Oxodotreótido de lutécio (177Lu)

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
O Oxodotreótido de lutécio (177Lu) é um medicamento radiofarmacêutico usado para o tratamento de determinados tumores (tumores neuroendócrinos gastroenteropancreáticos), que não podem ser totalmente removidos do organismo através de cirurgia, que se tenha espalhado no organismo (metastáticos) e que não respondam mais ao tratamento actual.

O tumor tem de ter receptores de somatostatina na superfície das suas células de forma que o medicamento seja eficaz.

O Oxodotreótido de lutécio (177Lu) liga-se a estes receptores e emite radioactividade directamente para as células do tumor, causando a morte das mesmas.

O uso de Oxodotreótido de lutécio (177Lu) envolve exposição a radioactividade.

O médico de família e o médico de medicina nuclear consideraram que o benefício clínico obtido pelo procedimento com o radiofármaco ultrapassa o risco devido a radiação.
Usos comuns
Oxodotreótido de lutécio (177Lu) é indicado para o tratamento, em adultos, de tumores neuroendócrinos gastro-entero- pancreáticos (TNE GEP) positivos para o receptor de somatostatina, bem diferenciados (G1 e G2), progressivos, não operáveis ou metastáticos.
Tipo
Sem informação.
Indicações
Oxodotreótido de lutécio (177Lu) é indicado para o tratamento, em adultos, de tumores neuroendócrinos gastro-entero- pancreáticos (TNE GEP) positivos para o receptor de somatostatina, bem diferenciados (G1 e G2), progressivos, não operáveis ou metastáticos.
Classificação CFT

16.1.9 : Outros citotóxicos

Mecanismo de ação
O oxodotreótido de lutécio (177Lu) apresenta uma afinidade elevada pelos receptores de somatostatina de subtipo 2 (sst2). Liga-se a células malignas que realizam sobrexpressão dos receptores sst2.

O lutécio-177 (177Lu) é um radionuclídeo emissor de β- com um alcance de penetração máximo de 2,2 mm (alcance de penetração médio de 0,67 mm), suficiente para matar células de tumor específicas com um efeito limitado em células normais vizinhas.
Posologia orientativa
Existem leis rígidas sobre o uso, manuseamento e eliminação de radiofármacos.

Oxodotreótido de lutécio (177Lu) apenas será usado em áreas controladas.
Este medicamento apenas será manuseado e administrado por pessoas formadas e qualificadas para usá-lo em segurança.
Estas pessoas tomarão cuidados especiais para o uso seguro deste medicamento e darão informações sobre as suas ações.

Antes de iniciar o tratamento com Oxodotreótido de lutécio (177Lu), um exame de imagiologia do receptor de somatostatina (cintigrafia ou tomografia por emissão de positrões [PET]) tem de confirmar a sobrexpressão destes receptores no tecido do tumor, estando a captação do tumor, no mínimo, ao nível da captação hepática normal (classificação de captação do tumor ≥2).

O regime de tratamento com Oxodotreótido de lutécio (177Lu) recomendado para adultos é de 4 perfusõesde 7.400 MBq cada.

O intervalo recomendado entre cada administração é de 8 semanas, que pode ser prolongado até 16 semanas em casos de toxicidade modificadora de dose (TMD).

Para fins de protecção renal, deve ser administrada por via intravenosa uma perfusão de solução de aminoácidos durante 4 horas.
A perfusão de solução de aminoácidos deve ser iniciada 30 minutos antes do início da perfusão de Oxodotreótido de lutécio (177Lu).
Administração
Oxodotreótido de lutécio (177Lu) deve ser administrado apenas por pessoas autorizadas a manusear radiofármacos, em contextos clínicos designados para o efeito e após avaliação do doente por um médico qualificado.

Oxodotreótido de lutécio (177Lu) é administrado directamente numa veia.

Devido à radiação emitida por este medicamento, durante o procedimento de administração, deve estar isolado de outros doentes que não estejam a receber o mesmo tratamento.

Além da administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu), será administrada uma perfusão com aminoácidos, de forma a proteger os rins.
Tal pode induzir náuseas e vómitos; também vai receber uma injecção antes do início do tratamento para reduzir estes sintomas.
Contraindicações
Hipersensibilidade ao Oxodotreótido de lutécio (177Lu).
Gravidez confirmada ou suspeita de gravidez, ou quando a possibilidade de gravidez não foi excluída.
Insuficiência renal com depuração de creatinina <30 ml/min.
Efeitos indesejáveis/adversos
Os efeitos do Oxodotreótido de lutécio (177Lu) estão ligados principalmente à radioactividade.

