MEDICAMENTO

Parkinson: novo fármaco pode retardar rápida progressão da doença

O prasinezumab, um anticorpo monoclonal, demonstrou reduzir os sinais de deterioração motora em indivíduos com doença de Parkinson (DP) que apresentam doença de rápida progressão, revelou um estudo publicado na Nature Medicine.

Parkinson: novo fármaco pode retardar rápida progressão da doença

DOENÇAS E TRATAMENTOS

PARKINSON, O DESCONTROLE MOTOR


Atualmente não existem tratamentos modificadores da doença na DP, uma doença neurodegenerativa caracterizada pelo agravamento dos sintomas motores e não motores ao longo do tempo. A agregação de alfa-sinucleína no cérebro é uma marca registada da DP, e vários estudos pré-clínicos sugeriram que esta patologia é um fator-chave na progressão da doença.

O prasinezumab é o primeiro anticorpo monoclonal terapêutico experimental concebido para se ligar à alfa-sinucleína agregada, permitindo a sua degradação. A acumulação desta proteína nas células provoca a morte progressiva dos neurónios produtores de dopamina na doença de Parkinson.

No ensaio clínico de fase 2 Pasadena, o anticorpo foi investigado em 316 pacientes com DP em estágio inicial, que foram divididos em três grupos iguais: um grupo recebeu um placebo, ao segundo grupo foi administrada uma dose de 1.500 mg de prazisenumab intravenosamente e o terceiro grupo recebeu uma dose mais elevada, ou seja, 4.500 mg.

O anticorpo foi administrado uma vez por mês durante um ano de acompanhamento, tendo-se constatado que não tinha um efeito significativo na progressão da doença nesta coorte. No entanto, os participantes do estudo tiveram progressão da doença altamente variável.

A equipa analisou os efeitos potenciais do prasinezumab na progressão motora em subpopulações pré-especificadas que apresentavam sintomas motores de rápida progressão no estudo de fase 2 Pasadena.
Esses subgrupos de rápida progressão foram definidos pelo uso de inibidores da monoamina oxidase B (MAO-B) no início do estudo, pelo estadiamento da doença na escala de Hoehn e Yahr, pela presença de distúrbio comportamental do sono com movimento rápido dos olhos ou pela presença de fenótipos malignos difusos.

Os especialistas descobriram que o tratamento com o prasinezumab reduziu o agravamento dos sintomas motores em todas as subpopulações de progressão rápida após 52 semanas, em comparação com os sintomas motores dos pacientes tratados com o placebo.

Este efeito não se observou em subpopulações tratadas caracterizadas como de progressão lenta. Os resultados sugerem que a eficácia clínica do prasinezumab é observada apenas após um ano em pacientes tratados com DP de rápida progressão.

Mais investigações são necessárias para determinar se o prasinezumab pode ser eficaz em pacientes com progressão mais lenta da doença após períodos mais longos de tratamento – o que está a ser explorado numa fase aberta estendida do ensaio Pasadena.

De acordo com Gennaro Pagano, um dos investigadores envolvidos, também são necessários mais ensaios para confirmar estes efeitos em pacientes com DP de rápida progressão, e isto está atualmente a ser investigado num grande ensaio de fase 2 denominado Padova.

Fonte: Tupam Editores

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