem uma injeção no interior do olho a cada poucos meses, mas estes acarretam riscos de complicações como infeção, inflamação ou perda de visão.

O novo método de tratamento fornece coloides de pró-fármacos de timolol dispersos num hidrogel, e demonstra pela primeira vez que um fármaco não formador de coloides pode ser quimicamente modificado num pró-fármaco formador de coloides.
O estudo permitiu apurar que a distribuição desse agregado de fármaco coloidal pode ser dispersa num hidrogel formador in situ no espaço subconjuntival.

O medicamento coloidal permitiu uma libertação lenta ao longo de várias semanas, o que aumentou em 200 vezes a sua eficácia, e o hidrogel resultou na formulação que permaneceu no espaço subconjuntival após a injeção. O controle – sem o hidrogel – escoou principalmente daquele espaço.

Devido ao sucesso da investigação pré-clínica, a equipa tem agora como objetivo otimizar a sua formulação para uso clínico final. Os especialistas imaginam um futuro onde esta injeção não-invasiva possa ser administrada uma vez por mês ou de dois em dois meses num consultório médico.
Mas há ainda muito trabalho pela frente. Atualmente a equipa está focada na estabilidade e na capacidade de fabricação do novo produto, e a tentar angariar fundos para que ele avance mais rapidamente para a clínica.

Fonte: Tupam Editores

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