Estramustina

DCI com Advertência na Insuficiência Renal
O que é
Estramustina pertence ao grupo geral de medicamentos chamados antineoplásicos.

Ele é usado para tratar alguns casos de cancro de próstata.

Estramustina é uma combinação de dois medicamentos, um estrogénio e de mecloretamina.

A maneira que estramustine funciona contra o cancro não é completamente compreendido.

No entanto, parece interferir com o crescimento de células cancerosas, que são eventualmente destruídas.
Usos comuns
Estramustina está indicado no carcinoma prostático em estadios avançados, particularmente em doentes com tumores, que não apresentaram resposta ao tratamento hormonal e como terapia primária em doentes com factores de prognóstico desfavoráveis ao tratamento hormonal.
Tipo
Molécula pequena.
História
Sem informação.
Indicações
Carcinoma prostático em estadios avançados, particularmente em doentes com tumores, que não apresentaram resposta ao tratamento hormonal e como terapia primária em doentes com factores de prognóstico desfavoráveis ao tratamento hormonal.
Classificação CFT

16.1.1 : Alquilantes

Mecanismo De Acção
O fosfato de estramustina é um fármaco antitumoral com um duplo mecanismo de acção.

A estrona e o estradiol, produtos do metabolismo do fosfato de estramustina, apresentam actividade antigonadotrófica, originando uma redução nos níveis de testosterona, semelhante ao que se verifica após castração cirúrgica.

A estramustina, o metabólito citotóxico, produzido por desfosforilação do composto original, sofre uma outra metabolização e forma-se a estromustina; ambos os metabólitos tem um efeito antimitótico nas células tumorais.

Este efeito depende da inibição da formação de microtúbulos na metafase e uma diminuição de microtúbulos na interfase.

Os efeitos da estramustina no microtúbulo também foram demonstrados nos tumores humanos da próstata, xenoenxertados in vivo.

Ficou demonstrado que a inibição da polimerização do microtúbulo pela estramustina é devida a uma interacção directa com a tubulina.

Por outro lado, ficou demonstrado, haver interacção entre a estramustina e as proteínas associadas ao microtúbulo.

Recentemente, foi demonstrado que a estramustina é capaz de modular a função da P-glicoproteína em linhas de células resistentes, aumentando assim a acumulação do fármaco ao nível intracelular e aumentando a citotoxicidade de fármacos citotóxicos administrados em simultâneo.

Esta capacidade modeladora pode ser a base do sinergismo encontrado nas células tumorais prostáticas in vitro entre a estramustina e outros agentes tais como o paclitaxel, vimblastina, etoposido e doxorrubicina.

Esta hipótese é também suportada por estudos que demonstraram um efeito sinérgico da estramustina e etoposido efectuados in vivo em tumores prostáticos do rato.

A Estramustia, em combinação quer com a vimblastina, quer com o etoposido ou o taxol, produziu uma resposta mais favorável do que cada fármaco isoladamente, sem aumento de toxicidade.
Posologia Orientativa
A dose diária varia entre 7-14 mg/kg de peso corporal (4-8 cápsulas) divididas em 2 (ou 3) administrações.
A dose inicial recomendada é de 4-6 cápsulas de forma a atingir a dose de pelo menos, 10 mg/kg.
Administração
Via oral.

Estramustina deve ser administrado por profissionais de saúde experientes no uso da terapêutica antineoplásica.

As cápsulas devem ser administradas pelo menos 1 hora antes, ou 2 horas após as refeições.
Devem engolir-se as cápsulas com um copo de água.

O leite, produtos lácteos ou medicamentos que contenham cálcio, magnésio ou alumínio (como sejam os antiácidos) não deverão ser administrados concomitantemente com Estramustina.

Se após 4-6 semanas não houver efeito, o tratamento deve ser interrompido.
Contra-Indicações
- Hipersensibilidade à estramustina, ao estradiol, à mostarda de nitrogénio.
- Doença hepática grave.
- Doença cardiovascular grave: isquémia, tromboembolias ou complicações relacionadas com a retenção de fluidos.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
As reacções mais graves são: tromboembolismo, doença isquémica cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva e, raramente, edema angioneurótico.

As reacções descritas consoante o sistema orgânico são as seguintes:

Cardiopatias e vasculopatias:
- Retenção de fluidos;
- Insuficiência cardíaca congestiva;
- Doença isquémica cardíaca, enfarte do miocárdio;
- Tromboembolismo;
- Hipertensão.

Doenças gastrointestinais:
- Naúseas e vómitos, especialmente durante as duas primeiras semanas de tratamento.
- Diarreia.

Afecções hepatobiliares:
- Insuficiência hepática.

Doenças do sangue:
- Ocorrem raramente casos de anemia, leucopenia e trombocitopenia.

Doenças endócrinas:
- Ginecomastia e impotência.

Doenças do sistema nervoso:
- Fraqueza muscular, depressão, dores de cabeça, confusão e apatia, mas que raramente
ocorrem.

