Má qualidade do ar em casa pode afetar a saúde
Embora os perigos da poluição do ar estejam em debate há décadas, os fatores de risco relacionados à má qualidade do ar em ambientes fechados passaram despercebidos até há pouco. O confinamento e toda a mudança de paradigma gerada pela pandemia de Covid-19 fez-nos ter uma maior consciência dos espaços onde passamos a maior parte do nosso tempo e da nossa vida.
SOCIEDADE E SAÚDE
O MEIO AMBIENTE E A SAÚDE PÚBLICA
Os factores ambientais podem provocar ou determinar o desenvolvimento de várias doenças, por isso proteger o ambiente e a saúde é um dos maiores desafios propostos ao Homem moderno. LER MAIS
Pode parecer estranho mas a qualidade do ar em casa costuma ser até cinco vezes pior do que em ambientes externos, inclusive em regiões industrializadas. A poluição externa contribui para a poluição interna, e locais com grande circulação de veículos ou a presença de indústrias tornam-se fontes de poluição.
Além destes, outros fatores contribuem para reduzir a qualidade do ar em casa, como o uso de produtos de limpeza, tintas, gases e presença de microrganismos. Os principais agentes que levam à poluição do ar são os microrganismos (fungos, bactérias, esporos e ácaros), compostos orgânicos voláteis, materiais particulados e fumo de cigarro. Os materiais de construção e queima de combustíveis, como a lenha e o gás de cozinha, também provocam a redução da qualidade do ar em casa. Quanto maior o tempo que os moradores permanecem nas suas casas, maior a contaminação do organismo por estes poluentes.
Os idosos ou aqueles que têm uma condição de saúde pré-existente, como asma, doença cardíaca ou DPOC, são particularmente vulneráveis aos efeitos da poluição. Crianças e adultos jovens também correm mais risco porque têm taxas respiratórias mais rápidas e os seus pulmões ainda estão em desenvolvimento.
Assim, é primordial renovar o ar interior, nomeadamente através de ventilação natural, ou seja, abrindo as janelas. Importa referir que o período durante o qual devem permanecer abertas depende do número de pessoas que habitam na casa, da taxa de ventilação, bem como do tamanho e tipo de espaço a ventilar. Para além desta medida, há outras que contribuem igualmente para melhorar a qualidade do ar interior e devem ser postas em prática como, por exemplo:
Não permanecer durante longas horas na mesma divisão. Se possível, deve-se alternar a permanência entre as diferentes divisões da casa, de forma a reduzir a exposição prolongada a um determinado espaço;
Se realizar exercício físico dentro de casa, mantenha as janelas da divisão abertas, principalmente quando terminar;
Evitar fumar dentro de casa ou acender velas;
Evitar usar ambientadores ou purificadores de ar;
Sempre que estiver a cozinhar, ligue o extrator ou exaustor;
Quando varrer ou aspirar uma divisão, abra sempre as janelas;
Evite o uso desnecessário de determinados produtos de limpeza e manutenção mais intensos, como vernizes, tintas, óleos, gorduras, lubrificantes, colas, entre outros. Se manusear este tipo de produtos nunca o faça perto de fontes de aquecimento, como aquecedores, lareiras, ferros de engomar, etc.;
Quando utilizar produtos de limpeza e desinfetantes, deve fazê-lo com as janelas abertas e evitar ficar nessa divisão após a limpeza;
Quando estiver a realizar atividades que levem à produção de vapor, como passar a ferro, tomar banho ou cozinhar, deve ventilar o espaço durante ou imediatamente após a execução.
Em média, passamos cerca de 80% do nosso tempo em locais fechados e já percebemos que ambientes que apresentam uma péssima condição do ar têm um impacto negativo na saúde de quem os frequenta. Ao seguir estes conselhos estará a cuidar da sua saúde e da dos seus.