Ácido 4-amino-3-hidroxibutírico

DCI com Advertência na Gravidez
O que é
O Ácido gama-amino-beta-hidroxibutírico (GABOB, do inglês gamma-amino-beta-hydroxybutyric acid), também conhecido como gamibetal ou buxamin, é um derivado do neurotransmissor GABA.

Encontra-se naturalmente no corpo humano mas não se sabe se tem um papel fisiológico importante em concentrações normais.

O GABOB tem propriedades anticonvulsivas, mas é de potência relativamente baixa, quando utilizado por si só, e é mais útil como tratamento adjuvante usado juntamente com outra droga anticonvulsivante.

Tem dois estereoisómeros, com o isómero (3S) d-GABOB sendo aproximadamente duas vezes mais potente como anticonvulsivo que o isómero (3R) l-GABOB.3.
Usos comuns
Tratamento adjuvante das síndromes comiciais primárias e secundários e estados convulsivos da mais variada etiologia, especialmente nas crianças.
Atraso mental.
Alterações do carácter.
Enurese.
Cefaleias, ausências e outros estados equivalentes.
Na recuperação após AVC.
Tipo
Sem informação.
História
Sem informação.
Indicações
Tratamento adjuvante das síndromes comiciais primárias e secundários e estados convulsivos da mais variada etiologia, especialmente nas crianças.
Atraso mental.
Alterações do carácter.
Enurese.
Cefaleias, ausências e outros estados equivalentes.
Na recuperação após AVC.
Classificação CFT

2.6 : Antiepilépticos e anticonvulsivantes

Mecanismo De Acção
O Ácido Gama-amino-hidroxibutírico é um produto resultante da transformação metabólica do Ácido glutâmico.

A enzima glutamicodescarboxilase que tem como coenzima a piridoxina, actuando sobre o Ácido glutâmico dá origem à formação do ácido gama-amino-butírico (GABA) que, por hidroxilação, se transforma em ácido Ácido Gama-amino-hidroxibutírico (GABOB).

A terapêutica das síndromes comiciais, de um modo geral, baseava-se em fármacos anticonvulsivantes, procurando-se um medicamento eficaz entre os barbitúricos, brometos, hidantoína e seus derivados.

A investigação bioquímica foi orientada para a procura de um medicamento que actuasse segundo outros prismas biológicos a que correspondem diferentes conceitos etio-patogénicos.

A função fundamental do sistema nervoso central é controlar uma série de estímulos de excitação ou inibição, de cujo equilíbrio resulta a actividade fisiológica.

Esta função efectua-se por intermédio de substâncias químicas produzidas durante o metabolismo cerebral normal, os neurotransmissores.

(GABOB) apresenta a propriedade de inibir os impulsos excitatórios por um mecanismo totalmente fisiológico, completamente distinto do efectuado pelos anticonvulsivantes clássicos.

Por essa razão, a terapêutica não se acompanha de reacções secundárias desagradáveis, tão comuns nos tratamentos habituais (sonolência, cefaleias etc.), pois o seu princípio activo é um aminoácido normalmente presente no tecido nervoso cerebral.

Parece que a perturbação metabólica que condiciona alterações na produção normal de GABOB é a causa fundamental da manifestação clínica dos estados convulsivos; segundo esta perspetiva a terapêutica poder-se-ia considerar como substitutiva.

É curiosa a demonstração de se encontrar no córtex cerebral de indivíduos normais quantidades superiores de GABOB às encontradas em doentes com epilepsia.
Posologia Orientativa
As doses oscilam entre 0,5 e 3 g por dia.

Crianças de 5 a 7 anos : 1 a 6 comprimidos.
Crianças de 7 a 15 anos : 1 a 12 comprimidos.

Adultos : 3 a 12 comprimidos.

As doses serão fraccionadas em 2 ou 3 tomas por dia.
Administração
As doses serão fraccionadas em 2 ou 3 tomas por dia.

Com a melhoria do processo pode-se proceder à redução das doses até ser atingida a posologia mínima de manutenção.

Ainda que se trate de um medicamento praticamente isento de toxicidade, as doses devem ser vigiadas e ajustadas pelo Médico.

Se o doente estiver sob outro tratamento este não deve ser suspenso subitamente, devendo-se adaptar a posologia de modo gradual ao mesmo tempo que se vai aumentando progressivamente a medicação com este medicamento.
Contra-Indicações
Hipersensibilidade à substância activa.
Efeitos Indesejáveis/Adversos
Podem consistir de alterações gastrointestinais ligeiras, náuseas e insónia, de ocorrência rara.
Advertências
Gravidez
Gravidez
Gravidez:Não administrar durante a gravidez. O tratamento com medicamentos antiepiléticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar. O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com antiepiléticos.
Precauções Gerais
Este medicamento em comprimidos contém amido de trigo.
Adequado para indivíduos com doença celíaca.
Doentes com alergia ao trigo (diferente da doença celíaca) não devem tomar este medicamento.
Cuidados com a Dieta
Sem informação.
Resposta à overdose
Procurar atendimento médico de emergência, ou ligue para o Centro de Intoxicações.

A toxicidade do produto é praticamente nula já que a dose letal é cerca de 1000 vezes superior à dose mais elevada, utilizada em prática clínica.
Terapêutica Interrompida
Não utilize uma dose a dobrar para compensar uma dose que se esqueceu de tomar.
Cuidados no Armazenamento
Não conservar acima de 25°C.

Mantenha todos os medicamentos fora do alcance de crianças e animais de estimação.

Não deite fora quaisquer medicamentos na canalização ou no lixo doméstico. Pergunte ao seu médico, enfermeiro ou farmacêutico como deitar fora os medicamentos que já não utiliza. Estas medidas ajudarão a proteger o ambiente.
Espectro de susceptibilidade e Tolerância Bacteriológica
Sem informação.
Informe o seu Médico ou Farmacêutico se estiver a tomar ou tiver tomado recentemente outros medicamentos, incluindo medicamentos obtidos sem receita médica (OTC), Produtos de Saúde, Suplementos Alimentares ou Fitoterapêuticos.

O tratamento com medicamentos antiepiléticos deverá ser reavaliado sempre que a mulher pretenda engravidar.

O risco de malformações congénitas é 2 a 3 vezes maior nos descendentes de grávidas medicadas com antiepiléticos.

As malformações mais frequentes são dos lábios e cavidade oral, aparelho cardiovascular e tubo neural.

O tratamento com vários medicamentos antiepiléticos (politerapia) poderá estar associado a um maior risco de malformações congénitas relativamente ao tratamento com um único medicamento (monoterapia).

Sempre que possível deverá ser utilizado um regime de medicamento único (monoterapia).

O tratamento com antiepiléticos não deverá ser interrompido subitamente uma vez que pode aumentar o risco de crises epiléticas com consequências graves para a mãe e/ou feto.
Informação revista e actualizada pela equipa técnica do INDICE.EU em: 23 de Setembro de 2024