Nível de cortisol é indicador de sucesso na recuperação de vícios
Um estudo realizado por investigadores da Escola de Medicina Joan C. Edwards, da Universidade Marshall, nos EUA, permitiu concluir que níveis iniciais de cortisol mais baixos podem ser um indicador de permanência em programas de tratamento para transtorno por uso de substâncias.
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No estudo observacional prospectivo foram examinadas o cortisol salivar, a exposição ao stress, experiências adversas na infância (ACEs) e a permanência no tratamento de homens inscritos em programas residenciais de recuperação de álcool e drogas com base na abstinência.
Sabe-se que os níveis de cortisol refletem uma resposta fisiológica ao stress. Neste caso os investigadores descobriram que os participantes que permaneceram no programa de tratamento durante menos de 90 dias apresentaram níveis iniciais de cortisol significativamente mais elevados do que aqueles que permaneceram no programa durante mais de 90 dias.
Além disso, um modelo de risco proporcional de Cox indicou que cortisol salivar elevado, estado civil/tipo de relacionamento e pontuação de ACEs estavam significativamente relacionados com o risco de descontinuar precocemente o programa.
Segundo Todd H. Davies, autor correspondente do estudo, a esperança é que essas descobertas façam com que o cortisol se torne num biomarcador que possa ajudar os médicos a determinar quais os indivíduos que podem necessitar de uma abordagem terapêutica mais intensiva.
A equipa que desenvolveu a investigação, publicada na revista Alcoholism: Clinical and Experimental Research, em colaboração com o Recovery Point of West Virginia – um programa de recuperação residencial de longo prazo baseado no modelo de recuperação orientado por pares – está atualmente a desenvolver um estudo de acompanhamento maior que procura identificar os níveis clínicos significativos de cortisol.
Este estudo alargado também inclui uma população mais representativa e está a analisar a hormona oxitocina.