PSICOLOGIA

Perfil psicológico afeta risco de declínio cognitivo na velhice

O perfil psicológico de cada um pode dar pistas sobre o risco de declínio cognitivo na velhice. Um novo estudo liderado pela Universidade de Barcelona, tinha como objetivo descobrir quais os perfis psicológicos que apresentam maior risco de sofrer de demência ou de algum problema de saúde mental na meia-idade e na velhice.

Perfil psicológico afeta risco de declínio cognitivo na velhice

DOENÇAS E TRATAMENTOS

DEMÊNCIA


Na investigação, os especialistas dividiram os mais de mil voluntários em três tipos de pessoas. A maioria dos voluntários tinha uma idade média de 51 anos (e um subgrupo significativo tinha uma idade média de 71 anos). Nenhum dos participantes tinha doenças neurológicas diagnosticadas.

Antes de serem adicionados aos respetivos grupos, os participantes passaram por vários testes psicológicos, e depois de serem selecionados realizaram vários testes cognitivos e neurológicos para identificar os seus riscos.

Apurou-se que 26% apresentavam menos fatores de proteção. Tinham pouca vontade de socializar e de participar de atividades comuns, eram menos amigáveis e também tinham pouca capacidade de autoanálise e de encontrar um significado para a sua vida. Ou seja, o oposto do que se consideram fatores de proteção para a demência. Este grupo era predominantemente masculino (57% versus 43% feminino).
Nos testes para detetar estágios de demência pré-clínica, eles apresentaram as pontuações mais altas. A ressonância magnética mostrou maior atrofia neuronal nas áreas relacionadas ao Alzheimer.

Vinte por cento dos participantes foram agrupados como apresentando maiores fatores de risco: pensamentos de arrependimento sobre o passado, ideias obsessivas ou preocupação excessiva com o futuro. Neste grupo havia mais mulheres do que homens (62% versus 38%).
Os resultados mostraram que este grupo tinha pior pontuação nos testes cognitivos e de Alzheimer, embora não tanto quanto o primeiro grupo, que teve pontuações baixas em fatores de proteção.

Num perfil equilibrado enquadravam-se 54% dos participantes. Estes indivíduos relacionavam-se bem e demonstravam boa capacidade de introspeção e de perdoar os seus erros. Tinham hobbies e objetivos e não mostraram sinais de declínio cognitivo acelerado ou de atrofia cerebral prematura.

Os investigadores não sabem exatamente quais os mecanismos que fazem com que um determinado perfil acelere o declínio intelectual mas, segundo o Dr. David Bartrés-Faz, primeiro autor do estudo, uma das hipóteses é que o perfil psicológico afeta as decisões de estilo de vida – por exemplo, a atividade física ou a dieta –, e que é o estilo de vida que influencia o declínio cognitivo.

Embora a maioria de nós já consiga adivinhar em qual dos três perfis psicológicos se enquadraria, é aconselhável consultar um psicólogo clínico para fazer um diagnóstico correto e avaliar se seria necessário algum tipo de terapia para reduzir os eventuais riscos.

Fonte: Tupam Editores

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