ASMA

Dormir mal duplica o risco de asma em adultos

A asma é uma doença inflamatória crónica das vias aéreas que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Embora possa ocorrer espontaneamente, há uma série de mutações genéticas que parecem aumentar o risco de alguém desenvolver a condição.

Dormir mal duplica o risco de asma em adultos

DOENÇAS E TRATAMENTOS

ASMA - NECESSIDADES NÃO SATISFEITAS NO TRATAMENTO


Uma investigação observacional realizada por investigadores da Universidade de Shandong, na China, sugere que dormir mal pode aumentar o risco de uma pessoa desenvolver asma, principalmente se esta também tiver uma suscetibilidade genética para a doença.

Os distúrbios do sono geralmente ocorrem concomitantemente com a asma, mas não está claro se a qualidade e a duração do sono podem afetar o risco de uma pessoa desenvolver a doença.

Para o estudo, publicado no jornal BMJ Open Respiratory Research, a equipa utilizou dados do Biobank do Reino Unido envolvendo 455.405 participantes com idades entre os 38 e os 73 anos. No geral, os pacientes tinham idade média de 56 anos, 54% eram mulheres e 85% eram brancos. Os dados foram recolhidos entre 2006 e 2010.

Os especialistas avaliaram o sono dos participantes usando uma pontuação de sono de cinco características que incluíam: cronotipo, duração do sono, insónia, ressonar e sonolência diurna excessiva e propensão genética para asma utilizando a pontuação de risco poligénico (PRS).
Padrões e comportamentos saudáveis de sono incluíam dormir de 7 a 9 horas por dia, não ressonar, sem sonolência frequente durante o dia, insónia rara ou inexistente e um cronotipo precoce.

Durante um período de 10 anos, foram diagnosticadas com asma 17.836 pessoas na coorte. Os investigadores descobriram que as pessoas com as pontuações mais baixas para a qualidade do sono tiveram um aumento de 55% no risco de asma em relação àquelas com sono de qualidade. Da mesma forma, aqueles no grupo de maior pontuação PRS tiveram um aumento de 47% no risco para a condição, em comparação com aqueles no menor.

Constatou-se que quando a qualidade do sono e o PRS da asma foram combinados, os participantes no grupo mais alto para ambas as características tiveram um risco duas vezes maior de asma, em comparação com indivíduos com bom sono e baixo risco genético. A equipa mostrou ainda que indivíduos com um padrão de sono saudável, mas com alta suscetibilidade genética, tinham 37% menos probabilidade de desenvolver asma do que aqueles com má qualidade do sono e alto risco genético.

Segundo Fuzhong Xue, um dos investigadores envolvido, estimou-se que 19% dos casos de asma na população poderiam ser evitados quando as cinco características do sono (cronótipo, duração do sono, insónia, ressonar e sonolência diurna excessiva) fossem melhoradas sob uma suposição causal.

Os especialistas sugeriram que a natureza inflamatória da asma poderia ser uma razão para a sua relação com o sono.

Fonte: Tupam Editores

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