O efeito secundário mais comum verificado em doentes que estejam a ser tratados com Oxodotreótido de lutécio (177Lu) é o impacto na medula óssea.
Tal pode levar a uma diminuição nos diferentes tipos de células sanguíneas, de forma mais importante, os glóbulos vermelhos(responsáveis pelo transporte de oxigénio dos pulmões para os diferentes órgãos), plaquetas (uma célula especial que ajuda o sangue a coagular) e outras células sanguíneas como os glóbulos brancos (leucócitos) (ajudam a combater infecções).
Tal acontece em muitos doentes e é frequentemente temporário.
No entanto, em casos raros, o decréscimo nas células sanguíneas pode ser de longa duração e/ou permanente.
Como consequência, um decréscimo nos diversos tipos de células sanguíneas pode pô-lo em risco de hemorragia, fadiga, falta de ar e infecção.
Se tal ocorrer, o médico de família pode decidir atrasar ou interromper a administração do tratamento.

Outros efeitos secundários incluem:
Náuseas e vómitos (geralmente durante as primeiras 24 horas) e apetite diminuído.

Possíveis efeitos secundários retardados (> primeiras 24 horas) da radiação incluem fadiga.
Adicionalmente, devido à morte e fracionamento das células malignas pela terapia, existe uma possibilidade de experienciar uma libertação excessiva de hormonas destas células, aumentando ou iniciando sintomas relativos a tumor neuroendócrino, tais como diarreia, afrontamentos, alteração do batimento cardíaco, falta de ar etc.

Caso experiencie estes sintomas: informe o médico de família imediatamente e pode ser-lhe pedido para ficar no hospital para observação e tratamento, caso seja necessário.

De seguida, é disponibilizado um resumo dos efeitos secundários por ordem de frequência:
Muito frequentes (podem afectar mais do que 1 em 10 pessoas):
Náuseas,
vómitos,
fadiga,
contagem de plaquetas reduzida (trombocitopenia),
contagem de leucócitos reduzida (linfopenia),
contagem de eritrócitos reduzida (anemia),
apetite diminuído,
contagem de todas as células sanguíneas reduzida (pancitopenia).

Frequentes (podem afectar até 1 em 10 pessoas):
Contagem de leucócitos reduzida (leucopenia ou neutropenia),
dores musculares,
perda de cabelo parcial temporal (alopécia),
distensão abdominal (sensação de inchaço),
diarreia,
tonturas,
reacção no local de injecção ou inchaço,
alteração no paladar,
dor no local da injecção,
dor de cabeça,
tensão arterial elevada ou reduzida,
edema (inchaço) periférico,
resultados anómalos no teste de sangue renal (creatinina aumentada),
dor abdominal (geral e superior),
prisão de ventre,
resultados anómalos no teste de sangue do fígado,
rubor e afrontamentos,
nível de açúcar no sangue aumentado,
desmaios,
insuficiência renal (incluindo lesão aguda),
desidratação,
azia (dispepsia),
sangue na urina,
resultados anómalos no teste de urina (presença de proteínas séricas),
decréscimo na função da tiróide,
falta de ar,
inflamação do estômago (gastrite),
quantidade anormalmente elevada de pigmento biliar (bilirrubina) no sangue (hiperbilirrubinemia),
resultados anómalos de teste do sangue (hipomagnesemia e hiponatremia),
doença do tipo gripe,
arrepios,
cancro na medula óssea (síndrome mielodisplásica),
transfusão de sangue.

