DIAGNÓSTICO

Endoscopia: utilizadores de cannabis precisam de mais sedação

Os pacientes que usam cannabis precisaram de níveis mais elevados de sedação durante endoscopias gástricas do que os não utilizadores, apurou uma investigação realizada por investigadores da Universidade de Calgary, no Canadá. À medida que a cannabis é regularizada em mais sítios e o seu uso aumenta, os médicos devem conhecer os hábitos dos pacientes e preparar-se, e aos seus pacientes, para um aumento da sedação e dos riscos associados.

Endoscopia: utilizadores de cannabis precisam de mais sedação

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Yasmin Nasser, investigadora principal, revelou que durante o estudo os pacientes não tiveram aumento da consciência ou desconforto durante os procedimentos, mas exigiram mais medicamentos.

Foi realizado um estudo de coorte prospectivo com 419 pacientes adultos em ambulatório que foram submetidos a procedimentos endoscópicos em três centros do Canadá. Os procedimentos foram realizados sob sedação consciente, o que deixa o paciente relaxado e confortável, mas parcialmente consciente.

Cada paciente preencheu dois questionários – um antes do procedimento sobre o seu uso de cannabis, e outro depois do mesmo, indicando o seu nível de consciência e conforto durante o exame. Os questionários foram analisados juntamente com detalhes sobre o uso dos sedativos midazolam, fentanil e difenidramina durante o procedimento.

O uso de cannabis foi associado a maiores probabilidades de exigir maior sedação total – definida como mais de 5 mg de midazolam, ou mais de 100 mcg de fentanil, ou a necessidade de difenidramina – durante a gastroscopia, um procedimento endoscópico que tem início com a inserção de um tubo e câmara pela garganta.

O uso de cannabis não foi associado ao maior uso de sedação durante a colonoscopia. A gastroscopia geralmente requer mais sedação do que a colonoscopia porque o escopo inserido causa irritação na parte superior do trato gastrointestinal, muitas vezes desencadeando o reflexo de vómito. O uso de canabinoides não foi associado independentemente ao uso de fentanil ou a eventos adversos, nem foi associado à consciência ou desconforto intra-procedimento.

Importa referir que este estudo analisou se os pacientes eram utilizadores ou não utilizadores de cannabis, mas não examinou o momento, a quantidade ou a via de ingestão de cannabis antes do procedimento, se esta foi inalada, vaporizada, ingerida ou de outra forma. Os investigadores consideram que essas variáveis podem ser a base para futuros estudos.

Além disso, foram examinados apenas os impactos do uso inicial de cannabis durante procedimentos que usam sedação consciente e não foi examinado o seu impacto na sedação com propofol, que é mais comumente usada nos EUA.

Fonte: Tupam Editores

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