ASMA

Dieta materna pode reduzir risco de asma nas crianças

Uma dieta rica em fibras em mães que estão em período de amamentação pode ajudar a proteger os bebés de doenças respiratórias graves, como a asma, sugere um estudo realizado no QIMR Berghofer, um instituto de investigação médica em Brisbane, Austrália.

Dieta materna pode reduzir risco de asma nas crianças

DOENÇAS E TRATAMENTOS

ASMA - NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS NO TRATAMENTO


Num estudo pré-clínico, publicado na revista Immunity, os cientistas demonstraram que uma dieta rica em fibras ajudou a reduzir o risco de os bebés desenvolverem infeções respiratórias inferiores graves, que os poderiam predispor para doenças pulmonares crónicas.

Os primeiros resultados podem orientar as mães que amamentam, e ainda modificar a fórmula infantil de maneira a conseguir um efeito protetor semelhante.

Para Simon Phipps, investigador sénior, a descoberta é significativa por sugerir que a dieta afeta a saúde do leite das mães que amamentam, que é fundamental para desencadear a resistência imunológica do bebé às infeções respiratórias inferiores graves.

A má alimentação materna aumenta a incidência de infeções respiratórias graves, como pneumonia e bronquiolite, na criança. Essas infeções são uma das principais causas de morbidade infantil em todo o mundo e aumentam o risco de asma na infância.

Os investigadores descobriram que em modelos pré-clínicos a fibra dietética afeta a composição da microbiota do leite materno, que por sua vez afeta o desenvolvimento da microbiota intestinal do bebé.

Quando uma mãe lactante tem uma dieta rica em fibras, a microbiota saudável do leite inicia um processo que promove o desenvolvimento de uma importante população de células imunológicas. Já uma dieta materna pobre em fibras interrompe esse processo de desenvolvimento imunológico.

Este estudo faz parte do esforço contínuo para entender os mecanismos que ligam a dieta materna, a amamentação e o microbioma ao desenvolvimento imunológico neonatal e à proteção contra doenças agudas e crónicas.

As descobertas sugerem que poderá ser possível prevenir a asma se se conseguir identificar os micróbios saudáveis do leite materno que desencadeiam a resistência imunológica de uma criança às infeções respiratórias inferiores graves.

Os dados indicam que se se puder promover um intestino saudável nos mais jovens pode-se prevenir a asma e outras doenças inflamatórias crónicas, no entanto, a investigação ainda tem um longo caminho a percorrer.
Atualmente, o objetivo é analisar o leite humano para identificar os micróbios que conferem proteção contra uma infeção respiratória grave e para confirmar que os mesmos processos moleculares estão envolvidos.

O resultado final poderá ser um probiótico direcionado, que pode ser fornecido a todos os bebés e, em particular, aos que estão a ser alimentados com fórmula infantil, de maneira a garantir o desenvolvimento ideal do seu sistema imunológico e diminuir a incidência de várias doenças.

Fonte: Tupam Editores

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