Pouco frequentes (podem afectar até 1 em 100 pessoas)
Dor,
dor no abdómen inferior,
desconforto abdominal,
dor gastrointestinal,
acumulação anómala de fluidos no abdómen,
obstrução intestinal (especialmente no íleo),
dor orofaríngea,
inflamação da boca e dos lábios,
boca seca,
disfunção do olfacto,
função pancreática anómala,
inflamação aguda do pâncreas,
inflamação do cólon,
sangue nas fezes,
fezes pretas,
ansiedade,
batimento cardíaco acelerado e irregular,
palpitações,
mal-estar torácico,
conjuntivite,
afecções oculares,
xerose cutânea (pele seca),
transpiração excessiva e abundante,
comichão generalizada,
púrpura trombocitopénica,
inchaço local e no rosto,
sensação de formigueiro (sensação de picadas,
ardores ou dormência),
função cerebral debilitada devido a doença do fígado,
resultados anómalos em teste do sangue (hipernatremia,
hipofosfatemia,
hipercalcemia,
hipocalcemia,
hipoalbuminemia,
potássio aumentado,
ureia diminuída,
hemoglobina glicosilada aumentada,
hematócrito diminuído,
presença de catecolaminas,
proteína C reativa aumentada,
creatina fosfoquinase aumentada,
dehidrogenase láctica aumentada),
nível de açúcar no sangue reduzido,
flatulência (gases),
resultados anómalos de teste da urina (presença de leucócitos),
níveis da hormona paratiróide no sangue aumentados,
proliferação de leucócitos aguda ou crónica anómala,
dissolução ou destruição de células (síndrome de lise tumoral),
febre,
erupção na pele,
palidez da pele,
arrefecimento das extremidades,
perturbações do sono (sonolência),
alucinações,
incontinência urinária,
dilatação dos vasos sanguíneos,
vertigens,
mal-estar,
distúrbios relacionados com a desintegração do tumor,
perda de peso,
cancro na medula óssea (leucemia mielóide aguda),
insuficiência da medula óssea,
inflamação da bexiga (cistite),
morte,
ataque cardíaco,
pneumonia,
quantidade anómala de fluidos à volta dos pulmões (derrame pleural),
expectoração aumentada,
distúrbios nas funções renal ou pré-renal,
espasmos musculares,
crise carcinóide,
sensação anormal,
desorientação,
electrocardiograma anómalo (intervalo QT prolongado),
choque cardiogénico,
hipotensão ortostática,
flebite,
sensação de asfixia,
vomitar sangue,
fluxo biliar anómalo do fígado
para o duodeno (colestase),
lesão hepática ou congestão,
acidez anomalamente elevada do sangue e de outros tecidos do organismo (acidose metabólica),
fractura da clavícula,
foram excepcionalmente comunicados procedimentos cirúrgicos/médicos (polipectomia, colocação de enxerto, introdução de tubo gastrointestinal, diálise, drenagem da cavidade abdominal e drenagem de abcesso).

Se verificar efeitos secundários, consulte o médico de medicina nuclear.
Advertências
Gravidez
Gravidez:
Gravidez:O uso de Oxodotreótido de lutécio (177Lu) está contra-indicado durante gravidez efectiva ou provável ou quando a possibilidade de gravidez não foi excluída, devido a risco associado à radiação ionizante.
Aleitamento
Aleitamento:
Aleitamento:Se o tratamento com Oxodotreótido de lutécio (177Lu) for necessário durante a amamentação, a criança deve ser desmamada.
Precauções gerais
Doentes com factores de risco
Um doente que apresente qualquer das seguintes condições está mais propenso a desenvolver reacções adversas.
Como tal, recomenda-se a monitorização mais frequente destes doentes durante o tratamento.

● Anomalias morfológicas das vias renais ou urinárias;
● Incontinência urinária;
● Doença renal crónica ligeira a moderada com depuração de creatinina ≥50 ml/min;
● Quimioterapia realizada anteriormente;
● Toxicidade hematológica superior ou igual a grau 2 (CTCAE) antes do tratamento que não seja linfopenia;
● Metástases ósseas;
● Terapias radiometabólicas oncológicas anteriores com compostos 131I ou qualquer outra terapia que recorra a fontes radioactivas desprotegidas;
● Antecedentes de outros tumores malignos, excepto se o doente for considerado como estando em remissão, no mínimo, há 5 anos.

Tendo em conta o mecanismo de acção e o perfil de tolerância de Oxodotreótido de lutécio (177Lu), não é recomendado iniciar o tratamento nos casos seguintes:
● Radioterapia por feixes externos anterior envolvendo mais do que 25% da medula óssea;
● Insuficiência cardíaca grave definida com o grau III ou IV da classificação da NYHA;
● Compromisso renal com depuração de creatinina < 50 ml/min;
● Função hematológica debilitada com Hb <4,9 mmol/l (8 g/dl), plaquetas <75 G/l (75x103/mm3) ou leucócitos <2 G/l (2000/mm3) (excepto linfopenia);
● Compromisso hepático com bilirrubinemia > 3 vezes o limite superior normal ou albuminemia <30 g/l e rácio de protrombina diminuído <70%;
● Doentes com receptor de somatostatina negativo ou lesões viscerais mistas (classificação de captação do tumor < 2) de acordo com imagiologia do receptor de somatostatina.

