Vitamina C é mesmo essencial para o sistema imunológico
Cientistas internacionais podem ter encontrado por acaso um mecanismo que explica a histórica relação entre a [url-nolink=/pt/medicamentos/DCI/acido-ascorbico-vitamina-c/informacao-geral]vitamina C[/url] e o combate a doenças comuns, como gripes e constipações. Mas a descoberta pode ajudar no combate a patologias muito mais graves.
Já se sabia que as células T reguladoras (Tregs) ajudam a controlar a inflamação e a autoimunidade no corpo. Infelizmente, tem sido difícil encontrar os ingredientes moleculares corretos para induzir Tregs estáveis para o uso como tratamento de doenças autoimunes, bem como para lidar com a rejeição de órgãos transplantados.
Agora, cientistas internacionais descobriram que a vitamina C e proteínas chamadas TET (sigla em inglês para translocação de dez-onze, uma referência aos cromossomas 10 e 11) podem trabalhar juntas para dar às Tregs o seu poder de salvar vidas.
O estudo mostrou que não é possível produzir células T reguladoras estáveis sem vitamina C ou sem essas enzimas TET.
“A vitamina C pode ser usada para estabilizar as iTregs [Tregs induzidas] geradas in vitro”, explicou o professor Xiaojing Yue, do Instituto La Jolla de Imunologia, em Espanha.
“Esperamos que esses tipos de Tregs induzidas possam ser usados no futuro para o tratamento de doenças autoimunes e transplante de órgãos”, acrescentou.
Os investigadores descobriram que as proteínas TET são absolutamente necessárias para manter a expressão do gene e as características epigenéticas que tornam as Tregs o que são; e adicionar vitamina C gerou iTregs com expressão génica e características epigenéticas semelhantes às Tregs normais do “tipo selvagem” encontradas no corpo.
O estudo também revelou uma conexão intrigante entre a atividade enzimática das TETs, a vitamina C e a sinalização de IL-2/STAT5.
“Em ratinhos com deficiência de componentes de sinalização IL-2/STAT5, como IL-2, recetores de IL-2 ou STAT5, as Tregs não podem desenvolver-se adequadamente ou podem ter a sua função prejudicada”, explicou o investigador.
“Estamos a procurar por mais moléculas pequenas para estabilizar a atividade das TETs e gerar Tregs induzidas que são ainda mais estáveis. Essas Tregs induzidas podem eventualmente ser usadas para tratar pacientes. Este estudo apresenta-nos uma nova abordagem para o tratamento das doenças autoimunes”, concluiu Yue.