Doenças dos sistema imunitário:
- Foram relatadas reacções de hipersensibilidade, incluindo erupções cutâneas alérgicas.

Pode ocorrer raramente edema angioneurótico (Edema de Quincke, edema da larínge).

Em muitos dos casos relatados, incluindo um caso fatal, os doentes estavam a ser tratados concomitantemente com inibidores-ECA.

Caso ocorra uma situação de edema angioneurótico, a terapêutica com Estramustina deverá ser imediatamente suspensa.
Advertências
Insuf. Renal
Insuf. Renal
Insuf. Renal:Usar com precaução na IR grave.
Precauções Gerais
A Estramustina deve ser administrado com precaução em doentes com história de tromboflebite, trombose ou doença tromboembólica, especialmente se estas situações estiverem associadas à terapêutica com estrogénios.

A Estramustina deve ser também administrado com precaução em indivíduos com doenças vasculares cerebrais ou doença coronária.

Pressão sanguínea elevada - Devido à possibilidade de ocorrência de hipertensão, a pressão sanguínea deve ser monitorizada periodicamente.

Retenção de fluidos – Observou-se exacerbação do edema periférico incipiente ou pré-existente ou da doença cardíaca congestiva em alguns doentes sob terapêutica com Estramustina.

Outras condições que podem ser influenciadas pela retenção de fluidos, tais como a epilepsia, enxaqueca, ou disfunção renal, requerem uma observação cuidadosa.

Metabolismo do cálcio/fósforo - Uma vez que a Estramustina pode influenciar o metabolismo do cálcio e do fósforo, deve ser administrado com precaução a doentes com patologias ósseas metabólicas associadas a hipercalcemia ou em doentes com insuficiência renal.

Os doentes com carcinoma da próstata e metástases osteoblásticas têm um risco elevado de hipocalcemia, pelo que os seus níveis de cálcio deverão ser cuidadosamente monitorizados.

A Estramustina pode ser fracamente metabolizado em doentes com a função hepática diminuída, devendo ser administrado com precaução em tais doentes.

Os testes à função hepática deverão ser efectuados em intervalos regulares.

Nota: Uma vez que algumas das funções endócrinas e hepática são influenciadas pelos medicamentos que contém estrogénios, os parâmetros laboratoriais correspondentes poderão ser afectados.
Cuidados com a Dieta
Não deverá tomar Estramustina com leite, produtos lácteos ou medicamentos que contenham cálcio, magnésio ou alumínio (como sejam os antiácidos).
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de intoxicações.

Apesar de não existir experiência de sobredosagem até à data, é razoável supor que tais episódios possam produzir manifestações pronunciadas dos efeitos adversos conhecidos, particularmente sintomas gastrointestinais.

Caso ocorra sobredosagem, o conteúdo gástrico deve ser evacuado por lavagem gástrica e deve iniciar-se a terapia sintomática.

Os parâmetros hematológicos e hepáticos devem ser monitorizados durante pelo menos seis semanas após a sobredosagem com a Estramustia.
Terapêutica Interrompida
Se se esqueceu de tomar uma dose, tome o medicamento logo que se lembrar e continue o tratamento conforme estava previsto.
No entanto, se estiver quase no momento de tomar a próxima dose, não tome a dose esquecida e continue com o esquema de tratamento estabelecido.
Não tome uma dose a dobrar para compensar a dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 25 ºC.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ácido clodrónico Estramustina

Observações: O clodronato forma complexos pouco solúveis com catiões bivalentes. Devido a esse facto, a administração simultânea com alimentos que contenham catiões bivalentes é desaconselhada.
Interacções: Foi referido que a utilização concomitante de fosfato de estramustina com clodronato origina o aumento da concentração sérica de fosfato de estramustina até um valor máximo de 80%. - Estramustina
Potenciadora do efeito Terapêutico/Tóxico

Estramustina Antidepressores (Tricíclicos)

Observações: n.d.
Interacções: Os estrogénios aumentam, quer a actividade terapêutica quer a toxicidade, dos antidepressivos tricíclicos, provavelmente pela inibição do seu metabolismo. - Antidepressores (Tricíclicos)
Não recomendado/Evitar

Perindopril Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: Estramustina: Risco aumentado de efeitos adversos tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Usar com precaução

Acetato de cálcio + Carbonato de magnésio Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: Acetato de cálcio / Carbonato de magnésio afecta a absorção das tetraciclinas, doxiciclina, bifosfonatos, fluoretos, algumas quinolonas (inibidoras da girase) como a ciprofloxacina e a norfloxacina, algumas cefalosporinas, como a cefpodoxima e cefuroxima, cetoconazol, preparações de estramustina, anticolinérgicos, zinco, ácidos urso e quenodesoxicólicos e halofandrina. - Estramustina
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Estramustina Leite/lacticínios