Todavia, se o médico decidir iniciar o tratamento, devem ser dadas informações claras ao doente relativamente aos riscos associados à administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu).

A posologia pode ser adaptada de acordo com o estado do doente e de acordo com o critério do médico.

Justificação do benefício/risco individual:
Para cada doente, a exposição à radiação deve ser justificável de acordo com o benefício provável. Em cada caso, a actividade administrada deve ser tão reduzida quanto razoavelmente possível para obter o efeito terapêutico necessário.

Protecção renal e compromisso renal:
Como o oxodotreótido de lutécio (177Lu) é quase exclusivamente eliminado através do sistema renal, é obrigatório administrar concomitantemente uma solução de aminoácidos que contenha os aminoácidos L-lisina e L-arginina.
A solução de aminoácidos vai ajudar a reduzir a reabsorção de oxodotreótido de lutécio (177Lu) pelos túbulos proximais, resultando numa redução significativa na dose de radiação renal.
Foi notificada uma redução média na exposição à radiação renal de cerca de 47% quando a perfusão concomitante de aminoácidos recomendada é administrada ao longo de 4 horas.

Não se recomenda diminuir a quantidade de solução de aminoácidos no caso de adaptação da dose de Oxodotreótido de lutécio (177Lu).
Os doentes devem ser aconselhados a esvaziarem a sua bexiga tão frequentemente quanto possível durante a administração de aminoácidos e horas após a mesma.
A função renal, conforme determinada pela creatinina sérica e pela depuração de creatinina calculada, deve ser avaliada no início, durante e, no mínimo, no primeiro ano após o tratamento.

Compromisso hepático:
Visto que muitos doentes encaminhados para terapia com Oxodotreótido de lutécio (177Lu) apresentam metástases hepáticas, pode ser comum observar doentes com função hepática alterada no início. Como tal, recomenda-se a monitorização de soro de ALAT, ASAT, bilirrubina e albumina durante o tratamento.

Náuseas e vómitos:
Para evitar tratamento relativo a náuseas e vómitos, deve ser injectado um bolus intravenoso de um medicamento antiemético 30 minutos antes do início da perfusão de solução de aminoácidos.

Uso concomitante de análogos de somatostatina:
O uso concomitante de análogos de somatostatina frios pode ser necessário para o controlo dos sintomas da doença. A administração de análogos de acção de longa duração deve ser evitada 30 dias antes da administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu).
Caso seja necessário, os doentes podem ser tratados com análogos de somatostatina de acção de curta duração durante as 4 semanas que precedem a administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu), até 24 horas antes da administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu).

Perturbações na função da medula óssea e/ou contagem de células sanguíneas:
Devido aos potenciais efeitos indesejáveis, as contagens de leucócitos devem ser monitorizadas no início e durante o tratamento, até à resolução de qualquer toxicidade futura.

Síndrome mielodisplásica e leucemia aguda:
Foram observadas síndrome mielodisplásica (SMD) e leucemia aguda (LA) com início tardia após o tratamento com Oxodotreótido de lutécio (177Lu), ocorrendo aproximadamente 28 meses (9-41) para SMD e 55 meses (32-125) para LA após o fim do tratamento. A etiologia destas neoplasias mielóides secundárias relativas a terapia (t-MNs) não é clara. Os factores como a idade >70 anos, função renal debilitada, citopenias no início, número de terapias, exposição prévia a agentes quimioterapêuticos (especificamente, agentes alquilantes) e radioterapia prévia são sugeridos como riscos potenciais e/ou factores preditivos para SMD/LA.

Crises hormonais:
As crises resultantes de libertação excessiva de hormonas e substâncias bioativas podem ocorrer após o tratamento com Oxodotreótido de lutécio (177Lu).
Como tal e em alguns casos, deve ser considerada a observação de doentes por hospitalização de um dia para o outro (p. ex. doentes com fraco controlo farmacológico de sintomas).
Em caso de crises hormonais, os tratamentos recomendados são: análogos de somatostatina intravenosos de dose elevada, fluidos intravenosos e correção de perturbações de electrólitos em doentes com diarreia e/ou vómitos.

Regras de radioprotecção:
A perfusão de Oxodotreótido de lutécio (177Lu) deve ser sempre feita através de um cateter intravenoso colocado exclusivamente para a sua perfusão.
A posição adequada do cateter deve ser verificada antes e durante a perfusão.

