Crianças com asma em risco de ansiedade
Um estudo da Universidade de Queensland (UQ), na Austrália, apurou que as crianças diagnosticadas com asma têm um risco significativamente maior de desenvolver ansiedade.
DOENÇAS E TRATAMENTOS
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As evidências sugerem uma associação bidirecional entre os efeitos e o início da asma e da ansiedade. Já a direção dessa associação em crianças e adolescentes é menos clara. O estudo avaliou se a ansiedade em crianças está associada ao desenvolvimento de asma posterior ou, ao contrário, se a asma precede a ansiedade.
Para o estudo foram analisados dados de relatórios de pais de 9.369 crianças com idades diferentes, do Estudo Longitudinal de Crianças Australianas (LSAC), que foram acompanhadas desde 2004.
Os resultados do estudo, publicado na revista Pediatric Allergy and Immunology, permitiram concluir que crianças de 4 anos com asma tinham mais propensão para desenvolver ansiedade entre as idades de 6 e 15 anos, em comparação com crianças não asmáticas.
Segundo Diana Garcia Sanchez, a autora principal, houve um aumento geral de 87% no risco para as crianças com asma. Verificou-se ainda que, durante a adolescência, as meninas com asma experimentavam mais ansiedade do que os meninos.
Cerca de uma em cada cinco crianças australianas convive com esta condição respiratória caracterizada por inflamação crónica das vias aéreas, que causa episódios de chiadeira no peito e falta de ar. Os investigadores não acreditam que a medicação usada para tratar a doença seja responsável pelo aumento do risco de ansiedade.
A especialista refere que as crianças que não estavam a tomar medicamentos para a asma tinham 9% mais probabilidades de desenvolver ansiedade do que as crianças medicadas.
Outros fatores podem explicar a ligação entre asma e ansiedade, e os profissionais de saúde e os pais devem monitorizar regularmente a saúde mental das crianças e dar apoio psicológico quando apropriado. Poderá ser necessária uma intervenção multidisciplinar precoce para apoiar as crianças com asma de forma a prevenir o aumento do risco de ansiedade e/ou promover o controlo ideal da ansiedade.