Observações: n.d.
Interacções: O leite, produtos lácteos ou medicamentos que contenham cálcio, magnésio ou alumínio, podem diminuir a absorção de Estramustina, pelo que não deverão ser administrados concomitantemente. O mecanismo responsável por esta interacção baseia-se na formação de sais insolúveis de estramustina com iões metálicos polivalentes. - Leite/lacticínios
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Estramustina Cálcio

Observações: n.d.
Interacções: O leite, produtos lácteos ou medicamentos que contenham cálcio, magnésio ou alumínio, podem diminuir a absorção de Estramustina, pelo que não deverão ser administrados concomitantemente. O mecanismo responsável por esta interacção baseia-se na formação de sais insolúveis de estramustina com iões metálicos polivalentes. - Cálcio
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Estramustina Magnésio

Observações: n.d.
Interacções: O leite, produtos lácteos ou medicamentos que contenham cálcio, magnésio ou alumínio, podem diminuir a absorção de Estramustina, pelo que não deverão ser administrados concomitantemente. O mecanismo responsável por esta interacção baseia-se na formação de sais insolúveis de estramustina com iões metálicos polivalentes. - Magnésio
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Estramustina Alumínio

Observações: n.d.
Interacções: O leite, produtos lácteos ou medicamentos que contenham cálcio, magnésio ou alumínio, podem diminuir a absorção de Estramustina, pelo que não deverão ser administrados concomitantemente. O mecanismo responsável por esta interacção baseia-se na formação de sais insolúveis de estramustina com iões metálicos polivalentes. - Alumínio
Usar com precaução

Estramustina Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAS)

Observações: n.d.
Interacções: Não se pode excluir a possibilidade de interacção entre o Estramustina e os inibidores–ECA, devido ao risco aumentado de ocorrência de edema angioneurótico. - Inibidores da Enzima de Conversão da Angiotensina (IECAS)
Usar com precaução

Bisoprolol + Perindopril Estramustina

Observações: Num estudo de interacção conduzido em voluntários sãos, não foram observadas interações entre o bisoprolol e o perindopril.
Interacções: Relacionada com o PERINDOPRIL: Estramustina: Risco de efeitos secundários tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Não recomendado/Evitar

Atorvastatina + Perindopril + Amlodipina Estramustina

Observações: Não foram realizados estudos de interacção medicamentosa com Atorvastatina / Perindopril / Amlodipina e outros medicamentos, embora alguns estudos tenham sido realizados com atorvastatina, perindopril e amlodipina separadamente.
Interacções: Utilização concomitante NÃO RECOMENDADA: PERINDOPRIL: Estramustina: Risco de efeitos secundários tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Não recomendado/Evitar

Perindopril + Indapamida + Amlodipina Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: Uso concomitante não recomendado: PERINDOPRIL: Estramustina: Risco de efeitos secundários tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Não recomendado/Evitar

Enalapril + Lercanidipina Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: MALEATO DE ENALAPRIL: Associações não recomendadas: Estramustina: Risco de aumento de efeitos adversos como o edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Não recomendado/Evitar

Perindopril + Amlodipina Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: Ligadas ao PERINDOPRIL: Uso concomitante não recomendado: Estramustina: Risco de aumento dos efeitos adversos tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Não recomendado/Evitar

Atorvastatina + Perindopril Estramustina

Observações: Não foram realizados estudos de interacção medicamentosa com este medicamento e outros medicamentos, embora alguns estudos tenham sido realizados com atorvastatina e perindopril separadamente. Os dados de estudos clínicos demonstram que o duplo bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) através da utilização combinada de IECAs, antagonistas dos recetores da angiotensina II ou aliscireno está associado ao aumento da frequência de eventos adversos, tais como hipotensão, hipercaliemia, diminuição da função renal (incluindo insuficiência renal aguda) comparativamente com a utilização de um único medicamento que atua no SRAA.
Interacções: Utilização concomitante não recomendada: Perindopril Estramustina Risco de efeitos secundários tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Não recomendado/Evitar

Rosuvastatina + Amlodipina + Perindopril Estramustina

Observações: A extensão das interacções na população pediátrica não é conhecida.
Interacções: Relacionados com perindopril Uso concomitante não recomendado: Estramustina: Risco de aumento dos efeitos adversos tais como edema angioneurótico (angioedema). - Estramustina
Usar com precaução

Citrato de Cálcio Malato + Colecalciferol Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: Citrato de Cálcio Malato + Colecalciferol pode ter interacção com medicamentos anticancerígenos (estramustina). - Estramustina
Redutora do efeito Terapêutico/Tóxico

Ginseng + Multivitaminas + Sais minerais + Aminoácidos Estramustina

Observações: n.d.
Interacções: Ginseng + Multivitaminas + Sais minerais + Aminoácidos reduz a eficácia da estramustina. - Estramustina
Identificação dos símbolos utilizados na descrição das Interacções da Estramustina
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

Sabe-se que quer o estradiol quer a mostarda de nitrogénio são mutagénicos e por isso, os doentes do sexo masculino em terapêutica com estramustina deverão utilizar métodos contraceptivos adequados durante o período de tratamento.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024