CÉLULAS ESTAMINAIS

Células estaminais do cordão umbilical melhoram função hepática

Que as células estaminais do tecido do cordão umbilical têm a capacidade de melhorar a função hepática e aumentar a sobrevivência de doentes com cirrose hepática descompensada, decorrente da infeção pelo vírus da hepatite B não é novidade.

Células estaminais do cordão umbilical melhoram função hepática

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E os novos dados, publicados recentemente na revista científica Hepatology International, vão ao encontro dos estudos clínicos realizados na última década, que têm demonstrado o benefício destas células no tratamento de doenças do fígado em estado avançado.

A doença hepática crónica – que se encontra entre as dez principais causas de morte em Portugal – conduz frequentemente ao desenvolvimento de cirrose hepática.
A cirrose hepática é uma doença crónica do fígado, que habitualmente progride nos primeiros 10-15 anos sem sintomas associados e pode levar a graves complicações de saúde. Está geralmente associada à ingestão excessiva de álcool ou a hepatites de origem viral e caracteriza-se pela morte das células do fígado, que são substituídas por tecido fibroso semelhante ao de uma cicatriz. A estrutura do órgão fica, desta forma, alterada, comprometendo a sua função.

Além da diminuição da função hepática, a cirrose, quando descompensada, pode provocar hemorragias do trato gastrointestinal, encefalopatia (inflamação do cérebro), icterícia (pele e olhos amarelados), acumulação de fluido na cavidade abdominal, e, eventualmente, a morte.
Segundo a Dra. Bruna Moreira, investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal, é nestas situações de descompensação que a administração de células estaminais do tecido do cordão umbilical poderá ser uma opção.

As estratégias de tratamento convencionais têm-se revelado, em certos casos, insuficientes para controlar a doença e os cientistas continuam à procura de alternativas terapêuticas mais eficazes.

Este ensaio clínico, realizado na China, incluiu 111 doentes no grupo controlo, tratados recorrendo às abordagens convencionais, e 108 doentes no grupo experimental que, além do tratamento convencional, receberam três infusões de células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical, administradas com quatro semanas de intervalo. Os participantes foram acompanhados ao longo de cerca de 6 anos após o início do estudo.

Os cientistas puderam comprovar que, durante o primeiro ano de seguimento, o tratamento com células estaminais mesenquimais do tecido do cordão umbilical esteve associado a melhorias na função hepática.
A análise dos resultados mostrou ainda que o tratamento experimental permitiu melhorar a taxa de sobrevivência entre os 13 e os 75 meses de acompanhamento, sem evidências de efeitos adversos significativos a curto e a longo-prazo.

Segundo os autores do estudo, a melhor taxa de sobrevivência associada ao tratamento com células estaminais poderá dever-se aos efeitos regenerativos, imunomoduladores e anti-inflamatórios destas células, e os resultados indicam que este benefício só se torna evidente 13 meses após o tratamento experimental.

Conclui-se, portanto, que a administração de células estaminais do cordão umbilical é segura e capaz de trazer benefícios aos doentes com cirrose hepática decorrente da infeção pelo vírus da hepatite B.
Importa referir que as conclusões apresentadas devem ser confirmadas em ensaios clínicos de maior dimensão, envolvendo vários centros de tratamento.

Fonte: Tupam Editores

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