Ioga tem forte impacto positivo sobre personalidade de presidiários
Os efeitos da prática da ioga por parte de presidiários podem ser ainda mais fortes e positivos do que estudos anteriores mostraram. Um estudo recente mostrou que o nível de maturidade dos presos aumentou após apenas dez semanas de prática de ioga. Aqueles que participaram das aulas apresentaram um maior senso de responsabilidade, autoaceitação e controlo dos seus comportamentos.
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Nos últimos anos, vários estudos mostraram que a prática regular da ioga produz efeitos positivos sobre a saúde mental e o comportamento dos presidiários.
“O que temos visto anteriormente nos nossos estudos é que a prática de ioga está associada a uma diminuição do nível de sofrimento psicológico, atenuação de comportamentos antissociais e aumento do nível de afeto positivo, controlo de impulsos e atenção sustentada. Agora, queríamos dar um passo adiante e investigar se essas mudanças comportamentais, emocionais e cognitivas poderiam ser medidas em termos de maturidade de caráter”, explicoiu a professora Nóra Kerekes, da Universidade West, na Suécia.
Mais de 100 presos do sexo masculino participaram do estudo. Os participantes foram aleatoriamente designados para um grupo de ioga, onde tiveram aulas uma vez por semana, ou para um grupo de controlo, onde poderiam fazer uma atividade física de livre escolha – também durante dez semanas.
Os participantes completaram um teste de personalidade (o Inventário de Temperamento e Caráter), tanto antes como depois das dez semanas do período de intervenção.
Os presos tipicamente apresentam um perfil de personalidade específico, descrito por altas pontuações nas dimensões de temperamento da “Procura por Novidades” (impulsividade e irritabilidade) e “Evitação de Danos” (pessimismo e ansiedade), combinadas com baixas pontuações nas dimensões de caráter da Autodireção (culpabilização e incompetência) e Cooperatividade (hostilidade e egocentrismo). Este perfil de personalidade específico está altamente correlacionado com o comportamento agressivo e antissocial.
As análises dos testes de personalidade mostraram que os reclusos que realizaram regularmente algum tipo de atividade física (ioga ou atividade física de livre escolha) obtiveram menor pontuação na dimensão de temperamento de “Procura por Novidades” (impulsividade e irritabilidade).
O resultado também mostrou scores significativamente menores em ambos os grupos na dimensão de temperamento “Evitação de Danos” (pessimismo e ansiedade). As pessoas que têm pontuações altas em “Evitação de Danos” têm medo de conflitos, fecham-se em si mesmas, frequentemente evitam outras pessoas, são preocupadas e pessimistas.
O resultado mais importante foi, no entanto, que aqueles que praticaram ioga tiveram um aumento significativo na dimensão de caráter “Autodireção”, com menores níveis de culpabilização e incompetência.
“Pontuações mais altas em ‘Autodireção’ sugerem um aumento do autocontrolo sobre os impulsos emocionais, aumento da responsabilidade e desenvoltura. De acordo com o nosso estudo, a ioga regular pode melhorar essas características, ou seja, pode aumentar a maturidade do caráter da pessoa. É possível que um caráter maduro possa reduzir o risco de reincidência, mas é preciso mais investigação para avaliar essa relação”, concluiu Nóra Kerekes.