Praticado numa sala aquecida, o hot ioga pode não ser uma modalidade para todos, mas, ao que tudo indica, ajuda a minimizar os sintomas de depressão. Um estudo realizado por cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, em adultos com depressão moderada a grave permitiu concluir que aqueles que participaram de sessões de hot ioga experimentaram reduções significativamente maiores nos sintomas depressivos em comparação com um grupo de controle.
Teve origem na Índia, há cerca de 5000 anos. Possui inúmeras vertentes e derivações, mas a essência é sempre a mesma, a harmonia do corpo, da mente e da alma. Se ainda não percebeu, é de ioga que falamos.
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Publicado no Journal of Clinical Psychiatry, o ensaio clínico randomizado teve a duração de oito semanas, e envolveu 80 participantes que foram aleatoriamente selecionados para dois grupos: um grupo recebeu sessões de 90 minutos de ioga praticadas numa sala a 40°C e um segundo grupo foi colocado em lista de espera (estes participantes completaram a intervenção de ioga após o período de espera). Na análise foi incluído um total de 33 participantes do grupo de ioga e 32 do grupo da lista de espera.
Os participantes do grupo de intervenção receberam pelo menos duas aulas de ioga por semana, mas no geral, assistiram a uma média de 10,3 aulas durante as oito semanas. Após este período de tempo, os participantes de ioga tiveram uma redução significativamente maior nos sintomas depressivos do que os participantes na lista de espera, conforme avaliado pela escala do Inventário de Sintomatologia Depressiva (IDS-CR).
Foi possível apurar que 59,3% dos participantes de ioga tiveram uma diminuição de 50% ou mais nos sintomas de depressão, em comparação com 6,3% dos participantes da lista de espera. Além disso, 44% no braço do ioga alcançaram pontuações tão baixas no IDS-CR que a sua depressão foi considerada em remissão, em comparação com 6,3% no braço da lista de espera.
Mesmo nos participantes que receberam apenas metade da “dose” de ioga prescrita, os sintomas depressivos foram reduzidos o que sugere que sessões de hot ioga apenas uma vez por semana poderiam ser benéficas.
De acordo com a autora principal, Maren Nyer, intervenções baseadas em ioga e calor podem potencialmente mudar o curso do tratamento dos pacientes com depressão, fornecendo uma abordagem não baseada em medicamentos com benefícios físicos adicionais.
Atualmente, os cientistas estão a desenvolver novos estudos com o objetivo de determinar as contribuições específicas de cada elemento – ioga e calor – para os efeitos clínicos que se observaram na depressão. Os participantes avaliaram positivamente as sessões de hot ioga e não experimentaram efeitos adversos graves associados à intervenção.
Apesar dos resultados promissores, são necessários outros estudos para comparar o ioga aquecido com o não aquecido para a depressão, a fim de explorar se o calor tem benefícios superiores aos da ioga no tratamento da depressão, especialmente dadas as evidências promissoras da hipertermia de corpo inteiro como tratamento para o transtorno depressivo maior.
