INTOXICAÇÃO

Pesticida comum prejudicial em qualquer quantidade

Um tipo de inseticida desenvolvido para ser usado comercialmente no tratamento de plantas destinadas à agricultura, e que também passou a ser utilizado em plantas ornamentais, é prejudicial para as abelhas, mesmo quando aplicado numa quantidade bem abaixo do recomendado.

Pesticida comum prejudicial em qualquer quantidade

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ABELHAS, MUITO MAIS QUE MEL

Quimicamente semelhantes à [url-nolink=/pt/medicamentos/DCI/nicotina/informacao-geral]nicotina[/url], os neonicotinoides são inseticidas que protegem contra insetos que atacam as plantas, como os pulgões, mas prejudicam seriamente os insetos benéficos, como as abelhas.

Muitos estudos têm-se focado no uso desses agrotóxicos em plantações de alimentos, como a canola, nas quais são normalmente aplicados em baixas doses.
No entanto, os cientistas querem agora estudar a aplicação de neonicotinoides em vasos de plantas ornamentais, que podem representar fontes mais potentes e agudas de exposição à toxina para as abelhas.

É comum que as pessoas que usam esses agrotóxicos nas suas plantas domésticas acreditem que regar bem as plantas “lava” o produto depois de as pragas terem sido eliminadas. Mas não foi isto que os cientistas constataram.

“Os neonicotinoides são frequentemente usados em plantações de alimentos e no tratamento de sementes”, explicou o professor Jacob Cecala, da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

“Mas estes pesticidas geralmente são aplicados em quantidades maiores em plantas ornamentais por razões estéticas. Os efeitos são mortais [para as abelhas], não importa o quanto as plantas sejam regadas”, acrescentou.

Cecala disse ter ficado surpreso com esse resultado, já que os neonicotinoides são solúveis em água. Embora o aumento da água tenha diminuído a potência do pesticida no néctar das flores, os efeitos negativos nas abelhas continuaram a ser registados.

“Infelizmente, observamos uma diminuição de 90 por cento na reprodução das abelhas com níveis altos e baixos de irrigação”, acrescentou.

Os cientistas recomendam que os viveiros quantifiquem a quantidade de pesticidas que entram nas flores de acordo com os regimes de rega e de aplicação dos mesmos, e considerem práticas alternativas de maneio que reduzam os danos para as abelhas e para os ecossistemas que delas depende.

A solução do problema “não é tão simples como exigir não use pesticidas - às vezes eles são necessários” disse Cecala, acrescentando que, “no entanto, as pessoas podem procurar uma classe diferente de inseticida, tentar aplicá-los em plantas que não são atraentes para as abelhas ou encontrar métodos biológicos de controlo de pragas”.


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