O doente tratado com Oxodotreótido de lutécio (177Lu) deve ser afastado dos outros durante a administração e os limites de emissão de radiação estipulados pelas leis aplicáveis devem ser controlados, geralmente 45 horas após a administração do medicamento.
O médico de medicina nuclear deve determinar quando o doente pode deixar a área controlada do hospital, ou seja, quando a exposição à radiação por terceiros não ultrapassa os limites regulamentares.

O doente deve ser aconselhado a urinar tanto quanto possível após a administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu). Os doentes devem ser informados de que devem beber quantidades substanciais de água (1 copo por hora) no dia da perfusão e no dia seguinte para facilitar a eliminação.
O doente também deve ser aconselhado a defecar todos os dias e a usar um laxante, caso seja necessário. A urina e as fezes devem ser eliminadas de acordo com as regulações nacionais.

Desde que a pele do doente não esteja contaminada, da fuga do sistema de perfusão ou devido a incontinência urinária, não é esperada contaminação de radioactividade na pele e na massa vomitada.
No entanto, é recomendado que na realização de cuidados ou exames regulares com dispositivos médicos ou outros instrumentos que entrem em contacto com a pele (p. ex. electrocardiograma (ECG)), sejam tomadas medidas de protecção básicas, tais como usar luvas, instalar o material/elétrodo antes do início da perfusão radiofarmacêutica, alterar o material/elétrodo após a medição e, por fim, monitorizar a radioactividade do equipamento após o uso.

Antes de o doente receber alta, o médico de medicina nuclear deve explicar as regras de radioprotecção necessárias para interagir com membros da família e terceiros, bem como as precauções gerais que o doente deve ter durante as actividades diárias após o tratamento (conforme indicado no parágrafo seguinte e no folheto informativo), a fim de minimizar a exposição de outras pessoas à radiação.
O contacto próximo com outras pessoas deve ser restringido nos 7 dias após uma administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu), e no caso de crianças e mulheres grávidas, deve ser limitado a menos de 15 minutos por dia, mantendo uma distância de, pelo menos, 1 metro. Os doentes devem dormir num quarto separado durante 7 dias, ou durante 15 dias no caso de parceiras grávidas ou crianças.

Medidas recomendadas em caso de extravasamento:
Deve usar-se luvas impermeáveis descartáveis.
A perfusão do medicamento deve ser imediatamente interrompida e o dispositivo de administração (cateter, etc.) removido.
O médico de medicina nuclear e o farmacêutico com formação específica em radiofarmácia devem ser informados.
Todos os materiais do dispositivo de administração devem ser preservados, de forma a medir a radioactividade residual e a actividade efectivamente administrada e, por fim, a dose absorvida deve ser determinada.
A área de extravasamento deve ser delimitada com uma caneta indelével e deve ser tirada uma fotografia, caso seja possível.
Também é recomendado registar a hora de extravasamento e o volume extravasado estimado.
Para continuar a perfusão de Oxodotreótido de lutécio (177Lu), é obrigatório utilizar um cateter novo colocando-o, possivelmente, num acesso venoso contralateral.

Não pode ser administrado qualquer medicamente no mesmo lado onde ocorreu extravasamento. De forma a acelerar a dispersão do medicamento e para prevenir a sua estagnação no tecido, recomenda-se o aumento do fluxo sanguíneo através da elevação do braço afectado.
Dependendo do caso, deve ser considerada aspiração do líquido extravasado, injecção de fluxo de solução injectável de cloreto de sódio 9 mg/ml (0,9%) ou aplicação de compressas quentes ou de uma compressa de aquecimento ao local de perfusão para acelerar a vasodilatação.

Os sintomas, especialmente inflamação e/ou dores, devem ser tratados.
Dependendo da situação, o médico de medicina nuclear deve informar o doente sobre os riscos associados a lesão de extravasamento e aconselhá-lo acerca do potencial tratamento e exigências de acompanhamento necessárias.
A área de extravasamento deve ser monitorizada até que o doente receba alta do hospital.
Dependendo da sua gravidade, este caso deve ser declarado como uma reacção adversa.

Doentes com incontinência urinária:
Durante os primeiros 2 dias após a administração do medicamento, devem ser tomadas precauções especiais com os doentes com incontinência urinária para evitar a disseminação de contaminação radioativa. Tal inclui o manuseamento de quaisquer materiais possivelmente contaminados com urina.

