Factor IX da coagulação humana

DCI com Advertência na Gravidez DCI com Advertência no Aleitamento
O que é
Proteína do factor IX humano, produzido por tecnologia de ADN recombinante para utilização em terapia da deficiência do factor IX, conhecida como a hemofilia B ou a doença de Natal.

Factor de coagulação IX (recombinante) é uma glicoproteína com uma massa molecular aproximada de 55.000 a, que consiste de 415 aminoácidos de cadeia única.

Tem uma sequência primária de aminoácidos que é idêntica à forma de alelos Ala 148 do factor IX derivado de plasma.
Usos comuns
Este medicamento utilizado no tratamento e profilaxia da hemorragia em doentes com deficiência congénita em factor IX (Hemofilia B) e adquirida.
O objectivo deste tratamento é atingir níveis adequados de factor IX.
Tipo
Biotecnologia.
História
Fator IX (ou factor Christmas) foi descoberto em 1952, depois de um jovem rapaz chamado Stephen Christmas ter sido descoberto sem este factor exato, levando a hemofilia.
Indicações
Tratamento e profilaxia da hemorragia:
- Na hemofilia B (deficiência congénita em factor IX)
- Deficiência adquirida do factor IX.
Classificação CFT

4.4.2 : Hemostáticos

Mecanismo De Acção
O factor IX é uma glicoproteína de cadeia única com um peso molecular de cerca de 68.000.

É um factor de coagulação vitamina K-dependente sintetizado no fígado.

O factor IX é activado pelo factor XIa, na via de coagulação intrínseca e pelo complexo factor VII/fator tecidual, na via de coagulação extrínseca.

O factor IX activado em combinação com o factor VIII activado activam o factor X.

O resultado final é a conversão de protrombina em trombina.

Em seguida a trombina converte o fibrinogénio em fibrina e forma-se um coágulo de fibrina.

A hemofilia B é uma doença da coagulação sanguínea, hereditária (ligada ao cromossoma X) caracterizada por uma redução dos níveis de factor IX e origina hemorragias profusas (extensas) nas articulações, músculos e órgãos internos espontâneas ou resultantes de acidente ou trauma cirúrgico.

Através da terapia de substituição, os níveis de factor IX plasmáticos aumentam promovendo a correção temporária do factor deficiente e corrigindo a tendência hemorrágica.
Posologia Orientativa
A dosagem e duração da terapia de substituição dependem da gravidade da disfunção hemostática, do local e extensão da hemorragia e da condição clínica do doente.

O cálculo da dose requerida de factor IX baseia-se na verificacção empírica de que 1 UI de factor IX por kg de peso corporal aumenta a actividade do factor IX em 0,8% do normal.

A dose necessária é determinada utilizando a seguinte fórmula:
Unidades necessárias = peso corporal (kg) x aumento de FIX desejado (%) x 1,2

A quantidade a ser administrada e a frequência de administração deve ser sempre orientada pela eficácia clínica em cada caso individual.

O factor IX raramente requer mais do que uma aplicação diária.
Administração
Via intravenosa.

O tratamento deve ser iniciado sob a supervisão de um médico com experiência no tratamento de hemofilia.

Recomenda-se não administrar mais de 100 UI/kg de peso corporal por dia.

A velocidade de perfusão deve ser avaliada para cada doente.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade ao factor IX da coagulação humana.
Risco elevado de trombose e coagulação intravascular disseminada.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Cardiopatias: Taquicardia

Doenças Gastrointestinais: Náusea, Vómitos

Perturbações gerais e alterações no local de administração: sensação de queimadura no local de perfusão, dor aguda no local de da perfusão, sensação de frio, opressão torácica

Doenças do sistema nervoso: Formigueiro, Cefaleias, Letargia

Perturbações do foro psiquiátrico: agitação

Doenças respiratórias, torácicas e do mediastino: respiração ruidosa

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas: Angioedema, Urticária generalizada, Urticária

Vasculopatias: Rubor, Hipotensão

Doenças renais e urinárias: Foi reportado síndroma nefrótico após indução de imunotolerância em doentes com hemofilia B com inibidores ao factor IX e histórico de reacções alérgicas.

Perturbações gerais e alterações no local de administração: Em casos raros observou-se subida da temperatura corporal

Doenças do sangue e do sistema linfático: Doentes com hemofilia B podem desenvolver anticorpos neutralizantes (inibidores) ao factor IX.

Na presença de inibidores, manifesta-se uma resposta clínica insuficiente.

Nestes casos, recomenda-se contactar um centro especializado no tratamento da hemofilia.

Em casos raros, podem ser observadas trombocitopenias tipo II induzida pela heparina, com valores de plaquetas inferiores a 100.000/ápida diminuição dos valores iniciais para menos de 50%.

Nos doentes não sensibilizados, o início da trombocitopenia começa em regra 6 a 14 dias após o início do tratamento, nos doentes sensibilizados, consoante as circunstâncias, em algumas horas.

A forma grave de trombocitopenia pode aparecer combinada ou resultar em trombose arterial e venosa, tromboembolia, coagulopatia de consumo.

Afecções dos tecidos cutâneos e subcutâneas: Eventualmente necrose da pele no local da injecção, petéquias e púrpura.

