SÍNDROME

Síndrome de Tourette é frequentemente ignorada em meninas

Mulheres com a Síndrome de Tourette (ST) têm menos probabilidade do que os homens de receber um diagnóstico para o transtorno, sugere um estudo publicado recentemente no jornal Neurology. Como o diagnóstico é mais demorado, geralmente, na altura do diagnóstico as meninas são mais velhas do que os meninos.

Síndrome de Tourette é frequentemente ignorada em meninas

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A ST é uma perturbação neurológica crónica que se traduz na presença de determinados tiques (simples ou complexos), com início antes dos 18 anos de idade. Os tiques são movimentos (tiques motores) e vocalizações (tiques vocais) sem sentido e fora do contexto, involuntários, rápidos e recorrentes.

Atualmente, esta síndrome é diagnosticada cerca de três vezes mais frequentemente em meninos do que em meninas.

Para o estudo, os investigadores analisaram dados de um conjunto de pessoas selecionadas para investigação genética em transtornos de tiques, tendo sido identificadas mais de 2.100 pessoas com ST e quase outras 300 com uma condição separada denominada transtorno de tique motor ou vocal persistente.

Cerca de 61% das mulheres no grupo foram diagnosticadas com ST antes do estudo, em comparação com 77% dos homens. Após o ajuste para outros fatores, a equipa concluiu que as mulheres tinham 54% menos probabilidade de terem sido diagnosticadas antes do estudo, mesmo sofrendo da condição.

Também demorou mais um ano para as meninas receberem o diagnóstico do que os meninos – cerca de três anos em média, em comparação com dois. As meninas tendem a ser diagnosticadas em média aos 13 anos, e os meninos aos 11 anos. Os resultados revelaram, contudo, que as meninas também eram um pouco mais velhas quando os seus sintomas tiveram início – cerca de 6,5 anos contra 6 anos dos meninos.

Segundo a Dra. Marisela Dy-Hollins, investigadora principal, a deteção rápida da ST é importante para ajudar as pessoas a controlar a condição. Assim, tanto os profissionais de saúde como os pais devem fazer um rastreio às meninas com tiques e procurar um tratamento de forma a controlar melhor os tiques ao longo do tempo.
As opções de tratamento incluem educação, terapias comportamentais, medicamentos e espera vigilante, pois os tiques geralmente melhoram com o tempo.

Desconhece-se a razão por que o diagnóstico é atrasado entre as meninas quando se trata de ST, sendo necessários mais estudos para entender as diferenças entre indivíduos do sexo feminino e masculino nos transtornos de tiques, além de investigações envolvendo populações raciais e étnicas.

Fonte: Tupam Editores

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