Doentes com metástases cerebrais:
Não existem dados sobre a eficácia em doentes com metástases no cérebro conhecidas.
Como tal, a relação entre benefício e risco individuais deve ser avaliada nestes doentes.

Neoplasias malignas secundárias:
A exposição a radiação ionizante está ligada à indução de cancro e ao potencial desenvolvimento de defeitos hereditários.
A dose de radiação resultante da exposição terapêutica pode ter como consequência uma maior incidência de cancro e mutações.
Em todos os casos, é necessário assegurar que os riscos da exposição à radiação são inferiores aos da própria doença.
Cuidados com a dieta
Não aplicável.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

A sobredosagem com Oxodotreótido de lutécio (177Lu) é improvável, visto que este medicamento é fornecido como sendo de “dose única” e “pronto a utilizar” que contém uma quantidade predefinida de radioactividade.
No caso de sobredosagem, é esperado um aumento na frequência de reacções adversas relativas à radiotoxicidade.

No caso de administração de uma sobredosagem de radiação com Oxodotreótido de lutécio (177Lu), a dose absorvida pelo doente deve ser reduzida sempre que possível, eliminando o radionuclídeo do organismo através de micção frequente ou por diurese forçada e esvaziamento da bexiga frequente durante as primeiras 48 horas após a perfusão.
É útil calcular a dose real que foi aplicada.

A seguinte análise deve ser efectuada semanalmente durante as próximas 10 semanas:
● Monitorização hematológica: glóbulos brancos, plaquetas e hemoglobina
● Monitorização bioquímica sanguínea: creatinina e glicemia séricas.
Terapêutica interrompida
Não aplicável.
Cuidados no armazenamento
Conservar a temperatura inferior a 25°C.
Conservar na embalagem de origem para proteger de radiação ionizante (protecção de chumbo).
O armazenamento de radiofármacos deve ser realizado em conformidade com a regulação nacional sobre materiais radioactivos.
Espectro de susceptibilidade e tolerância bacteriológica
Sem informação.
Não recomendado/Evitar

Oxodotreótido de lutécio (177Lu) + Análogos da somatostatina

Observações: n.d.
Interacções: A somatostatina e os seus análogos ligam-se de forma competitiva a receptores de somatostatina. Como tal, a administração de análogos de somatostatina de acção de longa duração deve ser evitada 30 dias antes da administração deste medicamento. Caso seja necessário, os doentes podem ser tratados com análogos de somatostatina de acção de curta duração durante 4 semanas até às 24 horas que precedem a administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu). - Análogos da somatostatina
Não recomendado/Evitar

Oxodotreótido de lutécio (177Lu) + Corticosteróides

Observações: n.d.
Interacções: Existem algumas evidências de que os corticosteróides podem induzir diminuição dos receptores SSTR2. Por conseguinte, como medida de precaução, a administração repetida de doses elevadas de glucocorticosteróides deve ser evitada durante o tratamento com Oxodotreótido de lutécio (177Lu). Os doentes com antecedentes de uso crónico de glucocorticosteróides devem ser avaliados cuidadosamente em relação à suficiente expressão do receptor de somatostatina. Desconhece-se se existe interacção entre a utilização intermitente de glucocorticosteróides para a prevenção de náuseas e vómitos durante a administração de Oxodotreótido de lutécio (177Lu). Como tal, os glucocorticosteróides devem ser evitados como tratamento preventivo antiemético. Caso os tratamentos anteriormente administrados para as náuseas e vómitos sejam insuficientes, pode ser utilizada uma dose única de corticosteróides, desde que não seja administrada antes do início ou até uma hora após o fim da perfusão de Oxodotreótido de lutécio (177Lu). - Corticosteróides
Sem efeito descrito

Oxodotreótido de lutécio (177Lu) + Outros medicamentos

Observações: n.d.
Interacções: A ausência de inibição ou indução significativa das enzimas humanas CYP450, a ausência de interacção específica com glicoproteína P (transportadora de efluxo), assim como os transportadores de OAT1, OAT3, OCT2, OATP1B1, OATP1B3, OCT1 e BCRP, em estudos pré-clínicos, sugerem que Oxodotreótido de lutécio (177Lu) tem uma probabilidade reduzida de causar outras interacções fármaco-fármaco significativas. - Outros medicamentos
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Oxodotreótido de lutécio (177Lu)
Informação revista e atualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 21 de Fevereiro de 2023