Gravidez: adição de metformina à insulina não é benéfica para DT2
Um estudo conduzido por investigadores da Escola de Medicina Chapel Hill na Universidade da Carolina do Norte permitiu concluir que em grávidas com diabetes tipo 2 (DT2) a adição de metformina à insulina não afeta os resultados neonatais adversos compostos.
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Este ensaio clínico randomizado em 17 centros dos EUA envolveu 794 grávidas adultas dos 18 aos 45 anos com DT2 preexistente ou diabetes diagnosticada antes das 23 semanas de gestação entre abril de 2019 e novembro de 2021.
As participantes foram divididas em dois grupos (397 em cada grupo) e foram tratadas com insulina e selecionadas para adicionar 1.000 mg de metformina ou um placebo desde a inscrição até ao parto. O acompanhamento foi concluído em maio de 2022.
Os investigadores constataram que o resultado neonatal adverso composto ocorreu em 280 (71%) e em 292 (74%) das participantes nos grupos da metformina e do placebo, respetivamente. Em ambos os grupos, os eventos mais comuns no desfecho primário foram nascimento prematuro, hipoglicemia neonatal e parto de um bebé grande para a idade gestacional.
O estudo, publicado no Journal of the American Medical Association, foi interrompido no acúmulo de 75% por futilidade na deteção de uma diferença significativa no desfecho primário. Dos componentes individuais do resultado neonatal adverso composto, os neonatos expostos à metformina tinham menor probabilidade de serem grandes para a idade gestacional quando comparados com o grupo do placebo.
Segundo Kim A. Boggess, um dos investigadores envolvidos, o efeito da redução nas probabilidades de um bebé grande para a idade gestacional observado após a adição de metformina à insulina justifica uma investigação mais aprofundada.