Doentes oncológicos escondem uso de cannabis aos médicos
Uma nova pesquisa indica que quase metade dos adultos norte-americanos com cancro da mama consomem cannabis em conjunto com o tratamento oncológico para controlar os sintomas e os efeitos secundários decorrentes do tratamento; no entanto, a maioria dos pacientes não discute o consumo de cannabis com os seus médicos. As descobertas foram publicadas pela revista CANCER.
TRATAMENTOS NATURAIS
CANNABIS, A PLANTA DA DISCÓRDIA
Tem suscitado discussões, apaixonadas ou fundamentadas, e a discórdia entre os defensores da proibição, do uso médico ou da simples legalização do consumo, está longe de terminar. LER MAIS
Os indivíduos diagnosticados com cancro costumam sentir dor, fadiga, náuseas e outras dificuldades decorrentes da doença e dos seus tratamentos. Alguns recorrem ao consumo de cannabis para aliviar esses sintomas, mas muitos médicos sentem que não têm o conhecimento necessário para discutir o consumo desta droga com os seus pacientes.
No estudo, de um total de 612 participantes, 42 por cento relataram consumir cannabis para o alívio de sintomas, como dor, insónias, ansiedade, stress e náuseas; entre aqueles que consumiram a droga, 75 por cento relataram que foi extremamente, ou muito útil, no alívio dos sintomas.
Quase metade (49 por cento) dos participantes que consumiram cannabis acreditam que a cannabis medicinal pode ser usada para o tratamento do cancro, embora a sua eficácia ainda não tenha sido comprovada.
Cerca de 79 por centos dos consumidores afirmaram ter consumido a droga durante o período de tratamento, que incluiu terapias sistémicas, radioterapia e cirurgia.
Os participantes relataram o consumo de uma ampla gama de diferentes produtos de cannabis conhecidos por variarem em qualidade e pureza.
Segundo os cientistas, a maioria dos utilizadores preferia procurar informações sobre a cannabis medicinal em órgãos de comunicação social (como sites e revistas) ao invés de falarem com o seu médico; já aqueles que o fizeram, relataram ter ficado insatisfeitos com o atendimento e esclarecimento prestado pelo profissional de saúde.
O estudo destaca uma oportunidade importante para os provedores de saúde iniciarem conversas informadas sobre a cannabis medicinal com os seus pacientes, já que as evidências mostram que muitos estão a consumir a droga sem o seu conhecimento ou orientação.