Doenças Gastrointestinais: Eventualmente melenas.
Nestes casos, o efeito anticoagulante da heparina pode estar diminuído (tolerância à heparina).
Nestes casos, o tratamento deve ser suspenso e o doente informado que de futuro não pode receber medicamentos que contenham heparina.
Embora este efeito seja raro, aconselha-se a monitorização do número de plaquetas sanguíneas, principalmente no início do tratamento.

Vasculopatias: Existe um potencial risco de episódios tromboembólicos após a administração de factor IX, superior nas preparações de baixa pureza.

O uso de concentrados de factor IX de baixa pureza foi associado a casos de enfarte do miocárdio, coagulação intravascular disseminada, trombose venosa e embolia pulmonar.

Raramente, o uso de concentrados de elevada pureza foi associado a este tipo de efeitos indesejáveis.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Este medicamento só deve ser usado durante a gravidez se claramente indicado.
Aleitamento
Aleitamento
Aleitamento:Este medicamento só deve ser usado durante a lactação se claramente indicado.
Precauções Gerais
Como para qualquer proteína de uso intravenoso, são possíveis reacções de hipersensibilidade do tipo alérgico.

O produto contém quantidades residuais de outras proteínas humanas além do factor IX.

Os doentes devem ser informados sobre os sinais precoces de reacções de hipersensibilidade incluindo urticária generalizada, sensação de opressão torácica, respiração ruidosa, hipotensão e anafilaxia.

Na presença de qualquer destes sintomas, o doente deve ser avisado para interromper o uso do medicamento e consultar o médico.

Em caso de choque, devem ser seguidas as recomendações padrão para o tratamento do choque.

A selecção de dadores, a análise individual das dádivas e pools plasmáticas com marcadores específicos de infecções e a inclusão no processo de fabrico de etapas de inactivação/remoção viral, constituem medidas padrão na prevenção de infecções resultantes do uso de medicamentos derivados do sangue ou plasma humano.

No entanto, quando se administram estes medicamentos, a possibilidade de transmissão de agentes infecciosos não pode ser completamente excluída.

Isto aplica-se também a vírus desconhecidos ou emergentes assim como a outros agentes patogénicos.

As medidas implementadas são consideradas eficazes para os vírus com invólucro como o VIH, VHB e VHC e para o vírus sem invólucro VHA.

As medidas implementadas podem ser de valor limitado para os vírus sem invólucro como o Parvovírus B19.

A infecção por Parvovírus B19 pode ser grave nas mulheres grávidas (infeção fetal) e nos doentes imunodeficientes ou com eritropoiese aumentada (por exemplo, anemia hemolítica).

Recomenda-se a vacinação apropriada (hepatite A e B) dos doentes que recebem concentrados de factor IX derivados do plasma humano.

Após repetidos tratamentos com concentrados de factor IX humano deve-se quantificar o nível de inibidores plasmáticos em Unidades Bethesda (BU) usando um teste apropriado.

Existem artigos publicados que demonstram a correlação entre a ocorrência de inibidores e reacções alérgicas.

Neste caso, todos os doentes que experimentem uma reacção alérgica devem ser avaliados quanto à presença de inibidores.

Deve ser tido em conta que doentes com inibidores ao factor IX podem apresentar um risco acrescido de reacção anafiláctica numa subsequente administração de factor IX.

Devido ao risco de reacção alérgica, os tratamentos iniciais com factor IX devem, a critério do médico, ser realizados sob observação e onde cuidados clínicos para o tratamento de reacções alérgicas estejam disponíveis.

Com base na experiência com concentrados de complexo de protrombina existe um risco potencial de trombose ou de coagulação intravascular disseminada quando se tratam doentes com concentrados de factor IX humano.

Os doentes submetidos a terapia com concentrados de factor IX derivados do plasma humano devem ser vigiados de perto para o aparecimento de sinais ou sintomas de coagulação intravascular disseminada ou trombose.

Devido ao risco potencial de complicações tromboembólicas, recomenda-se atenção quando se administra concentrados de factor IX humano a doentes com história de doença coronária ou enfarte do miocárdio, com doença hepática, no pós-operatório, recém-nascidos ou a doentes em risco de fenómenos tromboembólicos ou de coagulação intravascular disseminada.

Em cada um destes casos, deve ser pesado o potencial benefício do tratamento com concentrados de factor IX humano contra o risco destas complicações.
Cuidados com a Dieta
Não interfere com alimentos e bebidas.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Não são conhecidos quaisquer sintomas de sobredosagem com o factor IX humano.
Terapêutica Interrompida
Não aplicável.
Cuidados no Armazenamento
Conservar no frigorífico (2ºC-8ºC).
Conservar na embalagem de origem para proteger da luz.
Este medicamento é armazenado em meio hospitalar.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Sem efeito descrito

Factor IX da coagulação humana Outros medicamentos

Observações: n.d.
Interacções: Não são conhecidas até ao momento interacções do factor IX humano com outros medicamentos. - Outros medicamentos
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções do Factor IX da coagulação humana
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Este medicamento só deve ser usado durante a gravidez e lactação se claramente indicado.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024