Ácido glutâmico

O que é
O Ácido glutâmico ou glutamato é um dos aminoácidos codificados pelo código genético, sendo portanto um dos componentes das proteínas dos seres vivos.

O ácido glutâmico é um dos 20 aminoácidos que fazem parte das proteínas e a sua forma ionizada é o glutamato.

O ácido glutâmico actua como estimulante do sistema imunológico reduzindo as infecções e desempenhando um papel importante na síntese de diferentes aminoácidos, como é o caso da ornitina, arginina, prolina e hidroxiprolina.

O glutamato é o neurotransmissor estimulante mais comum no sistema nervoso central e junto à vitamina B6 é precursor do neurotransmissor GABA de efeito sedativo e calmante.

O cérebro apresenta uma concentração de ácido glutâmico livre umas 100 vezes mais do que o sangue. O ácido glutâmico intervém na utilização da glicose pelas células do cérebro, fornecendo energia e parece ser que intervém na estimulação da hormona libertadora da gonadotropina, fundamental para a diferença cerebral e corporal (dimorfismo) entre homem e mulher.

O ácido glutâmico é precursor do aminoácido glutamina. A glutamina tem dois átomos de nitrogénio e funciona como sistema de transporte de nitrogénio desde os tecidos periféricos até o fígado.

O ácido glutâmico também é precursor das bases púricas e pirimídicas, tendo um papel importante na síntese de ácidos nucleicos.

Por último, intervém na síntese da enzima glutatião e cumpre um papel importante na regulação do equilíbrio ácido-base, regula a produção de ureia no fígado e joga um papel fundamental na manutenção e crescimento celular.

As fontes de ácido glutâmico são:

Origem animal: carne, peixe, ovo e produtos lácteos. São os alimentos que o contêm em maior quantidade.
Origem vegetal: aqueles com alto teor de proteínas como as sementes.

O glutamato produz-se comercialmente para o seu uso como aditivo alimentar para o seu uso como potenciador do sabor. O sabor deste composto recebe o nome de UMAMI. Este sabor percebe-se de forma independente dos quatro sabores tradicionais.

Cabe destacar que o seu isómero, o ácido D-glutámico, não tem actividade nem como elemento de construção de proteínas nem como potenciador do sabor.
Usos comuns
O consumo de ácido glutâmico procura garantir as funções próprias do aminoácido. Como complemento dietético emprega-se em casos de demência senil e falta de concentração, além de ajudar ao cérebro a controlar os níveis de amoníaco.

O ácido glutâmico resulta útil para o tratamento de disfunções da próstata e também é utilizado para combater a impotência. O ácido glutâmico favorece a cicatrização de úlceras, mantém a permeabilidade do intestino e previne a sua atrofia. O seu consumo alivia a fatiga e a depressão, e é frequente em casos de alcoolismo.

Por outra parte, o uso do glutamato na indústria alimentar tem como objectivo potenciar o sabor dos alimentos.
Tipo
Molécula pequena.
História
Embora se encontrem naturalmente em muitos alimentos, as contribuições feitas pelo sabor do ácido glutâmico e outros aminoácidos só foram cientificamente identificados no início do século XX.

A substância foi descoberta e identificada no ano de 1866, pelo químico alemão Karl Heinrich Leopold Ritthausen que tratou o glúten de trigo (para o qual foi nomeado) com ácido sulfúrico.

Em 1908 o investigador japonês Kikunae Ikeda da Universidade Imperial de Tóquio identificou os cristais castanhos residuais libertados após a evaporação de uma grande quantidade de caldo de kombu como ácido glutâmico.

Estes cristais, ao serem degustados, reproduzem o sabor inefável, mas inegável que se detecta em muitos alimentos, principalmente em algas marinhas.

O Professor Ikeda designou este sabor por umami.

Em seguida, patenteou um método de produção em massa de um sal cristalino de ácido glutâmico, o glutamato monossódico.
Indicações
Considerado o "alimento do cérebro" da natureza através da melhoria das capacidades mentais, ajuda a acelerar a cicatrização de úlceras; diminui a fadiga, ajuda a controlar o alcoolismo, a esquizofrenia e o desejo por açúcar.
Classificação CFT

2.9.1 : Ansiolíticos, sedativos e hipnóticos

Mecanismo De Acção
O glutamato activa ambos receptores de glutamato metabotrópicos e ionotrópicos.

Os ionotrópicos sendo não-NMDA (AMPA e cainato) e receptores de NMDA.

O Ácido glutâmico livre não pode atravessar a barreira sangue-cérebro em quantidades significativas; em vez disso é convertido em L-glutamina, que o cérebro utiliza como combustível e para a síntese das proteínas.

Presume-se que o glutamato está envolvido em funções cognitivas, como a aprendizagem e a memória no cérebro, embora quantidades excessivas possam causar danos neuronais associados em doenças como a esclerose lateral amiotrófica, latirismo, e doença de Alzheimer.

Além disso, a substância fenciclidina (mais vulgarmente conhecido como PCP) antagoniza o glutamato no receptor de NMDA, provocando comportamento reminiscente da esquizofrenia.

É extremamente difícil estudar o Glutamato em acção devido à sua natureza transitória.
Posologia Orientativa
Conforme prescrição médica.
Administração
Via oral; Via intravenosa.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à substância activa.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Sem informação.
Advertências

Sem informação.

Precauções Gerais
A toxicidade do ácido glutâmico é mínima. Os avisos sobre a sua toxicidade para o cérebro baseiam-se em estudos realizados em animais com doses realmente elevadas. Não obstante, a sensibilidade do cérebro em animais jovens fez deixar de usar em alimentos infantis em muitos países.

Geralmente, as pessoas com afecções hepáticas ou renais não devem ingerir grandes quantidades de aminoácidos. Desaconselha-se o seu uso em transtornos bipolares e transtornos do sistema nervoso central.

A “síndrome do restaurante chinês” deve-se à ingestão de quantidades elevadas de glutamato, muito comum na cozinha oriental. Esta síndrome inclui uma série de sintomas como formigueiro, cansaço, mal-estar geral, dor de cabeça, alterações da pele, desconforto abdominal, palpitações, sonolência e sensação de calor.
No entanto, isso não significa que em quantidades pequenas seja prejudicial, já que o uso de uma quantidade equivalente de glutamato monossódico contra uma de sal, permite que um alimento tenha propriedades organolépticas similares com menos de um terço de iões de sódio, supondo um benefício líquido para a saúde do consumidor.
Além disso, o uso de uma quantidade adequada deste sal poderia fazer que alguns sectores da população levassem uma dieta mais equilibrada e saudável, ao potenciar o sabor de produtos, em princípio pouco atractivos como alguns legumes ou peixes.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligar para o Centro de intoxicações.
Terapêutica Interrompida
Não utilizar uma dose a dobrar para compensar uma que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024