Envelhecimento cutâneo: fumo do tabaco e raios UV responsáveis
A exposição combinada ao fumo do cigarro e aos raios UV pode levar a um envelhecimento prematuro da pele, apurou um estudo da Universidade Laval e do Centre de recherche du CHU de Québec-Université Laval.
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A investigação já mostrou as consequências do fumo do cigarro e da luz solar separadamente, mas como os humanos raramente são expostos a um único fator ambiental, a equipa de cientistas estava interessada na interação prejudicial entre o fumo do cigarro e os raios UV.
No estudo, publicado na revista Scientific Reports, os especialistas testaram diversas combinações e níveis de exposição em substitutos da pele. O modelo foi reconstruído a partir de células humanas sem adição de colagéneo.
Ao imitar as condições de exposição da vida real, a equipa descobriu uma sinergia prejudicial aos níveis estruturais e moleculares da pele.
No exame às camadas da pele verificaram que o fumo do cigarro combinado com os raios UV levou a uma redução mais rápida do colagéneo tipo 3 e 4, responsável pela elasticidade e aparência jovem da pele, e à flacidez da derme.
De acordo com Alexe Grenier, primeiro autor do estudo, os fatores combinados aumentam a quantidade de metaloproteinase, enzima que degrada o colagéneo quando em excesso. Observou-se ainda uma diminuição no precursor de colagénio, o que poderia levar à redução da sua produção.
Para compreender melhor as consequências do fumo do cigarro na pele, a equipa irá continuar a sua investigação analisando os efeitos dos seus diversos compostos.
Poderiam identificar-se os produtos mais nocivos para a pele e, se possível, utilizar compostos para contrariar as suas consequências – isto é particularmente relevante no caso dos jovens fumadores. Também podiam testar-se cremes ou outros produtos cosméticos capazes de neutralizar os efeitos. E além do fumo do cigarro também poderia ser testado o fumo proveniente da lenha de incêndios florestais.