Cuidados a ter com a febre da carraça
A carraça é um parasita externo da espécie artrópode, cujo tamanho varia, em média, entre 3 a 6 milímetros e que se alimenta do sangue de um vasto leque de hospedeiros como aves, répteis, anfíbios e mamíferos, incluindo os humanos.
DOENÇAS
PULGAS, CARRAÇAS E OUTROS PARASITAS
A primavera instalou-se e com ela os dias mais quentes e longos, estação que convida a permanecer mais tempo no exterior, desfrutando com os nossos animais. No entanto, esta é também a época em que a presença de pulgas e carraças (entre outros parasitas) é mais acentuada no ambiente. LER MAIS
Diferindo entre si, quer a nível morfológico quer biológico, existem dois grandes grupos de carraças, os ixodídeos e os argasídeos. As de corpo duro ou ixodídios são o grupo mais frequente e com maior impacto para a saúde pública e animal, existindo mais de 700 espécies deste grupo em todo o mundo, das quais, cerca de 20 estão descritas em Portugal.
As carraças têm um grande impacto na saúde animal, não só pelos seus efeitos diretos como é caso da paralisia da carraça, mas também pelos agentes patogénicos que transmitem e que são responsáveis por doenças bacterianas, virais ou parasitárias nos seres humanos e animais.
A febre da carraça, é uma doença que pode ser provocada por diferentes agentes infeciosos transmitidos pela carraça, com destaque para a Babesia e as bactérias do género Rickettsia, cujos sintomas típicos mais observados, como o próprio nome sugere, são a febre, prostração, tremores, urina escura e mucosas amareladas ou pálidas.
O verão e inicio do outono são os momentos do ano em que as carraças ficam mais ativas e podem mais facilmente transmitir doenças, particularmente às pessoas que optem por gozar as férias ou os seus momentos de lazer, em contacto com a natureza. As temperaturas mais elevadas da época são benéficas a vários níveis, melhorando o humor, a imunidade e até a concentração, mas também trazem alguns riscos, requerendo cuidados acrescidos com o terreno, as plantas ou os animais.
As carraças podem ser acastanhadas, avermelhadas ou pretas e normalmente desprendem-se do hospedeiro depois de vários dias a alimentar-se e podem demorar apenas algumas horas a transmitir os agentes patogénicos para a corrente sanguínea, devendo por isso ser removidas da pele logo que detetadas.
A febre da carraça pode tornar-se perigosa, particularmente em crianças mais fragilizadas, pelo que além de inspecionar o corpo depois de um dia no campo, em contacto com a natureza ou animais, caso surjam os primeiros sintomas de infeção, deverá procurar-se a ajuda médica imediata.